Sadjundjira II
Da mesma maneira que um dia houve um Sitatonga II, desta feita a história se repetirá com um Sadjundjira II...É só olhar para o lado. Escutar o que se diz e publica por aí, para chegarmos à evidente conclusão que um “round” II das pendências está prestes a começar.
E tal como numa partida de xadrez, as brancas estão novamente nas mãos da FRELIMO. Ou seja, ela é que irá iniciar as hostilidades. A ver vamos como é as pretas se posicionarão.
Nyusi, estou em crer, talvez não desejasse estar onde está hoje. Ser duas vezes rotulado como apóstolo da guerra não estaria certamente nos seus planos, mas isso é o que acontece a quem na vida cresceu sempre debaixo da asinha dos mais velhos. Neste caso, pelo menos três. Chissano, Guebuza e Chipande, a todos estes Nyusi deve reconhecimento, favores políticos e subserviência.
Teria de ser iluminado, ou pelo menos esperar que eles começassem à estalada uns com os outros, para se aliar ao mais forte e dar cabo de pelo menos dois. Mas não esperemos tanto. A transição do pós-Guebuzismo será ainda mais longa do que se imaginaria. A menos que haja moeda de desempate...
E neste caso, a moeda escolhida tem nome. Afonso Macacho Marceta Dhlakama. É a sua cabeça que Nyusi se propõe a servir como “prova de fogo” à boa maneira belicista Bantu. É da nossa tradição, desde os primórdios, os líderes serem forjados a ferro e fogo. E assim crescerem pelo medo e intimidação até se tornarem numa espécie de semi-deuses. É o que a Troika acaba de dizer a Nyusi. Vai caçar o velho leopardo e volte somente com a cabeça dele espetada num pau.
E Nyusi, como noviço, sem aparelho ou conselheiros capazes de lhe mostrarem um caminho fora da sua própria tradição Makonde, vai ter de cumprir o trato.
Logo então saberemos. Se for bem sucedido, terá o mundo a seus pés e será finalmente coroado o novo Rei Leão. Porém, se não se der bem, pode inventar uma outra ocupação, pois outro lhe tomará o lugar. E quem poderá ser? Eis a questão.
Eu até suspeito que seja quem se trata, mas Nyusi não...
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