Sete agentes da Polícia Nacional angolana morreram e outros dois estão em estado grave depois de terem sido atingidos a tiro, na província do Huambo, por alegados membros de uma seita religiosa proibida no país.

S
egundo informação divulgada hoje pelo comando provincial daquela força policial, o homicídio dos agentes, incluindo o próprio comandante municipal da Caála, aconteceu na tarde de quinta-feira, quando estes davam cumprimento a mandados de captura a elementos da igreja “Sétimo Dia a Luz do Mundo”.

A morte dos agentes da Polícia Nacional aconteceu em Sumi, a 25 quilómetros da Caála, tendo estes sido surpreendidos por elementos da seita, também conhecida por “Kalupeteca”.
Os mandados de captura aos elementos desta seita religiosa – que apesar de proibida desde 2014 continua em funcionamento – foram emitidos, de acordo com a mesma informação, pela Procuradoria-Geral da República da província do Bié, onde também se registaram confrontos recentemente.
Entre outras acusações, a seita será responsável por levar centenas de fiéis para viverem em acampamentos sem condições mínimas e proibindo a frequência da escola pública por parte das crianças ou a sua vacinação.
Recorde-se que, em Outubro do ano passado, o governador do Huambo, Kundi Paihama, apelou durante um encontro com os fiéis da referida igreja, na aldeia de São Pedro Sumi, município da Caála, motivado pelo facto dos mesmos serem constantemente acusados de desrespeitar a ordem social, com o comportamentos contrários as leis angolanas.
Trata-se da seita que por altura do Censo da População instou os crentes para não participarem no processo, instigando-os a abandonarem as casas para não se depararem com os recenseadores.
Em Setembro de 2014, 576 membros da seita abandonaram as suas casas para acamparem na localidade de São Pedro Sumi, sem quaisquer condições de sobrevivência, para servirem os seus princípios doutrinais, o que obrigou a intervenção da Direcção da Assistência e Reinserção Social a fornecer alguns meios de subsistência.
Por isso, o governador disse que Governo não vai permitir qualquer desorganização social, nem tão pouco a desobediência da lei.
“É preciso interpretar correctamente as instruções bíblicas e amar o próximo para a construção da nossa sociedade. Os líderes religiosos de todas denominações eclesiásticas e os dirigentes governamentais devem servir o povo”, disse.
Kundi Paihama lembrou que cada cidadão é livre em seguir a denominação religiosa da sua opção, mas ninguém deve ser manipulado pelos líderes religiosos a seguirem preceitos que contrariam os objectivos do Estado.
Por sua vez, o líder da referida igreja, José Kalupeteka, prometeu cumprir com as orientações do Governador, sobretudo as relacionadas com o cumprimento das leis angolanas.
Sem implantação legal, a “Sétimo Dia a Luz do Mundo” é uma dissidência da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e controla 3700 fiéis nas províncias do Huambo, Benguela e Bié.