domingo, 17 de maio de 2015

Corrupção e pouca vergonha na Divisão da Polícia do Sambizanga - Miguel de Carvalho


Luanda - Várias vezes ouvimos acusações de determinados cidadãos sobre a corrupção e má instrução processual em muitas, senão em todas esquadras em Luanda.
Fonte: Club-k.net
Desta vez e mais uma vez a Divisão do Sambizanga infelizmente provou que as coisas não são assim tão sérias, quando se trata de instrução processual.
Briga entre duas vizinhas vira caso mal instruído e eivado de irregularidades
O caso mais recente ocorrido neste Sábado (16.05.2015), apresenta uma cena em que duas vizinhas no bairro Valódia (Combatentes), terão se desentendido chegando mesmo em vias de facto (luta). Quarenta e oito horas depois a sogra de uma das jovens invade a casa da outra alegado que a mesma estava grávida e que teria perdido o bebé por causa da luta e que a família da adversária teria de ir enterrar o feto.
Entre faltas de respeito e outros beefs a mistura, a dita sogra da outra terá sido ignorada, pelo que nem feto, nem acompanhamento algum terá tido, como a mesma exigia. Esta cena ocorreu na passada sexta-feira (15.05.2015).
Quando tudo parecia normalizado eis que neste sábado (16.05.2015), um patrulheiro da divisão do Sambizanga fez-se presente a residência de uma das jovens, sem notificação alguma e/ou mandato de captura, obrigando que esta teria de seguir com os mesmos até a famosa 9ª (nona) esquadra.
Estando na esquadra a jovem identificada por vivi, foi imediatamente sob a acusação de ter agredido a sua vizinha, e esta ter perdido o bebé estando a outra internada no Ngangula no bloco operatório. Feitas as diligencias para se apurar os factos foi possível ver que tudo não passava de uma manipulação e informações, visto que a suposta agredida nem lhe foi submetido tratamento de urgência, visto que se vira que não se encontra de forma alguma num estado crítico.
Mesmo assim isto não foi suficiente para agentes e instrutores processuais da 9ª esquadra, conduzirem o processo com a devida justiça.
Ao que tudo indica terão recebido luvas por formas a manipularem as informações no processo para que a jovem ficasse detida. Inúmeras informações desencontradas dos próprios agentes e instrutores processuais demonstraram que não havia seriedade e imparcialidade na condução do processo. Inicialmente a jovel foi ouvida pelo senhor Pazito Ebo, com o NIP 086549, que determinou que a mesma jovem deveria estar retida, e que esta era ordem do Procurador que era apenas identificado como Massala. Solicitado encontro com o procurador para esclarecimentos andou-se as voltas para tal. Alguns agentes afirmaram que o tal procurador não ter-se-á feito presente na nona esquadra no mesmo dia, mas o OSA (Oficial Superior de Assistência em Serviço), identificado como Samuel Chindemba com o nº 079519.
O mais agravante é que se afirmava que a suposta doente estava em estado grave no hospital, mas a mesma apareceu horas depois na nona esquadra, com uma receita e sem informação alguma que pudesse aferir aborto ou não.
O comandante da esquadra contactado, terá solicitado informações dos agentes, e estes terão prestados as informações j manipuladas, tendo aconselhado apenas para aguardarem até que se pudesse aferir se realmente estaria a suposta gestante no estado que era alegado.
Na verdade, e gravações feitas pôde-se perceber que se trata de um processo eivado de inúmeras irregularidades, e que as voltas que foram sendo dadas para se aferir o estado da suposta gestante que estava no Ngangula esperando uma simples consulta, foi propositada para que se pudesse aproximar o fim do dia e se justificar que já nada podia ser feito devido a hora, e assim foi feito. Nem um lugar para a colocarem tinham, tendo os policias já no princípios da noite andando de esquadra em esquadra a nível da Divisão do Sambizanga, para que a mesma pudesse passar a noite já na condição de detida, tendo a mesma sido deixada na esquadra do Farol das Lagostas.
A pergunta que não se quer calar junto da família da detida é se está correcto esta actuação da polícia?

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