Faleceu General José Moiane(3)
RESPOSTA A MUTCHAY MOIANE…
Filha ou esposa de Tenente General de campo José Phahlane Moiane?
Li com muita atenção o seu comentário que começa por dizer que “desconhece por completo o tal dito protagonismo heroico deste ex-camarada Zeca Caliate, mas tanto quanto pude apurar, neste momento, encontra-se a residir em Portugal, desde que por iniciativa própria desertou da Frelimo e do seu país… Portanto não vejo nenhum espaço para que um cidadão português ofender uma nacão que não lhe pertence, preocupe-se com a sua pátria, Portugal e com os seus Generais Portugueses!
Para quem consegue escrever tão bem as inverdades ou barbaridades, Salomé Moiane jamais foi esposa de José Moiane, Dinis Moiane jamais foi irmão de José Moiane e querendo ou não, José Moiane é e sempre será o “HEROI DA REPUBLICA DE MOCAMBIQUE”.”
ESTE EXCERTO ACIMA REFERENCIADO É DA AUTORIA DA FILHA OU DA ESPOSA DO FALECIDO TENENTE GENERAL JOSÉ PHAHLANE MOIANE:
Querendo ou não, eu sou o General Zeca Caliate, CHINGÒNDO, o sobrevivente da Teia do Mal da Frelimo!
E por isso, respondo o seu comentário, letra por letra: Eu conhecia muito bem o seu pai ou marido (muito antes da sua existência), desde 1965 no 1º campo militar da Frelimo em Kongwa no Tanganica e obviamente cada um seguiu o seu rumo em cumprimento das missões que a Organização atribuía a cada um.
Onde eu estive em 1965/66 na guarda de residência do primeiro Presidente da Frelimo Eduardo Mondlane em Dar-és-salam Tanganica. Ali chegavam notícias todos os dias sobre evolução da guerra em duas frentes, assim dizendo em Cabo Delgado e Niassa onde estava inserido o José Moiane e outros camaradas. Com o evoluir da situação de guerra naquela frente, chegavam-nos informações dizendo que o José Moiane era mau comandante e que por tudo ou nada, recorria a fuzilamentos dos seus camaradas e ainda, que havia muitas deserções de combatentes para o Malawi, sobretudo após o fuzilamento do seu companheiro de luta Luís Arrancatudo.
Esse noticiar de assassinatos espalhou-se até à zona de Catur, onde muitas pessoas procuraram refúgio e os que não conseguiram, foram parar aos Aldeamentos onde havia proteção do exército Português. Assim, devido a esta deserção, os poucos guerrilheiros que ficaram, um deles Moiane, foram obrigados a retirarem-se para muito longe dali e ele e seu conterrâneo Sebastião Marcos Mabote refugiaram-se em Nachinweia.
Mais tarde, em 1969, o José Phahlene Moiane foi nomeado pelo seu conterrâneo Samora Machel, para substituir outro conterrâneo na frente de Tete de seu nome Pascoal Nhampule. Sobre este assunto, recentemente ouvimos afirmações do ex-Presidente da Frelimo de Moçambique, Joaquim Alberto Chissano, dizer que os líderes daquela frente não queriam desenvolver a luta armada e afirmou que graças ao Moiane se havia atravessado a guerra para outras regiões como de Manica e Sofala, Zambézia ou para a Rodésia na era do Ian Smith.
Tais afirmações, não correspondem à verdade dos factos, na medida em que, realisticamente vivido, foi o Samora e Chissano que tinham retirado logo ao princípio os chefes Francisco Manhanga e Alfredo Wassira para Tanganica, por desconfiar e recear que estes dois Chingòndos não iriam implementar, em Tete e outras regiões, a política da Frelimo a favor deles. Pelos motivos atrás expostos, nomearam Pascoal Nhampule (“o incompetente”) para 1º secretário da Defesa DD para aquela Província. Como seria de esperar, o resultado foi desastroso, o Nhampule atravessou a fronteira e foi viver para a República da Zâmbia e, segundo sei, meteu-se na área do contrabando.
A transferência de José Moiane para a Província de Tete, não trouxe nada de novo pois ele não tinha nada de especial na sua génese, isto porque viveu sempre na base central que tinha sido criada por Francisco Manhanga.
Realisticamente falando, a Luta Armada na frente de Tete, conheceu a sua nova fase quando eu, o General Chingòndo Zeca Caliate, trouxe de Nachingwea o batalhão misto de Zambezianos e Tetenses que atravessou pela primeira vez o rio Zambeze para o Sul. E tenho a dizer que o Moiane não fez parte desse Batalhão, mas sim Elias Siga, outro General Chingòndo.
Objetivamente querendo responder a MUCHAY MOIANE que insinuou no seu artigo que o Zeca Caliate se encontra a residir em Portugal por iniciativa própria e desertou da Frelimo e do seu país.
Isso é Falso e Propaganda da Frelimo, e esclareço-lhe ainda mais que não existe ninguém neste mundo que voluntariamente abandone o seu país, após lutar arduamente pela sua Independência para depois, ir com a roupa do corpo, viver num país totalmente desconhecido!
O que me aconteceu, sucedeu também a milhares de Moçambicanos, hoje espalhados pelo planeta Terra, afugentados pela Frelimo e que ainda hoje sentem o receio de expressar tudo aquilo que viveram na primeira pessoa.
Nunca poderia partir para outra dimensão levando todas as Verdades comigo e sei que isso não agradará a muitas pessoas!
Diz também que não vê espaço para um cidadão Português ofender uma Nação que não lhe pertence.
Desde já considero estas afirmações Ofensivas e a senhora não é mais Moçambicana do que eu!
Eu e outros lutámos Unidos pela Independência de Moçambique! Tu Não…
Eu estive, com outros, na Frente da Batalha! Tu Não…
Tu apenas sabes o que te contaram, ou imaginas da tua cabeça e eu sei o que Vivi na 1ª Pessoa…
NOTA BEM, os meus antepassados nasceram no solo pátrio Moçambicano e nunca atravessaram as fronteiras do sul, oeste, leste ou norte de Moçambique. As riquezas encontradas no solo pátrio que hoje é fonte de disputas várias pertenceram, também, aos meus pais e não aos teus pais e, por isso, estamos conversados!
Também dizes para me preocupar com a minha pátria Portugal e com os meus Generais Portugueses.
Tenho pena de ti Muchaiy, pelos vistos o teu pai ou marido deixou-te numa grande ignorância, na tua cabecinha ensinou-te apenas aquilo que saberia ele nunca te haveria de envergonhar. E tu até podes achar que é a verdade essas inverdades que tomas como verdades, mas dessa verdade histórica quem tudo sabe sou eu!
Como te referi neste documento que eu chamo-me Zeca Caliate, deixei de ser camarada no ano de 1973, quando escapei por um triz à morte que o teu pai ou marido me tinha preparado em colaboração com outro General Inhacatumba, nome de um robô inventado durante a guerra e também conhecido popularmente por General António Hama Thai, meu sucessor do 4º sector e quer queiras ou não, ESTA É A VERDADE!
Finalmente, insinuas-me que os meus Generais são Portugueses, pois sim eu também sou General e confesso que tenho alguns Generais e Oficiais grandes amigos e não só, eu tenho laços de grande amizade e gratidão relação o povo Português e a minha luta nunca foi contra este povo, mas sim contra o Colonialismo, ESTA É A VERDADE!
E se não fosse este povo e os seus Generais a apoiar-me hoje, certamente, não estaria neste mundo…
Desculpe por confundir o nome de José Moiane com o Dinis Moiane, para mim tanto um que assassinou a sua esposa, como o outro que matou muita gente são iguais.
Para finalizar, eu não vivo fixamente em Portugal, caso não tenha conhecimento na Europa existe Liberdade de Movimentos, ou seja, uma pessoa pode circular até onde bem entender, sem limites de quilómetros e até há Liberdade de Expressão e tenho ainda para lhe dizer que livre ninguém é perseguido como eu fui em minha terra Moçambique!
Agora estão perpetuadas as vivências do Passado, tudo pelo que passei na Luta de Libertação da minha Pátria Moçambique e nada pode apagar as minhas MEMÓRIAS, estão Escritas no Papel…..
Europa, 10/03/2015
General Chingòndo Zeca Caliate
(Recebido por email)
E aqui
Comments
1
Akamuene Akamuene said...
General Chingòndo Zeca Caliate, fique descansado e continue a desfrutar a vida que Deus tem proporcionado. Estes Xiconhocas de tanto assassinar os grantes pensadores e dedicados o sangue de inocentes tomou-lhes conta, estao raivosos e desnorteados nunca pensaram que o cenario podia mudar. Hoje ate matam "vento". Ainda insistem esconder as verdades por serem idiotas, larabios... do povo Mozambicano.
10/03/2015 at 18:47