sexta-feira, 13 de março de 2015

Tim Cook ofereceu parte do seu fígado a Steve Jobs


Livro sobre o crescimento de Jobs no mundo da tecnologia revela pormenores sobre os últimos meses de vida do antigo CEO da Apple.
Cook e Jobs em 2010, um ano antes da morte do então CEO da Apple KIMBERLY WHITE/REUTERS
Nos cerca de 13 anos em que foram colegas, Steve Jobs terá gritado com Tim Cook quatro ou cinco vezes, recorda o presidente-executivo da Apple. Uma delas foi num dos momentos mais difíceis da vida de Jobs, doente com cancro no pâncreas, de que viria a morrer há três anos. Cook ofereceu-se PARAdoar parte do seu fígado a Jobs e a reacção do colega deixou-o perturbado.
Esta parte da história da relação dos dois homens fortes da Apple é revelada esta sexta-feira a partir de um excerto do livro Becoming Steve Jobs: The Evolution Of a Reckless Upstart Into a Visionary Leader, dos autores Brent Schlender e Rick Tetzeli, com lançamento agendado nos Estados Unidos para o próximo dia 24.
Em 2004, Steve Jobs tornou público que sofria de cancro. Cinco anos depois, a doença deixava o “número um” da Apple extremamente fragilizado, impedindo Jobs, pela primeira vez, de se deslocar à empresa e forçando-o aficar em casa a aguardar por um transplante de fígado. Tim Cook visitava Jobs com frequência e numa das visitas, em Janeiro de 2009, fez o anúncio: estava disponível para doar parte do seu fígado ao colega e amigo.
Para Cook, tudo batia certo a nível clínico. Tinha um tipo de sangue raro como Jobs e, segundo o livro, “começou a fazer a sua própria investigação e descobriu que era possível o transplante de uma porção do fígado de uma pessoa para alguém a precisar de um transplante”. Cook fez vários exames que confirmaram que um transplante de fígado era praticável. Estava confiante e queria dar a notícia a Jobs. Mas a reacção à oferta de Cook não foi a esperada, revela o livro.
“Ele cortou-me as pernas, quase mesmo antes de as palavras me saírem da boca”, indica um dos excertos revelados esta sexta-feira. “Não. Nunca te deixarei fazer isso. Nunca farei isso”, disse Jobs a Cook. “Steve apenas gritou comigo quatro ou cinco vezes durante os 13 anos em que o conheci e esta foi uma delas”, acrescentou o CEO da AppleJobs acabaria por morrer meses depois da conversa, em Outubro de 2011, aos 56 anos.
Na quinta-feira, numa conversa com Jim Kramer, da estação de televisão CNBC, Cook voltou a falar de Jobs e admitiu que três anos após a morte do antigo CEO da Apple não há um dia que não pense nele, mais não seja porque o seu gabinete está o lado do que pertenceu (e ainda pertence) a Jobs. Apesar do desaparecimento de Jobs, o seu escritório continua sem ser reatribuído e é mantido tal como foi deixado pelo seu presidente.
“Sabe, não há um dia que passe que não pense em Steve. Ele ainda é a parte central da Apple. O seu ADN está entranhado na empresa. E o seu escritório ainda está ao meu lado, com o seu nome na porta. E os valores que ele colocou aqui, essa espécie de espírito que temos PARA fazer os melhores produtos do mundo para enriquecerem a vida das pessoas, ainda são a peça central desta empresa”, afirmou Cook.

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