sábado, 10 de janeiro de 2015

FBI recomenda que ex-chefe da CIA seja acusado por divulgação de documentos confidenciais

Investigação à actuação do general David Petraeus dura há mais de dois anos e em causa estão documentos encontrados no computador da biógrafa com quem manteve um romance
David Petraeus e Paula Broadwell ISAF/AFP
O FBI e os procuradores do Departamento de Justiça dos Estados Unidos recomendaram que o general David Petraeus, que chefiou a CIA e liderou as forças norte-americanas no Iraque e no Afeganistão, seja acusado do crime de divulgação de documentos confidenciais à biógrafa com quem teve um romance - noticiou o New York Times.

A investigação dura há mais de dois anos e em causa estão documentos classificados encontrados no computador de Paula Broadwell, major do Exército na reserva, autora do livro All In: The education of General David Petraeus.

Petraeus é considerado um dos militares mais brilhantes da sua geração. Demitiu-se da liderança dos serviços secretos, que liderava há pouco mais de um ano, em Novembro de 2012, depois da divulgação do caso.

Reconheceu que tinha mantido desde 2011, e durante alguns meses, uma relação extraconjugal com Paula Broadwell, mas alegou que os documentos encontrados no computador da biógrafa não representavam um risco para asegurança nacional. Mais tarde, David Petraeus pediu desculpa pelo "erro" do relacionamento extraconjugal com a sua biógrafa.

O caso foi descoberto a partir de ameaças anónimas enviadas por correio electrónico a Jill Kelley, 37 anos, amiga do general, dizendo-lhe para se afastar dele. O FBI veio a descobrir terem sido enviadas por Paula Broadwell.

Os investigadores concluíram que David Petraeus deve ser acusado mas a decisão de o levar a julgamento caberá ao procurador- geral e responsável pela pasta da Justiça, Eric Holder. O New York Times indica que o general, hoje com 62 anos, terá informado o Departamento de Justiça de que não está interessado num acordo judicial que evitaria um julgamento.

O caso foi conhecido três dias após a reeleição de Barack Obama, que mais tarde afirmou que não tinha tido consequências para a segurança nacional.

A relação entre Paula Broadwell, 40 anos, casada e com dois filhos, e o general, também casado e com dois filhos, teria, segundo o diário norte-americano, começado em Novembro de 2011, dois meses após a entrada em funções de Petraeus na CIA, e terminado em Julho seguinte.

Nos Estados Unidos, o adultério não é considerado um assunto pessoal quando é cometido por altos responsáveis que têm acesso a dados secretos.

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