sábado, 15 de setembro de 2012

Malhuza: Sobre Simango, Coremo e Renamo

Fanuel Malhuza continua a desafiar as teses da Frelimo sobre a História:
 "Urias Simango foi vítima da demagogia do tsonga"

Por Salomão Moyana

"Urias Simango nunca foi reaccionário. Foi apenas vítima da demagogia tsonga.Quer dizer, os estatutos da Frente de Libertação de Moçambique diziam que, em caso de morte do presidente, o vice-presidente, automaticamente,  ascendia à presidência. Mas, quando morreu Mondlane, três tsongas vão a casa de Simango pedir-lhe para não tomar o poder, alegando que era preciso mais tempo para se organizar uma tomada mais pomposa do poder. Simango comete o grande erro de aceitar a proposta dessas pessoas, não tomando o poder, o que deu campo para todas as manobras que culminaram com a sua expulsão da Frelimo, com nomes feios de reaccionário, traidor, etc.".
 É o nosso entrevistado da semana passada, Fanuel Guidion Mahluza, que nos diz estas coisas, as quais não são muito diferentes das que já ouvimos doutros moçambicanos, igualmente, participantes da libertação nacional.
 Ele fala o resto.
Uma vez o senhor disse-me que Urias Simango tinha sido vítima de demagogia  do tsonga. Pode explicar isso melhor para o público conhecer a sua versão?

- Tudo isso vem à tona quando o primeiro presidente da FRELIMO é assassinado no dia 3 de Fevereiro de 1969. É que nessa altura não se respeitam os estatutos e, consequentemente, Urias Simango não assume as responsabilidades de presidente da frente.
O que é que diziam os estatutos da FRELIMO quanto à sucessão do presidente em caso de morte deste?
- Que o vice-presidente, automaticamente, e sem perguntar a ninguém,  assume a responsabilidade da presidência da frente.
Mas os tsongas, incluindo o actual Presidente da República, dizem a Urias Simango que tudo o que estava nos estatutos iria ser cumprido, mas que antes disso, por um período de três meses, vamos formar um triunvirato para fazer a preparação da sua passagem para a presidência da FRELIMO.
Urias Simango, por complexo de inferioridade, aceita. Se Urias Simango fosse um tsonga, garanto-lhe que não teria aceite, teria imediatamente assumido a presidência da FRELIMO, tal como rezavam os estatutos. Mas o Simango aceita perante o pedido dos tsonga de esperar três meses para a subida ao poder. Pôs-se, então, Simango como presidente, Marcelino dos Santos como presidente e Samora Machel como presidente. Eles já sabiam o quê que eles queriam.
Os três eram presidentes com poderes iguais?
- Os três presidentes com igual poder. Não há nada que o outro pode fazer sem o conhecimento dos restantes dois. E o grupo tsonga, durante aqueles três meses estava a cavar o Simango. Quando o Simango descobre o que se estava a passar, salta e vai para imprensa e publica um documento intitulado "The Gloomy Situation in FRELIMO", e logo os dois saem e vêm a público dizer: "Estão a ver? É o que a gente disse. Nós os três temos os mesmos poderes e ele está aí a insultar a nossa organização. Ele não tem poder para fazer isso, porque ele não é presidente.
Ele é um ambicioso, é confuso!"
Imediatamente, começa uma vasta campanha visando a expulsão de Urias Simango da FRELIMO. O grupo tsonga consegue essa façanha, consegue-se expulsar Urias Simango, Samora Machel entra na presidência da Frelimo com Marcelino dos Santos como vice-presidente e o triunvirato termina por aí.
Simango nunca foi traidor.
Nunca? - Sou eu que estou a dizer. Escreva isso.
Simango nunca foi traidor. É feito traidor pela demagogia do tsonga.
É  que o tsonga tem um grande complexo de superioridade em relação ao ndau e este, às vezes, tem um grande complexo de inferioridade em relação ao tsonga!...
Eu sou mutsonga, mas posso lhe dizer que o tsonga é demagogo e tem um grande complexo de superioridade em relação aos outros grupos étnicos moçambicanos. Desde a fundação da Frelimo que essa demagogia tsonga foi evidente.
Portanto, Urias Simango nunca foi traidor, foi apenas vítima duma cilada do tsonga. Eu disse isso mesmo ao Chissano no dia em que fui falar com ele. E ele começou a rir. E talvez ele próprio não sabia.
Mas participou no afastamento de Simango...
- Com instinto pode ter participado. Por exemplo, eu escrevi para Mondlane a convidá-lo para se vir juntar a nós, não porque soubesse de alguma coisa, mas esse era um instinto que eu tinha. Eu também fiz, mas era um instinto, sem saber exactamente o quê que estava a fazer e porque é que fazia exactamente aquilo. Mas fiz porque algo no íntimo me dizia que a liderança da frente tinha de ser feita por um tsonga.
Coitado, nunca foi traidor?
 - Não. Eu é que estou a dizer que ele nunca foi traidor e ninguém vai  desmentir e nem sequer responder a isto. Nunca ninguém apresentou evidências concretas das várias acusações contra Simango. Diz-se tudo dele mas nunca ninguém provou que ele matou Mondlane, nunca ninguém provou que fosse traidor de seja o que for. Nós sabemos que Simango nunca foi isso tudo. Simango foi apenas vítima da demagogia tsonga, de não aceitar outros grupos à frente da Frelimo. E isso ainda hoje o senhor pode ver na mesma como se organiza o poder no País.
Eles podem me matar hoje, alegando que estou a insultar o governo, eu não recuo, porque sei que Simango nunca foi um traidor. Ele apenas foi  traidor da demagogia do tsonga e mais nada.
E sendo o senhor um membro fundador da FRELIMO porque é que abandonou a Frelimo?
- Olha, naquela demagogia do tsonga, o grupo Simango descobre que eu é que chamo Mondlane para tomar a liderança.
Quando é que descobre isso?
- Em 1963. Descobre-se de que eu é que tinha chamado Mondlane, impedindo que Urias Simango ficasse presidente da FRELIMO. Portanto, a partir daí, sou posto na lista daqueles que deviam desaparecer.
Só que entre os membros da segurança da FRELIMO, um deles era meu amigo e ele faz-me chegar a informação de o meu nome estar na lista dos que deviam desaparecer.
Perante estes factos, ponderei e cheguei à conclusão de que era melhor ser um herói vivo do que um herói morto.
Sai da FRELIMO e vai para onde?
- Vou para uma nova organização que depois nasce em 1963. Lembre-se que, em 1963, a FRELIMO teve desavenças, onde muitos membros fundadores são expulsos e um deles é Gumane, David Mabunda e mais outros.
E isso acontece em 1963?
 - Exactamente, em 1963. E acontece que estes todos eram meus amigos e assim nasce o COREMO (Comité Revolucionário de Moçambique) que é exactamente formado em 1963.
É então que quando decido deixar a FRELIMO vou entrar no Comité Revolucionário de Moçambique, COREMO, onde desempenhei as funções de secretário da Defesa, do princípio até ao fim.
E o COREMO fez o quê?
- COREMO é quem, efectivamente, lutou em Tete. E o COREMO chegou até à  província de Manica, enquanto a FRELIMO só chegou, praticamente, no fim da guerra. Por outro lado, a FRELIMO não se fez sentir muito na província da Zambézia. A luta da FRELIMO era mais intensa nas províncias de Cabo Delgado e Niassa.
Estavam a lutar duas organizações para libertar o mesmo país?
- Sim. E esta organização era liderada por Gumane, o COREMO. O presidente era Gumane e eu era o secretário da Defesa. Mas quando chegam as
 negociações que levaram à assinatura do Acordo de Lusaka, acontece que Nyerere convence Kaunda a acabar com o COREMO, que era para não perturbar as conversações entre a FRELIMO e Portugal. Então, Kaunda acaba mesmo com o COREMO.
 Afinal, quem dava armas ao COREMO?
- Era Kaunda. Mas quando chega o último momento, Kaunda e Nyerere ficam juntos, pois levam os membros do COREMO e metem na prisão como forma
 de evitar que aqueles pudessem participar nas negociações de Lusaka com Portugal.
O COREMO fez muito. Uma vez conseguiu capturar 24 soldados portugueses duma só vez, facto que a FRELIMO nunca tinha feito. O COREMO termina em1974?
 - Sim. Durante as negociações que culminaram com os Acordos de Lusaka.
Quando há negociações Kaunda manda prender a todos vocês?
- Ele mandou prender todos nós.
E o senhor também esteve preso?
- Estive preso, sim senhor, em Lusaka.
E depois como é que saem daí?
- Bom, eu era secretário de Defesa. Sabe que o guerrilheiro é uma pessoa muito difícil. Tínhamos militantes e tudo. Armas e tudo. Os meus amigos disseram para eu fugir da prisão. Então, fugi da prisão e fui me reunir com os militantes a quem expliquei sobre o ponto da situação naquele momento, traçando ao mesmo tempo as instruções que deveriam seguir dali em diante.
Mahluza no Moçambique "D"
Expliquei a eles que poderiam entrar para a FRELIMO como instrução superior dos dirigentes do COREMO.
Só que depois de ter realizado este trabalho, mais tarde voltaria a ficar preso.
Foi preso aonde?
- Mesmo em Lusaka. Mas depois disso fugi de novo e voltei para o interior de Moçambique, mais concretamente para esta cidade antes de ser Maputo, quando ainda se chamava Lourenço Marques.
Só que quando cheguei aqui o Presidente Samora Machel mandou prender-me também.
Em que ano foi isso?
- Em 1975. Isso ocorreu poucos dias depois da Independência, facto que me obrigou a estar durante nove meses no Comando da Polícia; permaneci seis meses na Cadeia Civil; fiquei quatro meses na Cadeia da Machava e, finalmente, fui levado para Pemba, onde estive numa cadeia subterrânea sem roupa durante três meses.
Depois daí, fui mandado para o chamado "Moçambique D", em Cabo Delgado.
"Moçambique D"?
- Sim. "Moçambique D" era onde se eliminavam todas as pessoas que fossem consideradas reaccionárias pela FRELIMO.
Como é que era esse "Moçambique D"?
- Era uma prisão dentro de Moçambique.
Estava aonde e em que zona?
- Estava na província de Cabo Delgado, na região de Ruáruá.
Fui levado para lá para ser morto, mas com a vantagem de ser guarnecido por soldados que tinham acabado de ser recrutados para as fileiras do exército. Durante o governo de Transição.
E isso era vantajoso porquê?
- É que eu como guerrilheiro experiente vir a ser guarnecido por recém-recrutados de certa forma era uma vantagem para empreender qualquer tentativa de fuga. É verdade que o comandante do tal "Moçambique D" era irmão deste Lagos.
O Lagos Lidimo?
- Sim, Lagos Lidimo. E era muito mau.
Tal como o irmão?!...
- Lá cheguei a presenciar pessoas que eram enterradas vivas apenas porque estavam doentes. Aquele comandante ordenava que se enterrasse qualquer pessoa que naquele centro prisional se apresentasse doente. Eu vi isso com estes meus olhos. Quando presenciei essas situações disse para comigo que aquele não era local para eu permanecer por muito tempo. Tinha que fugir daquele lugar.
- Quanto tempo é que ficou no "Moçambique D"?
- Fiquei uns seis meses.
E organizei a minha fuga para a Tanzânia.
Então, todo este tempo ainda se estava à espera da ordem para o matar?
- Sim, para me matarem. Entretanto, eu tomei a dianteira porque consegui organizar a minha fuga com destino à Tanzânia. Só que quando chego a Tanzânia sou preso acusado de ter entrado naquele país sem documentação e ainda por cima e sem visto de entrada.
Levado a tribunal, fui condenado a um ano de prisão. Passei muito mal.
Trabalhei na cadeia durante aquele período até ser liberto decorrido um ano. Quer no acto da minha detenção como durante o tempo que estive na cadeia em cumprimento da pena de prisão, mantive a falsa informação de que eu era cidadão malawiano, emitindo propositadamente o facto de ser moçambicano, por temer ser extraditado. Tinha receio de que em caso de descobrirem a minha identidade me pudessem recambiar para Moçambique onde a situação que me esperava não era agradável.
Por isso, fiquei na prisão como malawiano, uma pessoa que não entendia uma palavra sequer de kiswahili, quando, na realidade, eu percebia tudo.
Repare que durante a minha permanência na prisão, as pessoas podiam falar mal da minha pessoa em kiswahili sem que eu pudesse manifestar algum  interesse, porque tinha de manter nas pessoas a ideia de ser malawiano que
entrara para o território tanzaniano pela primeira vez quando fui preso.
Alguns amigos do cativeiro começaram a sentir pena de mim e daí começaram a me ensinar uma língua que julgavam desconhecer e também ia na onda.
O meu comportamento manteve-se assim até concluir o cumprimento da minha pena.
Quando saí da cadeia, continuei a minha viagem com destino ao Quénia, onde me estabeleci e vivi estes últimos 22 anos juntamente com a minha família.
Quando estava preso a sua família estava aonde?
- Não. Eu tenho duas famílias. Há a família que estive com ela durante o tempo da guerra. Essa família está em Inhambane e os meus filhos já estão crescidos.
Agora, esta família que tenho agora e no Quénia é que quando fugi em1977 organizei-me lá no sentido de constituir outra família.
Sabe que em gíria popular tsonga diz-se que um homem viaja sempre com a sua enxada que é para poder cultivar onde quer que esteja.
Então, tenho família no Quénia e quatro filhos, a mais velha das quais já é estudante universitária, lá no Quénia.
Agora, como é que se tornou dirigente da Renamo?
- Eu estava no Quénia a trabalhar, na minha qualidade de engenheiro-técnico de refrigeração. Fui naquele país, professor durante quinze anos.
Professor de quê?
- Professor de refrigeração.
Onde é que aprendeu a refrigeração?
- No Quénia mesmo.
Fui professor desta disciplina por um período de quinze anos e durante esse período fui considerado um dos melhores professores. A razão dessa situação resulta de que muitos professores só ensinam teoria. Mas ao contrário de mim, ensino teoria e ao mesmo tempo ensino prática. Se ensino de manhã teoria à tarde volto à escola para ensinar prática.
Por isso, como vê, no Quénia, eu estava a fazer praticamente a minha vida.
Acontece que uma vez dessas discute-se na Renamo que existe por aí, um fulano com "um rabo muito grande" em matéria de política o qual poderia dar algum empurrão à situação da Renamo. Tal pessoa de quem falavam era exactamente a minha pessoa.
Então, em 1982 eles procuram por mim e apanham-me.
Levam-me para a Renamo e lá me explicam o que queriam de mim e em seguida me dão o posto de Secretário de Relações Externas da Renamo. Essa função foi logo me atribuída.
Logo que falaram comigo e me atribuíram aquelas responsabilidades, logo aceitei porque para além de querer ser de alguma forma útil ao meu País, também queria me vingar daquilo que me tinha acontecido na Frelimo.
Mas deixe-me explicar-lhe que naquela altura a Renamo não era aceite no mundo. Porque em muitas partes a Renamo era considerada como uma organização do antigo colono.
E foi para transformar esta situação que me escolheram. De facto custou-me nos primeiros momentos desvendar aquele mito de que a Renamo era uma organização do colono.
Os boeres temiam que a Renamo passasse para americanos.
Fui para Europa e fui para América. A primeira vez não podia. A segunda vez já tinha bons adeptos da causa defendida pela Renamo. A terceira vez tinha ganho exactamente porque comecei a descrever o comunismo em  Moçambique, a maneira como eu conhecia o percurso das coisas e as explicações apresentadas foram aceites. As explicações foram bem aceites mesmo em lugares muito sensíveis e susceptíveis de não acreditarem facilmente nas explicações que eu apresentava sobre a causa da Renamo.
Essas instituições até diziam: "Não aceitamos nem ao próprio Dhlakama.
Aceitamos a você, mas ao próprio Dhlakama, não".
Mas com tanto trabalho diplomático realizado, fui capaz de penetrar e fazer com que a Renamo e o seu presidente começassem a ser aceites, sobretudo nos Estados Unidos.
Com que organizações americanas é que a Renamo trabalhou nessa altura?
Na América, eu fui convidado a falar de Moçambique na grande Igreja Presbiteriana americana, a qual tem milhões de fiéis. Expliquei-lhes que em Moçambique Deus foi declarado "person non grata" pelo governo da Frelimo e que, para termos contacto com Deus, nós, moçambicanos, tínhamos que viajar para a Suazilândia, África do Sul ou outros países não comunistas onde pudéssemos, à vontade, prestar homenagem a Deus.
Essas minhas palavras tiveram grande impacto no seio dos presbiterianos, os quais, de imediato, prometeram grande apoio moral e financeiro à Renamo.
Fui também falar para uma das mais ricas fundações do mundo, a Jefferson Foundation, a fundação que financiava a UNITA. Falei dos males do comunismo em Moçambique e dos objectivos da Renamo. Fui aceite e recebi imensas promessas de apoio.
Fui levado por uns congressistas americanos até ao Pentágono, onde já  tinham ouvido falar de mim através da Jefferson Foundation e dos presbiterianos. O Pentágono queria que eu apresentasse a nossa lista das necessidades militares. Eu respondi que não era eu a pessoa mais indicada para apresentar a lista das necessidades militares, que isso seria melhor apresentado pelo próprio presidente da Renamo, Afonso Dhlakama. E
perguntaram-me, então, em quanto tempo seria eu capaz de fazer Dhlakama viajar aos Estados Unidos. Eu respondi: em três meses. Então, ficou acordado que dentro de 3 meses eu levaria Dhlakama ao Pentágono.
Conseguiu levar Dhlakama para lá?
Não. Acontece que os meus sucessos diplomáticos eram minuciosamente acompanhados pela representação diplomática da África do Sul nos Estados Unidos, a qual mandou, antes de eu regressar a África sequer, um relatório completo sobre as organizações que eu andava a contactar na América e os seus interesses estratégicos. Esse relatório alarmou os generais sul-africanos que começaram a sentir que a Renamo lhes fugia ao controlo e que corria o risco de cair no controlo dos americanos. Então, os generais sul-africanos mandam informar ao Dhlakama para me matar ou me expulsar o mais rapidamente possível da organização.
E como é que ele reagiu a isso?
- Acatou as ordens dos sul-africanos. Quando terminei os meus contactos diplomáticos na América, a caminho de Pretória onde pretendia prestar o relatório ao presidente da Renamo, passei pela casa, em Nairobi, para ver a família após longas semanas de ausência em serviço da Renamo.
Quando chego a casa, mesmo antes de me encontrar com a direcção da Renamo para prestar o relatório, encontro em casa um documento da Renamo assinado pelo próprio presidente que me informava que eu estava expulso da Renamo a partir daquele momento que eu lia o documento.
Que razões é que apresentaram para tão drástica medida?
Nenhumas razões foram invocadas. Apenas me diziam que a partir daquele  momento eu já não pertencia à Renamo. E tudo acabou aí.
Savana Maputo 27.10.2000