sexta-feira, 13 de março de 2015

Factores fracturantes da Unidade Nacional

Factores fracturantes da Unidade Nacional
Há bem pouco tempo, "postei", aqui mesmo, excertos das reflexões feitas em sede da Agenda 2025 (2013) sobre os factores actuais de Unidade Nacional, tema ora na ordem do dia. O mesmo tema foi agora retomado - e na mesma linha- pelo Conselho Permanente da Conferência Episcopal de Moçambique, (Assembleia dos Bispos Católicos), reunido em Guiua (Inhambane) no dia 26 de Fevereiro último. E o comunicado final diz, a dado passo:
"…a injustiça gritante da pobreza esmagadora da maioria, enquanto alguns enriquecem desonestamente e vivem no fausto; a ausência de transparência na exploração dos recursos naturais e o total desrespeito do meio ambiente; a extorsão de terras aos camponeses nacionais para a implantação de megaprojectos que só favorecem as multinacionais estrangeiras e uma minoria insignificante de cidadãos moçambicanos; a ambição desmedida de funcionários públicos que fazem da corrupção, da pilhagem e do branqueamento de capitais o seu modus vivendi, para o próprio enriquecimento; o recurso à força, arrogância e intolerância para impor as próprias ideias e opiniões; os pleitos eleitorais feridos frequentemente de irregularidades, reduzindo assim a sua atendibilidade e anulando a participação do povo na escolha dos governantes do país; a exclusão social, económica e política de tantos moçambicanos; tudo isso torna a nossa «unidade nacional» cada vez mais tremida e nos impede de ser uma verdadeira família, onde cada membro se ocupa pelo bem-estar do outro".
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  • Zeferino Fanequiço TPC para FJN. Duro mas nao impossivel de resolver com a necessaria celeridade, diligencia e algum tacto.
    10/3 às 7:33 · Gosto · 1
  • Titos Cau Nao sabia que a igreja catolica se tinha tornado numa filial da CIA.
  • Manuel J. P. Sumbana Sim, Titos Cau. Tal como uma boa parte do povo Moçambicano. A CIA está bem servida.
  • Paulo Besteleve Besteleve Paulo Quando me dá agenda 2025 me faz lembrar o homem que esteve com esse assunto na manga de camisa, o há falecido Dr.Davide Alone 31 de agosto 2009
  • Tomas Mario Tenho uma grata memória do Dr. David Aloni, Membro do Conselho de Estado. Enquanto deputado da Assembleia da República, era a nossa (MISA Mocambique) segunda "porta de entrada" na Magna Casa, sendo o Dr. Teodato Hunguana a primeira, nos primeiros anos da nossa campanha pela aprovação da Lei do Direito à Informação (2005, 2006…)! Nessa altura, muitos deputados não faziam ideia do que fosse nem para que serviria uma tal lei, aliás encarada com muita suspeita nos meandros do Governo…Que a sua alma repouse em Paz!
  • Julião João Cumbane Titos Cau, eu sou católico. E como aprecio o culto católico! Porém, devo dizer que nas entranhas desta instituição religiosa há grandes podres que não sei se o Papa Franscisco I vai conseguir despachar para a lixeira ainda em vida. É que a Igreja Católica é uma organização profissionalizada na desorganização de Estados, sobretudo aqueles Estados que não albergam comodamente os seus interesses desta instituição e são fracos. O Tomas Mario provavelmente até sabe disso (também só creio). Por isso, eu entendo o eco que ele faz da "resolução" do Conselho Permanente da Conferência Episcopal de Moçambique noutro sentido, nomeadamente que "saibamos e estudemos o que esta instituição pensa de Moçambique, para podermos saber como intervir a bem de nós próprios".

    Os Bispos da Igreja Católica Apostólica Romana sabem que em todo o mundo se faz aproveitamento do poder político para ganhos pessoais. Com isto não quero dizer que isso é legítimo. Quero dizer, isso sim, que quando se fala da corrupção—que é o fenómeno que cria a exclusão que se condena no comunicado citado pelo nosso amigo TVM (ou Tomas Mario) e partilhado por Manuel J. P. Sumbana aqui—é preciso que se tenha tacto para não glorificar inglórias. Nenhum partido político gorvernará nenhum Estado deste mundo sem corrupção. Mesmo no Vaticano há corrupção, e do mais alto nível! A corrupção existe em todo o local onde há competição por qualquer coisa (e.g. comida, dinheiro, poder, ...). O momento que «Assembleia dos Bispos da Igreja Católica em Moçambique» escolheu para fazer este tipo de comunicados é muito sensível. É preciso melhor tacto do que tiveram para dizer o que disseram no comunicado desta sua conferência de Guiua. Eu protesto!
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  • Hermes Sueia Professor Julião Cumbana, num exercício profundo de culto à corrupção. Completamente rendido..........Afinal, trata-se de uma fatalidade, que assola até o Vaticano. Sendo assim, nada a fazer. Temos que aceitar conviver com ela. Na Paz de Deus. Permita-me mais uma vez, manfestar a minha total discordância, Professor Cumbana. Há sempre espaço para construir um mundo melhor.
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  • Manuel J. P. Sumbana Subscrevo, Hermes Sueia. E a acredito piamente que os católicos de todo o mundo devem ajudar o Papa Francisco a limpar a sua igreja rejeitando e combatendo a corrupçâo nos seus países. 

    Em relação a falta de tacto foi disso que o Gilles Cistac foi acusado antes de ser executado. Só que gente íntegra não coloca nunca a verdade refém das conveniéncias de um grupelho de politicos corruptos e poderosos.
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  • Julião João Cumbane Hermes Sueia, estás equivocado se pensas que estou bradar a favor da corrupção. Estou a dizer, isso sim, que esse mal é muito sério e que os próprios «moralistas» são os primeiros corruptos (até sexuais!). Combater a corrupção é necessário, mas não devemos desejar a sua eliminação. Não pode eliminar a corrupção, mas pode e dever ser controlada! A questão então a passa a ser como controlar eficazmente a corrupção? E se será que temos vontade real para fazer isso? Esta pergunta deve ser feita também a esses bispos. (...).
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  • Manuel J. P. Sumbana Se os bispos fizeram esta declaraçáo a tua pergunta a eles jà està respondida antes de ser feita.
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  • Nkuyengany Produções quem põe o guizo ao "pato'
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  • Carlos Nuno Castel-Branco É interessante, este discurso sobre tacto político e oportunidade (momento oportuno) político, que começa a ser linguagem comum de alguns dos "intelectuais" orgânicos nacionais. Nos ataques a Cistac, ele foi acusado de se pronunciar em momento inoportuno politicamente. Devem, os arautos, ter também decidido que ele estava a viver inoportunamente, do ponto de vista político. Assim, calaram-no. Depois ele foi criticado, já sem vida, de não ter tido tacto político. Agora, ao comunicado da igreja católica também falta tacto político e sentido de oportunidade temporal. Este tipo de discurso levanta-me algumas questões. Quem define a oportunidade política temporal do debate de um assunto nacional que a todos, e não apenas a duas organizações belicistas, diz respeito? Na antiga RDA, o PSUA definia os assuntos que os órgãos de informação podiam e não discutir num certo momento. Quem o faz em Moçambique? Quem está constitucionalmente legitimado para o fazer? Como a inoportunidade do Cistac já foi oportunamente tratada, já não lhe posso perguntar. Na mesma lógica e linha de pensamento, como é que os gurus do sentido de oportunidade política e do tacto político avaliam a oportunidade e tacto da difamação, do racismo, da mentira, da arrogância, do baixismo e das ameaças pessoais que esses mesmos gurus lançaram e lançam contra o Cistac e outros? Dado que nenhum deles se referiu a ou discutiu os argumentos concretos de quem atacam (o ataque a Cistac foi à ousadia dele se ter pronunciado sobre a matéria em termos não favoráveis aos mandantes do G40, e em nenhum momento ao mérito ou demérito dos seus argumentos reais; o mesmo acontecendo nos ataques aos restantes da lista), a tal inoportunidade e falta de tacto politico aplicam-se exactamente a quê? À substância? À forma (seja qual for a substância)? À ousadia (sejam quais forem a substância e a forma)? À temporalidade? Porque motivo devem académicos/as e analistas seguirem o relógio político e o manual politiqueiro se eles/elas não são políticos ou politiqueiros nem se encontram ao serviço de políticos ou politiqueiros? Quando é que é oportuno pensar e discutir um assunto? Se um assunto estiver a ser abertamente discutido em comícios populares por políticos e politiqueiros, e ameaça ficar um assunto de confrontação bélica ou de outro tipo, como se pode definir de inoportuna e ausente de tacto uma intervenção informada e equilibrada de um académico que esclarece termos e parâmetros e torna possível o debate político real? Qual é o tacto e sentido de oportunidade contido na frase "ele é ingrato e incomoda toda a gente" usada pelo porta voz da Frelimo dias antes do assassinato de Cistac? Se esta frase não foi inoportuna e ausente de tacto então é porque tinha uma missão? Será isso? Evidentemente, isto tudo é independente de concordar ou discordar da substância do comentário do Cistac que, tal como qualquer outra pessoa, não é inquestionável no mérito do que pensa e diz (embora seja inquestionável no que diz respeito ao direito de pensar e de dizer o que pensa e de viver e de não ser difamado por pensar autonomamente).
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  • Tomas Mario Prefiro - e sempre defendi esse princípio - encarar qualquer assunto na sua própria essência, no seu próprio conteúdo, em vez de o associar a quem o coloca em debate na esfera pública! Caro amigo Juliao Joao Cumbane, certamente que eu teria lido com muito mais interesse o seu comentário, se este procurasse rebater as opiniões dos Bispos Católicos Moçambicanos. Porém, em vez disso, o meu caro amigo preferiu ir "arrombar portas há muito abertas"… do Vaticano e criar um discurso de desculpabilização dos corruptos, com o argumento de que todos os governos são corruptos… Nas ciências de argumentação trata-se de um tipo de falacia denominada "apelo ao público". Ou seja: alguém é acusado de ter cometido um crime; contudo, em vez de procurar provar a sua inocência, grita aos quatro ventos: "todos aqui sabem que eu sou uma boa pessoa…." Que pena!
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  • Julião João Cumbane Tomas, há um equívoco na tua interpretação do meu comentário, meu prezado amigo. Eu pretendo a «desculpabilização dos corruptos», mas sim a coerência! Nunca li comentários ou "comunicados" dos líderes católicos em Moçambique condenando as acções da Renamo e do seu líder. Por que será? Aquilo que o Afonso Dhlakama está a fazer neste momento não é corrupção? Quem fala disso? E por que os outros não falam? Sejamos coerentes, é o que estou a dizer. A corrupção tem que ser controlada por todos nós em todas as nossas instituições. Não me parece que dizer isto é desculpabilizar os corruptos. Vejo isto como um apelo para o combate contra a corrupção possa ser eficaz. Tentei fazer claro o meu ponto, quiçá deixe de ser pena!
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  • Nkuyengany Produções Senhor Julião Cumbana Não nos Distraia por favor.....Obrigado
  • Julião João Cumbane Nkuyengany Produções, vós não ireis fazer prisioneiro da minha educação e dos meus diplomas! Espero que me tenhas entendido.

    Carlos Nuno Castel-Branco, a erudição de cada um de nós é deve iformar qual é o momento adequado para nos pronunciarmos sobre certas matérias e modo de o fazermos. Jules Verne (ou Júlio Verne) (1828-1905) escreve novelas sobre viagens para a Lua que um século depois se vieram a concrtizar. Não estás a pensar, tu Carlos Nuno Castel-Branco, que ninguém mais sabia interpretar a Constituição da República de Moçambique (CRM), senão o Gilles Cistac (Deus o tenha!). Ou será que pensas assim. Se não, então por que não perguntas por que outros não se pronunciaram no mes o diapasão do ilustre Professor? Que somos educados para sermos plenamente livres, é um facto. Mas usufruto correcto da liberdade também carece da mesma educação, sob pena de incorrermos em perigo de vida. Tu foste ouvido na Procuradoria Geral da República em razão da tua falta de tacto no gozo das tuas liberdades. Por favor, não nos ensina que não é preciso sermos educados para sermos plenamente livres, tampouco que as nossas liberdades são ilimitadas! Convenhamos!

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