sexta-feira, 13 de março de 2015

Aquele cidadao baleado apenas estava defender um direito: a Vida digna atraves do seu trabalho em que a bicicleta é crucial.

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Em 2008, Joseph Hanlon e Teresa Smart publicaram um livro com o título " Moçambique: há mais bicletas, mas há Desenvolvimento?". Os autores tentam compreender a importância simbólica e real que a bicicleta assumiu na vida de milhares de moçambicanos nas provincias do Centro( Zambézia concretamente). 
Relembro os dois autores a propósito do baleamento ontem , em Lichinga( norte de Moçambique), pela Polícia da República de Moçambique, de 05 cidadaos, com uma vítima mortal. O motivo foi a bicicleta, de acordo com as alegacoes. Ou seja, o cidadao, vendo-se na iminência de perder a sua bicicleta a favor da polícia por nao ter pago o respectivo imposto (30, 00mt menos de u$d 1.00), resistiu em entregar a bicicleta o que resultou no baleamento. Depois a revolta popular.
O motivo é aparentemente torpe. Entretanto, considerando que a bicicleta é o único meio de produçao que milhares de moçambicanos possuem, retira-la do proprietário significa retirar-lhe o meio de subsistência, reduzindo-o a um indigente. E torna-lo um improdutivo, ante as responsabilidades que ele tem para com os seus dependentes. O pacato cidadao vive do seu trabalho e a bicicleta é o único meio de que dispoe para trabalhar.
Um trabalho árduo que, talvez, diariamente, nem consegue fazer os 30,00 meticais cobrados pela polícia municipal como imposto. Nao entendo qual a fórmula usada para este o cálculo deste imposto num país onde se vive com menos de u$d 1.00, ou seja, menos de 30,00 meticais por dia.
Aquele cidadao baleado apenas estava defender um direito: a Vida digna atraves do seu trabalho em que a bicicleta é crucial. 
A polícia e as nossas instituiçoes de impostos parece que nao entendem este outro lado da moeda.
Ao finado nessa mais uma vergonha nacional Paz a sua alma!
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  • Brazao Catopola Good, muito bem visto a situação
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  • Carlos João Morais o motivo pode ser do tempo de formação dos polícias, eu acho que aquilo não é formação mais sim uma capacitação, no final de tudo saem de la sem uma formação" que duvido que é" depois começam a fazer e desfazer nas vias pública.
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  • Raul Chambote Caro Tony Ciprix, infelizmente estamos neste cantinho da terra onde os homens estão ávidos de fazer a colheita do que não semeiaram. Os que tem mandato de cobrar o impostos ignoram por completo a dinâmica sócio-económica simbolizada pela bicicleta em Moçambique.
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  • Manuel Mageta Taque Boa reflexão Tony Ciprix. O ESTADO deve ser responsabilizado pela atitude dos seus agentes. Não há nada que pague uma vida, mas preciso não dar coro acções do género. A polícia deve aprender a neutralizar as pessoas sem uso da força.
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  • Isaias Gabriel Antonio Raiva Vergonha das grandes. Comentando este e outros assuntos acabamos parecer os que amam a critica (como se a critica fosse algo erado numa sociedade evoluida). Espero que isso fosse entendido como cidadaos que falam como forma de contribuir com ideias para seu pais e sociedade. QUEM NAO TEM BOAS IDEIAS, NAO FAZ NADA DE MELHOR. Que a vitima descance em paz.
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  • Ergimino Mucale Parabéns, Ciprix. Eu nem sequer tinha acompanhado a notícia. O nosso imposto é tão importante para ser cobrado, e tão suficiente para sobrar para ser usado contra os que não o pagam. Não ponho em causa a cobrança do imposto, de que muito depende o nosso desenvolvimento, mas absolutizar o imposto ao ponto de relativiziar, melhor, banalizar, a vida humana assim, «não dá para aceitar».
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  • Alessandro Carmo Amigo Tony Ciprix, escreva uma poesia sobre o acontecimento insustentável. Insustentável no que diz respeito a dignidade humana, e TB em seu sentido ecológico. Faço leituras aqui na escola p falar sobre política e sustentabilidade.
    Já estou vendo o senhor fazendo uma peça teatral p falar da política de Moçambique, através deste acontecimento.
    Abraço....
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  • Gilberto Mariano Curti a sua reflexão. Sao mortes, destruicao de residencias, prisões arbitrarias, etc... é simplemente lamentável q os servidores públicos tenham uma predisposição em desgraçar a vida dos outros em nome do "bem servir". Qndo chamados a verdadeiramente bem servir, não fazem porcaria nenhuma. Estamos f...
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