domingo, 11 de janeiro de 2015

TRAGÉDIA DE CHITIMA: VÍTIMAS FATAIS JÁ SÃO 69

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    Tragédia de Chitima: Vítimas fatais já são 69
    Subiu para sessenta e nove o número de pessoas que perderam a vida no passado fim-de-semana na vila de Chitima, distrito de Cahora Bassa, em Tete, depois de consumirem uma bebida tradicional de fabrico caseiro, produzida com base na mapira, farelo de milho e açúcar, vulgarmente conhecida por Phombe.
    Tudo começou na tarde da última sexta-feira no bairro Cawira B, num lugar onde habitualmente se juntam vendedores e consumidores daquele tipo de bebida, quando um grupo de pessoas que regressava de uma cerimónia fúnebre decidiu parar para consumir a bebida.
    A directora distrital de Saúde, Mulher e Acção Social em Cahora Bassa, Paula Bernardo, disse que as primeiras sete vítimas mortais deram entrada na morgue do hospital local na madrugada de sábado. Entre elas estavam a proprietária da fabriqueta da bebida, sua filha e um sobrinho, e quatro membros de famílias vizinhas.
    “Quando nos preparávamos para apurar as causas da morte das pessoas, começaram a entrar em massa pessoas com diarreias e outras dores musculares. A seguir foram trazidos corpos sem vida de vários bairros, o que nos despertou atenção”, explica Paula Bernardo.
    Acrescentou que até ontem 69 pessoas já haviam perdido a vida e outras 196 estavam internadas. A maior parte dos óbitos ocorreu nas enfermarias dos hospitais rural de Chitima e de Songo e nos bairros da vila de Chitima.
    “Estamos a receber apoios de todos os cantos, incluindo dos Governo Central e provincial, organizações humanitárias, religiosas, governamentais e não-governamentais em urnas, medicamentos, meios de transporte e pessoal de apoio, o que está a dar-nos mais força para assistirmos os internados assim como os funerais colectivos”, disse a directora da Saúde, Mulher e Acção do distrito de Cahora Bassa.
    Uma equipa de profissionais da Saúde, liderada pela directora provincial da Saúde em Tete, Carla Mosse Lázaro, já se encontra posicionada em Chitima desde a tarde de sábado e, em contacto com a nossa Reportagem, disse que foram recolhidas amostras que já foram encaminhadas ao laboratório nacional para se apurar o tipo de produto que terá sido introduzido no tambor com 210 litros daquela bebida.
    “Estamos a todo o momento a aguardar pelos resultados dos testes que encomendámos ao Hospital Central de Maputo, para identificarmos o tipo de produto introduzido na bebida”, disse Carla Mosse.
    Encontram-se igualmente em Chitima uma equipa do Governo provincial chefiada pelo Secretário Permanente do Governo provincial de Tete, Samuel Buanar, membros do Comité Provincial do Partido Frelimo e administradores dos distritos de Changara, Moatize, Angónia e Mágoè.
    Para o membro do Conselho de Administração da empresa Hidroeléctrica de Cahora Bassa e empresário em Chitima, Domingos Torcida, tudo indica que se está em presença de um crime e apelou às autoridades para trabalharem de modo a esclarecer o caso.
    “Isto é uma tragédia. Os culpados devem ser encontrados o mais urgente possível para serem responsabilizados”, disse Torcida.
    Entretanto, uma brigada de técnicos da Polícia de Investigação Criminal (PIC) e do SISE está desde sábado a investigar o sucedido, de modo a esclarecer o caso.
    Até às 16.00 horas de ontem, grande parte dos corpos tinha sido sepultada no cemitério de Nsananguè, em Chitima, depois de uma missa orientada pelo Bispo de Tete, D. Inácio Shaur. Os funerais tiveram de ser realizados ainda ontem pelo facto de a morgue do hospital local ser pequena demais e não reunir condições para acomodar muitos corpos, situação agravada pelo intenso calor que se fazia sentir na tarde de ontem na província de Tete.
    Ainda ontem, o Ministro da Saúde, Alexandre Manguele, partiu de Maputo para Tete chefiando uma brigada de sete médicos a fim de reforçarem as equipas médicas que já estão no terreno.
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