sábado, 24 de janeiro de 2015

Washington se prepara para guerra em grande escala contra o Estado Islâmico

Ontem, 17:33

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O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu ao Congresso uma autorização para usar as tropas norte-americanas na Síria e no Iraque contra o Estado Islâmico (EI). Este passo tornou-se necessário porque as operações de combate que os EUA vêm realizando contra o EI desde agosto de 2014, até o presente momento são levadas a cabo no âmbito dos poderes conferidos ao presidente dos Estados Unidos.

A maioria republicana no Congresso declara-se disposta a cooperar com o presidente no tocante ao uso de tropas contra o EI. O acima referido pedido de autorização para usar asforças armadas, embora tenha em vista as operações no Iraque e na Síria, não se limita apenas aos territórios desses países, prevendo a possibilidade de recorrer ao uso da força militar em uma área muito maior, se as circunstâncias o exigirem.
Já há tempo que muitos apontam a necessidade de intensificar os esforços militares norte-americanos. Mas um envolvimento mais sério dos Estados Unidos no combate no Iraque, incluindo o uso de unidades das forças terrestres, só se tornou viável em dezembro de 2014, após o governo do primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi ter concordado em conceder imunidade judicial aos militares norte-americanos presentes no país. Anteriormente, Nouri al-Maliki havia se recusado a fazê-lo, na sequência do qual os EUA retiraram em 2011 todas as suas tropas do Iraque.
O recente passo dado pelo presidente Obama mostra que a guerra contra o EI está entrando em uma nova fase. Apoiadas por aviões da coalizão, as forças do governo iraquiano e do Curdistão autônomo conseguiram parar a ofensiva do EI. Mas os Peshmerga curdos, a milícia xiita e o Exército do Iraque vêm sofrendo grandes perdas em batalhas defensivas. O passar à ofensiva nas áreas habitadas por sunitas precisará de muito mais esforços e de um potencial de combate distinto daquele que esses grupos possuem agora.
Igor Korotchenko, analista militar e editor-chefe da revista Natsionalnaya Oborona (DefesaNacional), acredita que os EUA estão prontos para começar uma nova fase da guerra contra o EI:
"As pré-condições estão preenchidas com a formalização dos procedimentos legais necessários, portanto o que falta é apenas a decisão da liderança política dos EUA. Logo a seguir, poderemos voltar a ver as operações ativas de militares norte-americanos no Oriente Médio. O gênio do terrorismo islâmico, uma criatura da política norte-americana de apoio aos terroristas internacionais em luta contra o regime de Bashar Assad, materializou-se hoje sob a forma de uma ameaça real e imediata para os próprios Estados Unidos".
Igor Korotchenko acredita que a natureza da guerra irá depender das caraterísticas qualitativas e quantitativas das forças e meios que os EUA decidam usar. De acordo com ele, em qualquer dos casos, se tratará de operações de dimensão mais ou menos limitada, usando em larga escala armas teleguiadas de precisão, em particular, drones de ataque. Para o sucesso da operação, será indispensável o envolvimento da componente terrestre, afirma o perito.
O aumento dos esforços norte-americanos no Iraque é ditado pela compreensão de que o prosseguimento da ofensiva nas regiões controladas pelo EI é praticamente impossível sem usar uma força militar moderna. Isso é evidenciado cada vez mais pelas baixas significativas dos Peshmerga curdos e das milícias xiitas.
Portanto, os EUA confirmam que têm de retificar seus erros decorrentes da política irresponsável no Oriente Médio e no tabuleiro internacional em geral, recorrendo para tal à utilização em grandes proporções da força armada, não autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU.

Governo japonês não tem notícias sobre reféns sequestrados pelo EI

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O governo do Japão segue sem ter notícias neste sábado dos dois japoneses sequestrados pelo Estado Islâmico (EI), um dia depois que completou o prazo dado pelo grupo jihadista para o pagamento de um resgate no valor de US$ 200 milhões.

O ministro das Relações Exteriores japonês, Fumio Kishida, revelou hoje que o governo continua tentando confirmar se os reféns estão vivos e que, "por enquanto, não há nenhuma informação sobre seu estado".
Kishida falou na manhã de hoje com a imprensa após uma reunião de crise em Tóquio na residência do primeiro-ministro, Shinzo Abe, à qual também compareceram outros membros do Gabinete.
Por sua vez, o vice-ministro das Relações Exteriores, Yasuhide Nakayama, responsável pela equipe especial que está em Amã, a capital da Jordânia, para tentar solucionar a crise dos reféns, disse que a situação permanece "tensa" e "difícil", uma vez que o prazo dado pelos jihadistas acabou e sem que, aparentemente, o EI tenha feito qualquer anúncio desde então.
"Vamos continuar focados em conseguir informações de diversas fontes e agir em consequência", explicou Nakayama aos meios de comunicação japoneses na noite de ontem, na capital jordaniana. Além disso, o vice-ministro garantiu que a prioridade do governo é "salvar vidas humanas".
Em um vídeo publicado na internet na última terça-feira, um suposto membro do grupo jihadista deu um prazo de 72 horas ao governo do Japão para pagar US$ 200 milhões e evitar a execução de dois reféns de nacionalidade japonesa.
Uma vez cumprido o prazo nesta sexta-feira, as autoridades de Tóquio garantiram que continuarão fazendo o possível para libertar os reféns.
O governo revelou que mantém contato com países como Jordânia e Turquia para, através deles, conseguir chegar a autoridades religiosas e líderes locais que ajudem o Japão a conseguir a libertação dos dois reféns.
Muhammed Ibrahim, um membro do grupo opositor sírio Coalizão Nacional Síria (CNFROS), revelou, por sua vez, à emissora pública japonesa NHK que seu grupo está ajudando o Japão a conseguir a libertação dos dois reféns.
Ibrahim explicou que alguns membros da coalizão estão recolhendo informações sobre os reféns a pedido do governo japonês.
Os dois japoneses sequestrados pelo Estado Islâmico são Kenji Goto, um conhecido jornalista freelancer de 47 anos, e Haruna Yukawa, um homem de 42 anos que aparentemente viajou à Síria para montar uma empresa de segurança e que acabou se unindo a um grupo rebelde, rival do EI.
-- Folha Online



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