quarta-feira, 4 de março de 2015

Passos alvo de cinco processos no fisco




Entre 2003 e 2007, Pedro Passos Coelho foi alvo de cinco processos de execução fiscal. Quem o diz é o semanário Expresso, que assegura ter tido acesso a documentos que comprovam os atrasos que o primeiro-ministro admitiu ontem ter tido na entrega de declarações de IRS.

Segundo o jornal, os processos ascendem a quase seis mil euros. Mas o gabinete do primeiro-ministro recusou confirmar ou desmentir a informação a que o Expresso teve acesso.

Passos tentou, esta terça-feira no discurso de encerramento das jornadas parlamentares do PSD, antecipar a polémica, admitindo ter sido questionado por um jornal sobre atrasos na entrega de declarações às Finanças.

"Podem crer que eu muitas vezes me atrasei", adiantou Passos Coelho, sublinhando nunca ter deixado de cumprir as suas obrigações. "Nunca deixei de solver as minhas responsabilidades", disse, para rematar com um: "não tenho nenhuma dívida ao fisco".

"Faço questão de o dizer aqui hoje porque tive ainda ontem conhecimento de que há jornalistas e jornais que querem expor pormenores da minha vida fiscal com o propósito de mostrar que somos todos iguais", disse num discurso onde se apresentou como um homem sério, mas não perfeito.

Numa alusão aos processos disciplinares movidos pela Autoridade Tributária contra funcionários que indevidamente terão tido acesso à sua informação fiscal, Passos garantiu estar disponível para falar sobre a sua relação com as Finanças.

«Quem quiser remexer na minha vida não precisa de se dar a tanto trabalho nem quebrar deveres de sigilo", disse no discurso o primeiro-ministro, que o Expresso garante não ter querido prestar quaisquer esclarecimentos sobre os elementos que comprovam processos fiscais de que terá sido alvo.

No discurso que acabou com uma longa ovação de pé, Passos considerou que as notícias sobre o seu cadastro fiscal fazem parte de uma estratégia de ataque pessoal, levada a cabo por adversários sem um projecto político para apresentar nas legislativas.

“Eu estou pessoalmente e a minha família está pessoalmente preparada para enfrentar todo esse tipo de debate político", garantiu, reforçando a ideia de que está pronto a "enfrentar este ano eleitoral nos termos em que ele se está a desenhar ".

margarida.davim@sol.pt

Responsáveis da Segurança Social detidos

  
 
SOL |
 
04/03/2015 12:15:07
    

Helena Garcia/SOL



A Polícia Judiciária está a realizar hoje cerca de 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias no âmbito de uma operação de combate à corrupção num inquérito do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.

A PJ e a Procuradoria Geral da República confirmaram à Lusa a realização das buscas, indicando apenas que estas estão a decorrer "no âmbito de um inquérito que corre termos no DIAP de Lisboa por alegada corrupção".

A notícia foi avançada pelo Correio das Manhã, que noticiou terem já sido detidas cinco pessoas, entre as quais dois responsáveis do Centro Distrital de Lisboa da Segurança Social, um advogado e um técnico oficial de contas.

A operação está a ser realizada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária, sob a orientação do DIAP de Lisboa.

Na passada semana, em entrevista à Renascença e ao "Público", a procuradora-geral da República tinha falado de "uma rede que utiliza o aparelho de Estado" para corrupção.

Apesar das falhas que têm sido apontadas a Portugal neste combate, Joana Marques Vidal defendeu que o Ministério Público está a fazer a sua parte contra estruturas que se aproveitam do aparelho de Estado e da administração pública para "actos ilícitos, muitos na área da corrupção".
Lusa/SOL

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