sexta-feira, 6 de março de 2015

Paulo Pereira Cristóvão fica em prisão preventiva

O ex-agente da PJ e antigo dirigente do Sporting fica em prisão preventiva por suspeitas de envolvimento numa rede que se dedicava ao assalto de residências.
NUNO FERREIRA SANTOS
O ex-inspector da Polícia Judiciária (PJ) e antigo vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão foi detido na terça-feira por elementos da Unidade Nacional de Contra Terrorismo (UNCT) daquela polícia, por suspeitas de envolvimento numa rede que se dedicava ao assalto de residências. O grupo terá roubado perto de uma dezena de habitações, causando prejuízos que somados atingem várias centenas de milhares de euros. Pereira Cristóvão é suspeito de terem sido autores morais de um crime de roubo qualificado, três de sequestro e ainda de associação criminosa.
Também em prisão preventiva, e por crimes idênticos, fica o dirigente da claque leonina Juve Leo conhecido por Mustafá, Nuno Vieira Mendes. A decisão foi tomada esta tarde pelo juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal Carlos Alexandre. Já ao terceiro suspeito ouvido pelo magistrado, o fotógrafo profissional Nuno Lobito, foi aplicada uma medida de coacção bem mais leve: apenas termo de identidade e residência. Ficará assim em liberdade a aguardar que a investigação prossiga.
Tanto Pereira Cristóvão como Mustafá seriam  responsáveis pela sinalização de potenciais vítimas dos roubos. Tudo era minuciosamente planeado, com osalvos a serem escolhidos por terem objectos de valor em casa. Alguns eram conhecidos de elementos do grupo que, para afastarem a possibilidade de serem reconhecidos, não iam para o terreno nesse assalto. Era, aliás, habitual os suspeitos alternarem a sua presença nos roubos.
Nem Pereira Cristóvão – que foi vice-presidente do Sporting no mandato de Godinho Lopes, após ter sido candidato a presidente do clube - nem os outros dois homens detidos, com idades entre os 37 e os 49 anos, terão tido intervenção directa nos assaltos.
Este grupo, que integrará três agentes da PSP, actuava de uma forma peculiar já que mascarava os seus assaltos de buscas policiais. Falsificariam mandados e, por vezes, os assaltantes apresentar-se-iam fardados para credibilizar as falsas operações. Os três homens ouvidos por Carlos Alexandre, juntamente com outros 12 suspeitos, "integravam uma organização criminosa dedicada ao roubo no interior de residências, que simulavam tratar-se de verdadeiras acções policiais para cumprimento de buscas domiciliárias judicialmente ordenadas”, descreveu a Polícia Judiciária num comunicado.
Esta é a segunda operação da UNCT no âmbito desta investigação dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal, a estrutura do Ministério Público dedicada à criminalidade violenta e altamente organizada. A primeira teve lugar em Julho do ano passado e levou à detenção de 12 pessoas - onze homens e uma mulher, com idades entre os 31 e os 43 anos - presumíveis autores da prática dos crimes de associação criminosa, sequestro, roubo qualificado, usurpação de funções, abuso de poderes e detenção de armas proibidas. Entre eles estão os três agentes da PSP que ficaram em prisão preventiva com mais cinco elementos do grupo.

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