domingo, 17 de maio de 2015

A Empresa distribuidora de restrições de Luanda – Hamilton Reis


Luanda - A barragem hidroelétrica de Capanda é um dos maiores empreendimentos construídos no país e provavelmente um dos maiores projetos hidroelétricos de Africa. O capanda, tem a particularidade de ser o projecto que não serve os fins pelos quais foi edificado.
Fonte: Club-k.net
Apesar do fraco aproveitamento das potencialidades de Capanda, o governo de Angola contínua a construir novas barragens hidroelétricas pelo país, só Deus sabe para que fim.
A capital do país Luanda, está e sempre foi abastecida de corrente elétrica na modalidade de restrições, por sinal o vocabulário mais utilizado no disfuncionamento da EDEL.
EDEL, diz‐se ser a empresa de distribuição de eletricidade de Luanda, que ao abono da verdade faz tudo excepto distribuir corrente elétrica, de facto ela distribui restrições elétricas.
Restrições, segundo o léxico desta empresa, é fornecer corrente elétrica a um município privando‐a de outro município em igual período de tempo, ou seja, fornece corrente elétrica ao Rangel restringindo‐a do município do Cazenga, e assim é a “gestão” da EDEL ou qualquer que seja a empresa que faz este trabalho medíocre. Surpreendemente, não há restrições financeiras nas cobranças feitas aos clientes! Ou seja, o cliente beneficia de corrente elétrica durante 15 dias ao mês, mas a factura que lhe é cobrada, é equivalente a 30 dias de consumo de corrente elétrica! Não se faz o ajustamento da factura em função dos dias em que o cliente não beneficio de corrente electrica! Exmo. Senhores, isto chama‐se assalto ao bolso do cidadão, já basta o assalto aos bens público acidentalmente postos a vossa disposição.
Segundo o Sr. João Saraiva, consultor do Ministério de Energia e Aguas, a EDEL e ENE seriam extintas no ano de 2014, dando origem ao surgimento de novas entidades como, PRODEL‐ Empresa Pública de Produção de Eletricidade, RNT‐ Rede Nacional de Eletricidade e a ENDE – Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade. O PTSE, o programa de transformação do sector elétrico.

Recentemente desloquei‐me aos balcões desta empresa (EDEL ou qualquer que seja a denominação actual) para pagar a factura de corrente electrica que me forneceram durante os 15 dias do mês de Abril (dia sim dia não) e constatei que o recibo de pagamento já não era da EDEL mas da ENDE, o que faz crer que o programa de restruturação está em curso. Todavia, importa referir que o programa de extinção EDEL e ENE é urgente, pois estas empresas não estão aptos para os desafios de uma cidade desordenada como Luanda. Luanda necessita de uma Empresa de distrição de eletricidade por cada município, há necessidade de se partir para descentralização dos serviços e há necessidade de se nomear os gestores ou servidores públicos, com base na capacidade e não em função da militância partidária.
Exmos Senhores, estamos no seculo XIX, há países que se encontram no mesmo planeta que Angola, onde a última vez que ocorreu interrupção no fornecimento de corrente foi a décadas, não é aceitável que nós os Angolanos, não sei se somos ou samos UM POVO ESPECIAL, vivamos de restrições elétricas!

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