terça-feira, 3 de março de 2015

SUCESSÃO NA FRELIMO E DIÁLOGO: CONVIVÊNCIA POLITICA ENTRE A INCOERÊNCIA E O SENTIDO DE CAUSA

Por: Lázaro Bamo
A questão da convivência política entre os homens, exige muito dos animais políticos, eles devem ser e parecer coerentes, com alto sentido de causa e sobretudo com uma visão concreta sobre a realidade. Esta postura pode nos conferir uma análise justa aos fenónemos sociais e não nos arrasta a oscilação do racicínio sem nenhuma ordem lógica.
Este tema que proponho hoje, visa reflectir em torno da incoerência, que guia algumas visões sobre dois factores que marcam o dia-a-dia do nosso país, nomeadamente: a liderança do estado e do partido Frelimo e o diálogo em busca da paz para o nosso País. Tanto no primeiro como no segundo tópico, há um exercicício banhado de incoerência, que acaba confundindo interesses privados a interesses nacionais, o que suplanta o sentido de causa.
Primeiro: Um dos grandes males das organizações da sociedade civil, partidos políticos inclusos, é o facto dos dirigentes dos órgãos sociais destes, serem simultaneamente membros do executivo. Agora, se o João é Presidente da Associação X e ao mesmo tempo Director Executivo da mesma, quem vai prestar contas a quem? O modelo de governação interna das organizações acaba ficando, desta forma, viciado aniquilando qualquer espaço para que haja transparência. Será que a Frelimo quer este modelo, do Presidente da República ser ao mesmo tempo Presidente do Partido? Isso caberá aos membros, que em sessão própria poderão decidir. Porém, não basta que se diga que ontem era assim e hoje deve continuar assim, é preciso argumentar e aprofundar as teses, mas sobretudo analisar o actual contexto e acima de tudo ter-se certeza de que esta é a vontade também do presidente Nyusi. Até agora, nunca ninguém procurou saber se esta era a vontade do chefe de estado e todo raciocínio é erguido nos alicerces da incoerência e de analogia.
Tem muita a ganhar o nosso país e as nossas organizações, quando investem na separação de poderes no seu seio. Pois vão garantir transparência e pleno exercício das suas tarefas. No caso em análise por exemplo, teríamos um presidente da república com as atenções viradas para governação do País como um todo, procurando responder as expectativas de todos. Acho que os desafios actuais, exigem também esforço adicional da própria Frelimo, que precisa de um presidente a tempo inteiro, que possa assegurar que a quantidade e qualidade dos membros aumenta, mantendo desta forma via a construção da vitória eleitoral.
O alto sentido de causa não pode ser abalado pelas opiniões que em vários momentos, se mostraram incoerentes. Quando por exemplo, o ex-presidente da república Armando Guebuza foi várias vezes criticado por ser chefe do estado e ao mesmo tempo presidnete da Frelimo, o argumento era de que, estas atribuições criavam ruido entre a gestão do estdo e do partido. Diziam mais, que não se percebia quando é que o chefe de estado agia como tal e como presidente do partido, dai que, segundo estas vozes, o Estado confundia-se com o partido Frelimo. Hoje que a Frelimo tem o presidente Guebuza na liderança do partido e o presidnete Nyusi na liderança do País, dizem que não faz sentido. Como? O que faz sentido? A incoerência, o investimento para que a Frelimo volte ao estado anterior para fazer as mesmas acusações que faziam ao presidente Guebuza? O Mandato dele no partido termina em 2017, e cabe aos seus membros tomar melhor decisão. Os membros estão livres de votar na continuidade, votar no presidente Nyusi ou num outro membro que se mostrar disponivel.
Não faz sentido, que as mesmas pessoas que dizem que o presidente Nyusi era delfim do presidnete Guebuza, venham hoje dizem que estes dois não se entendem. Podem até achar esta minha dúvida ingénua, mas Filipe Nyuse fez parte dos 3 pré candidatos da Frelimo, candidatos estes cuja imagem foi desgastadas pelas incoerentes vozes, mas a Frelimo sempre una e com sentido de causa fez as suas escolhas.
Segundo: O sentido de causa que move os militantes da Frelimo, está a criar equivocos e mais uma vez, denuncia a incoerência de algumas vozes. É que segundo elas a Frelimo não tem nada que ir as bases para informar ao povo que ela não apoio a ideia das regiões autónomas propalada pela RENAMO. Aliás, estes protestos não são apenas da Frelimo, mas também de alguns segmentos da nossa sociedade que publicamente já condenaram tais pretenções, porém, há quem diz que esta postura da Frelimo contraria a posição do presidente Nyusi e os esforços feitos por este para a manutenção da Paz. Isto não pode ser verdade, o líder da RENAMO, activou os seus comunicadores para espalharem a mensagem de que ele e o presidente Nyusi, tinham chegado ao entendimento sobre aprovação, pela Assembleia da República desta matéria e que se a Frelimo reprovasse a proposta, haveria “consequências”. Disse o líder da RENAMO e num tom ameaçador. Mas porque isto não constitui a verdade, a Frelimo não podia ficar indiferente, era o seu projecto político a ser usado para legitimar as pretenções da RENAMO, daí a necessidade de na mesma medida, informar aos moçambicanos que não havia nenhum entendimento no sentido de autorizar as regiões autónomas, apenas a necessidade da mesma proposta ser levada a casa do povo.
Algumas vozes dizem por exemplo que não se pode negar o que não se conhece, mas como permitir que o que não se conhece seja consumido pelo povo, seja propalado? Não estaremos a abrir espaço para boato e especulação? É preciso mais uma vez convidar ao nosso banquete de reflexão, o sentido de causa e desligar a ficha da incoerência.
Há pessoas que tem medo que o líder da RENAMO fique nervoso, acham, que a todo custo ele deve ser acarinhado. Eu não acho que ele deve ser tratado como criança, ele deve mostrar o seu comprometimento com a causa da paz e estabilidade do país, que ele é patriota e a todo custo quer o bem estar de todos nós. Isso só é possivel se ele tambem se desligar da incoerência, e estabelecer uma outra forma de convivência politica com os outros. Ele deve acima de tudo aprender a negociar e desligar-se da chantagem.
Volvidos estes anos todos, em que de cima para baixo andamos a debater política, é chegada a hora de cada um de nós redescobrir o alto sentido de causa nacional e a defesa dos mais nobres interesses do país. Os mecanismos e canais de diálogo criados, podem fortificar o sentido de causa e amputar a incoerencia, mas terá que haver entrega e dedicação de todos. Ninguém tem a paz nas mãos, ninguem guarda a estabilidade a sete chaves, todos nós temos a paz e a estabilidade em pequenas porporções, que quando juntamos as nossas mãos, movidos pelo sentido de causa, consolidamos a Paz Nacional.
Gosto ·  · 
  • David Abilio Excelente texto que contribuí para eliminar a incoerência que graça na cabeça dos estratégas da desinformação.
    1/3 às 17:42 · Gosto · 5
  • Dalfino Panachande Deixem a Frelimo a vontade
    1/3 às 17:43 · Gosto · 3
  • Filimao Suaze Grande homem, muito obrigado por este esclarecimento e oxala os surdos propositados te escutem. Eixiiiii, nako nada juru xikwembu pronto kohalanu...
    1/3 às 22:36 · Gosto · 2
  • Anselmo Luis ESTE PAIS DEVE CONTINUAR A CRESCER E A DESENVOLVER! OS CIENTISTAS DA DESINFORMAÇÃO DEVEM PARAR PRODUZIR MENTIRAS QUE ATENTAM A NOSSA PAZ, A NOSSA UNIDADE NACIONAL, O NOSSO ESTADO E PAUTEM PELO PATRIOTISMO!
    1/3 às 22:47 · Gosto · 1
  • Victor Joaquim O debate político não deve impedir as pessoas de se tratar decentemente, mas a actividade intelectual pressupõe o exercido da crítica. Intelectual que elogia governos tem algum problema. Provavelmente querem um emprego. Nas batalhas mediadas por uma ética – e até as guerras têm a sua – há coisas que não podem ser feitas. Mas para tanto, é preciso ter uma ética. Trata-se daquele conjunto de interdições e permissões que tanto eu como o meu adversário reconhecemos como aceitáveis e justas. Se esse acordo entre desiguais está presente até na guerra, isto significa que, sem ele, também não se faz a paz – e a democracia se torna impossível. A ditadura nada mais é do que um desequilíbrio de valores. ʺ Eu posso fazer o que ao outro é vedado ʽʽ O partido no poder substituiu a ética pela administração das necessidades da hora. Pelo presente eterno. Retomo a questão na conclusão do texto. Creio ter a resposta para a pergunta que abre o paragrafo anterior. Os ilustres não reconhecem os direitos dos eleitores na sua particularidade. Aceitam por exemplo a democracia na sua especialidade, mas como condição geradora de demandas, o que está longe de ser sinónimo de respeito por uma grande franja de eleitores (moçambicanos) na sua especificidade. Assim um individuo, para ser admitido no mundo dos justos, precisa ser um militante: exposto, ʺassumidȍ - porta-voz de uma causa, carregando bandeira.
    Se, no sentido em que trato, todos assuntos cabem na política, isso não significa ausência de medidas. 
    E qual é a régua? Justamente a ética que estabelece as regras, muitas delas não escritas, da convivência pública entre as diferenças. Não se vendo o partido no poder, no entanto obrigado a dispensar ao outro o respeito que exige para si mesmo também não se sente comprometido com a sua própria trajectória, rendendo-se à lei da necessidade: ʺ Perca-se a vergonha, mas não a eleição. Nesse juízo perturbado, o escrúpulo é uma herança da cultura que deve incomodar, apenas as botas do líder A. D. e a RENAMO.
  • Juma Taratibo Taratibo Cada por sua vez . Viva a Unidade Nacional!... Viva a Paz. Que todos nós almejamos para construção do País, para nossos netos e bisnetos como outros fizeram e hoje estão a desfrutar.
  • Rui Neves o senhor esta a ser procurado
  • Filimao Suaze Rui Neves, quem esta sendo procurado e por quem?

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