segunda-feira, 16 de março de 2015

Membros do G40 "na boca" da Polícia

O Jornal Público parece que me surpreende a cada edição que faz semana após semana. O facto é que hoje traz uma notícia no mínimo curiosa e alarmante:
-> Assassinato do Professor Gilles Cistac
---> Membros do G40 "na boca" da Polícia
----->As primeiras detenções poderão ocorrer nos próximos dias
"Segundo informações de última hora que nos chegaram no momento em que fechávamos a presente edição, um grupo de membros do famoso G40 poderá nos próximos dias recolher às celas por ordens vindas da Procuradoria Geral da República. Trata-se de um comentador político, que agora chefia o departamento jurídico de uma instituição que garante a segurança do Estado, um ex-ministro do Governo de Guebuza, dois membros do secretariado do Comité Central da FRELIMO, e um advogado polémico que parecia andar desaparecido na praça. Estes cinco elementos do famoso G40 são indiciados de terem publicamente demonstrado o seu interesse pela morte do Professor Catedrático Gilles Cistac, a avaliar pelos seus comentários públicos, alguns feitos em programas televisivos, outros radiofónicos e em alguns jornais da praça conotados com o regime do dia"
PS1: O Jornal Público parece ser uma espécie de SISE em Moçambique;
PS2: Essas declarações do Público podem ser conotadas como violação do segredo de justiça;
PS3: O Jornal Público hoje fala e admite com toda naturalidade a existência do G40, o que não o fazia até duas edições atrás.
Gosto ·  · 
  • Iva Naene Xi,a coisa ainda vai amargar! Esse jornal retrata o futuro, é um jornal profeta,nice!
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  • Manuel Horacio Frengue Viva a liberdade de imprensa
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  • Galdino Shortcut Muazeia Uhm... Assim já deixa os possiveis indiciados em alerta, e com tempo de articularem estratégias! Foi inconveniente a abordagem dessa informaçäo pela imprensa (caso seja credivel a informaçäo).
    9 h · Gosto · 1
  • Carmen Ernestina Houve muita precipitação em divulgar esta informação!
    A ser verdade, os indiciados ja estao em maximo alerta!
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  • Emanuel Anti-Heroi O Nuvunga não e' dos 40Gatunos? Ou foi corrido?
    8 h · Gosto · 1
  • Matias Mateus Fofoca
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  • Hassan Osman Houve precipitação ou foi uma forma de alertar!
    8 h · Gosto
  • Dércio Ernesto Emanuel Anti-Heroi, o Nuvunga saiu do Público.
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  • Dércio Ernesto Muita precipitação que pode também ser estratégica...mas, cheira-me aqui um mau trabalho jornalístico.
    7 h · Gosto · 2
  • Estevao Sambo Sambo que sejao preso essex do volgo G40
    4 h · Gosto
  • Arcénio Luís Mbalane Com Nyusi, a política nacional anima pa!!! Está tudo interessante...
    1 h · Gosto · 1
  • 11 h · Maputo · Editado · 
    DO G 40 ÀS PREMISSAS DA ANÁLISE POLÍTICA INCLUSIVA
    O que também me deixa em estado de sítio neste meu país martirizado pelas calamidades naturais e humanas tem sido a forma como o escândalo originado pelo caso G 40 veio expor aos olhos de todos nós a fragilidade dos critérios de selecção de analistas políticos nos nossos serviços públicos de comunicação social, critérios esses que deviam ir ao encontro dos princípios, valores e normas fundamentais que norteam os objectivos do nosso sector público da comunicação social. A evidente ausência de critérios objectivos de selecção de analistas políticos ora exposta acaba por abrir espaço para que os mesmos não sejam seleccionados em conformidade com o interesse público que caracteriza os objectivos de qualquer serviço público que se preze, mas sim através de critérios subjectivos congeminados pelos seus gestores editoriais, abrindo espaço para o império do nepotismo, do clientelismo e de outros ismos de igual espécie e equivalentes também à corrupção. É assim que uma rádio e uma televisão públicas acabam por transformar o espaço da opinião, do debate e do comentário, que dele se espera brote o respeito pela diversidade de ideias, num clube de amigos do partido que, estando no poder, acaba por fazer desses órgãos sua propriedade privada. Isto se torna ainda mais questionável se tivermos em consideração que temos hoje em dia uma análise política mais virada para a discussão dos discursos dos políticos do que uma análise que esteja virada para a discussão de políticas públicas. Para a análise política que discute os discursos dos políticos, torna-se fácil a infiltração dos G 40s e companhia lda e quejandos, os quais se vão especializando em emitir mensagens contra tudo aquilo que seja obra proveniente da oposição, assim como do pensamento que se pretenda alternativo aos discursos do poder político. Para a análise política virada para a discussão de políticas públicas, não bastará somente acomodar no estúdio aqueles homens de serviço do G 40, apontar-lhes as câmaras e os microfones e deixá-los ali a destilarem o seu veneno contra os que eles consideram pejorativamente serem moçambicanos de origem goesa, críticos de Maputo, espíritos agitadores, apóstulos da desgraça e outros epítetos dados a homens tidos como inimigos jurados do poder político. Será, pois, necessário conhecer pessoas que estão no terreno a acompanhar o desenvolvimento das políticas públicas nas mais diversas áreas, desde a educação, saúde, habitação, ambiente, criminalidade, agricultura, segurança alimentar, água e saneamento, direitos humanos, cidadania, liberdade de imprensa, direitos civis e políticos, entre outras. Porque, de facto, Moçambique tem muito mais gente a trabalhar na monitoria e advogacia das políticas públicas em diversas áreas de intervenção do Estado do que somente um grupo reduzido a 40 agentes de propaganda encapuçados de analistas políticos. É tempo de revermos os critérios de selecção de analistas políticos nas nossas rádios e televisões públicas, a fim de que deixem de estar a mercê da subjectividade e passem a ser baseados na objectividade. Comecemos, pois, por avançar desta actual análise política dos discursos dos políticos, também não menos importante, para uma análise política das políticas públicas nas suas mais diversas áreas. Só em 2005, havia, em Moçambique, segundo relatórios do Instituto Nacional de Estatísticas, mais de cinco mil organizações da sociedade civil contra as pouco mais de 100 mil que existiam na África do Sul. Dessas cerca de cinco mil, cerca de 70% situavam-se em apenas cinco províncias, ao passo que as outras cinco províncias albergavam os outros 30%. De resto, questões políticas ocupavam uma boa parcela dessas organizações: 25% eram de caráter político. 75% estariam a operar nas áreas do desenvolvimento, educação e saúde. De 2005 a esta parte, o número aumentou em grande medida. Portanto, não faltam analistas de políticas públicas neste país, que podem ser accionados e colocados em cena, a fim de que o debate político não se reduza a um grupo de 40 indivíduos escolhidos por critérios subjectivos questionáveis num país com cerca de 23 milhões de habitantes. Eu mesmo poderia recomendar alguns, até porque são meus amigos aqui nesta rede social, não sendo pela amizade que nutro por eles que os aponto, mas porque critérios objectivos poderão também identificá-los, como sejam nas áreas do ambiente (Carlos Serra e Alda Salomão), dos direitos humanos e cidadania (Custódio Duma, João Nhampossa, Alice Mabota, Ivete Mafundza), da justiça criminal (AJ Frangoulis, Elísio de Sousa, Rodrigo Rocha, Elvino Dias), da justiça alternativa (João Carlos Trindade), das reformas legais (Abdul Carimo), dos recursos minerais (Carlos Nuno Castel Branco), da transparência e integridade pública (Baltazar Fael, Fátima Mimbire, Borges Nhamire, Lázaro Mabunda), do direito à informação (Ericino de Salema, Benilde Nhalevilo, Ernesto Nhanala, Egídio Vaz, Arsénio Manhice, Milton Machel, Palmira Velasco, Rui Lamarques, Luís Nhachote), da saúde (Jorge Matine), da política doméstica (José Macuane, João Pereira, Miguel de Brito, Egídio Vaz, Adelson Rafael, Mohamad Yassine, Régio Conrado, Alberto Ferreira), da política internacional (Irae Lundin, Constâncio Nguja, Simão Nhambe, Elídio Cuco, Sansão Nhancale), da juventude (Salomão Muchanga e Quitéria Guirengane), do género (Graça Samo, Suzete Marques), dos direitos dos consumidores (Mouzinho Nicols), dos direitos das minorias sexuais (Danilo) e outros tantos que não tenham necessariamente que vir de listas impostas pelo partido no poder, mas sim das pesquisas que se podem fazer das pessoas que estão no terreno a monitorar e advogar em politicas públicas. Homens e mulheres de bem que não sendo propriamente uns “moçambicanos de gema”, eles têm muito de Moçambique. É só procurá-los nas marchas pela justiça, segurança e bem-estar social que irá encontrá-los a exercerem o seu activismo, sem esperar que eles direccionem as suas marchas com vista ao desmantelamento das “regiões autónomas” do G 40 nas estações públicas de rádio e televisão. Só assim se farão cumprir os desígnios de um serviço público de rádio e televisão que se considere responsável pela consolidação da unidade nacional, da defesa dos interesses nacionais, da promoção da democracia, da justiça social, da elevação da consciência social, educacional e cultural dos cidadãos, do acesso atempado dos cidadãos a factos, informações e opiniões, da promoção do diálogo entre os poderes públicos e os cidadãos como impõe que o seja a nossa lei. Do mesmo modo, as rádios e televisões privadas não podem ser vistas como tubos de escape dos que não estão autorizados via listas para exercerem a liberdade de expressão nas nossas estações públicas. O que temos, em sentido contrário, é uma rádio e uma televisão públicas que funcionam como pequenos observatórios que nos ajudam a testemunhar um pouco do que é todo o universo da exclusão dos cidadãos na participação social, política e económica que nos rodeia. Não é por acaso que Egídio Vaz teria anunciado nesta mesma rede social o seu regresso aos debates na televisão pública quando foi convidado na quinta-feira última para debater a legislação sobre a utilização das redes sociais, depois do embargo que vinha sofrendo naquela estação desde 2012, segundo as palavras dele. O mau serviço da EDM na noite de quinta-feira veio impedir os telespectadores de testemunharem o regresso de um dos tantos actores excluídos do exercício da liberdade de expressão na nossa televisão pública. É preciso libertar as “regiões autónomas” do G 40 instaladas na análise política das nossas estações públicas de rádio e televisão. E a Luta Continua!
    Major-General Henri Miller
    Gosto ·  · 

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