sábado, 16 de maio de 2015

DHLAKAMA REITERA QUE A RENAMO VAI GOVERNAR AINDA ESTE ANO

Ficha técnica Director:Jeronimo Malagueta; Editor: Gilberto Chirindza; Redacção:Natercia Lopez; Colaboradores: Chefes regionais de informação; Maquetizadores: João Mazingo e Marcial Macome Sede Nacional da Renamo: Av. Ahmed Sekou Touré nº 657; Email: boletimaperdiz@gmail. co.mz Cells: 829659598, 844034113; www.renamo.org.mz

“Desta vez não há maneira, por isso, vamos sim governar as seis províncias que ganhamos. Queremos ensinar a FRELIMO como se governa de forma Democrática, é por isso que submetemos o projecto de lei na Assembleia da República mas a FRELIMO chumbou”. Palavras de Afonso Dhlakama, falando no passado fim-de-semana naquilo que foi a sua primeira reacção à reprovação da lei das autarquias provinciais durante um comício no distrito de Pebane, província da Zambézia. Aquele líder político, desvaloriza a reprovação do projecto das autarquias provinciais e exige reconsideração da FRELIMO em dois meses e avisa que não irá aceitar qualquer outra proposta diferente. Dhlakama avisa ainda que em dois meses, se não haver uma reconsideração por parte do partido FRELIMO, a RENAMO vai governar, obedecendo a vontade do povo que tanto exige que a RENAMO governe porque foi nela que o mesmo votou. “Se vierem nos “empurrar” vamos nos calar”? Perguntou Dhlakama à moldura humana que se encontrava no local, ao que respondeu com gritos “não, não, não”. “ Não temos medo de usar a força para tirar os governadores e formar o nosso governo, mas não queremos chegar até esse nível”, disse Afonso Dhlakama que continua a fazer o seu périplo interagindo com as populações nas zonas centro e norte do país, recordando ainda que o povo é soberano, a vontade do povo deve sempre ser respeitada.

PODER MILITAR MATA O POVO

Passam alguns meses desde que Dhlakama e Nyusi estiveram sentados a sós numa sala, buscando alcançar soluções para a crise eleitoral instalada devido à roubalheira de votos, envolvendo o partido Frelimo, STAE, CNE e Conselho Constitucional- CC. Esse encontro parecia tão promissor para a desejada alegria na nossa Pátria Amada. Quando se pensava que Moçambique tinha descoberto o caminho do entendimento que conduziria o país à paz duradoira, apareceu um novo obstáculo: os inimigos da pátria tomaram posição contra a vontade do povo. Um general que durante muitos anos foi tratado com dignidade e prestígio que jamais mereceu. Foi considerado como marco da luta pela indepêndencia nacional, acumulando títulos e honras, coisa essa que afinal era mentira. Hoje, ele é conhecido como ferrenho opositor da diversidade de ideias e é conotado como sendo o principal domínador do Governo liderado por Nyusi, estando a empurar o país para a guerra como forma de se manter a oligarquia. Dizse de boca cheia que este General impediu a concretização do entendimento entre os Presidentes Nyusi e Dhlakama. Afirma-se que o mesmo decidiu contra a aprovação da proposta da Lei sobre as Autarquias Provinciais, tendo ameaçado os seus pares do partido dizendo: “ Eu sou General pá, não brinquem comigo…”. Foi assim que um belo projecto que traria um ar fresco na vida dos moçambicanos foi reprovado por uma maioria resultante de burla eleitoral. Na verdade a Frelimo não tem legitimidade de chumbar nada e se o faz, é mesmo por arrogância. É que tão logo começaram as digressões do Presidente Dhlakama pelas províncias que nele votaram no centro e norte do país, a autonomia começou a ser desenhada e o povo começou a vêr a concretização do sonho de ser dono do seu próprio destino. E pelos vistos, é irreversível. Depois da submissão do projecto proposto pela RENAMO sobre as autarquias provinciais, algo que enervou muito a Frelimo e principalmente o General proeminente do momento, uma movimentação desusada do exército começou, com batalhões a serem colocados em posições cada vez mais próximas dos locais onde o pessoal de guarda da RENAMO se encontra estacionado à espera da sua desmobilização e enquadramento no exército e na polícia. Tais movimentações fazem antever que algo poderá acontecer a qualquer momento como o reacender dos ânimos de ambos os lados. Tal como assistimos no Guijá num passado muito recente, numa situação que provocou refugiados. Sabe-se que Guijá está sendo fustigado dia e noite com a artilharia pesada do exército governamental. A razão disso, ninguém sabe. Em Gorongosa, está sendo impedido o abastecimento em mantimentos ao pessoal da RENAMO que aguarda pela EMOCHM. Enquanto isto acontece, assistimos um silêncio cúmplice da sociedade e dos órgaos de informação, perante uma autêntica evidência de provocação do exército governamental que pode levar ao exacerbar dos ânimos. Por que motivo tal recurso à violência, ninguém o sabe ou pelo menos o povo e a RENAMO não sabem. Pelos vistos estamos sendo empurrados para uma situação em que o Governo fortemente armado, com equipamentos modernos e muitos efectivos, contando também com auxilio de internacionalistas estrangeiros, vai atacando e provocando nervosismo àqueles grupos reduzidos, precariamente armados, que se limitam por enquanto à fuga de um lugar para outro, evitando confrontos. Na verdade, o nosso país está assistindo ao jogo que a Frelimo e seu Governo, a reboque do General vão ditando, que é investir na força para aquilo que chamam de “repelir a força pela força” . Esquecem que esta lei da selva ou do “eu tudo posso” , é iníqua, arbitrária e deprimente e sempre provoca a reacção, que a acontecer será feita por todos os meios ao alcance. Estes ataques psicológicos iniciados pela polícia e pelo Exército, certamente encontrarão uma resposta a altura, o que de algum modo pode prenunciar o retorno ao indesejável conflito armado, à forte resistência que pode ser de repercussão maior que Sandjundjira como disse o líder da RENAMO. E isso não será benéfico para ninguém. Quando iniciou a governação de Nyusi, parecia dar mostras de iniciativas individuais como Chefe de Estado, mas, os que o abriram o caminho para a conquista da Presidência da Frelimo lhe disseram “ponto final”, nada de aventuras! Agora está visto que a dependência de Nyusi é real. Não mais terá iniciativas contra a vontade daqueles que lutam por alargar e defender seus negócios e não pelo bem estar do nosso povo. E não restam dúvidas que a imagem e reputação do Nyusi está muito prejudicada. Não fosse por ambição de riquezas, sua demissão do cargo seria questão de tempo. A não ser que ele continue a governar com um país inteiro revoltado. Queremos fazer recordar a Frelimo e seu Governo e o General que “a guerra é uma monstruosidade.” Ainda bem que o Presidente Dhlakama tudo faz para comunicar-se com a população, informá-la, esclarecer suas dúvidas e desponibilizar-se para viver e trabalhar com ela. A população está eufórica e não parece disposta a renunciar a oportunidade de se governar por si, gerindo os seus recursos e desenvolvendo suas próprias províncias. Sim, parece ser impossível haver um volte-face, face a esta realidade aderida por milhões de moçambicanos. Apesar de estarmos a assistir uma posição escandalosa da imprensa servil ao partido no poder, que encontrou argumentos para justificar o injustificável, ou seja, a reprovação do projecto de Lei sobre as Autarquias Provinciais, recorrendo a repressão policial que vai deixando cada vez mais pessoas a beira da saturação, principalmente em Tete e sofala, onde estão a decorrer detenções e espancamentos a membros da RENAMO. Afinal, por quê essa determinação do governo, de optar pelo uso da força policial para reprimir a ferro e fogo os opositores?

FRELIMO VOLTA A VIOLAR ACORDO DE CESSAÇÃO DAS HOSTILIDADES

A RENAMO acusou o Governo de continuar a violar o Acordo de Cessação das Hostilidades Militares. Segundo este partido, as forças governamentais estacionadas no Inchope e na Gorongosa estão a impedir o abastecimento logístico dos seus homens. Em carta de protesto endereçada a várias instituições nacionais e estrangeiras, a RENAMO através da sua delegação nas negociações a decorrer no Centro de conferências Joaquim Chissano expressou seu repúdio àquilo que tem estado segundo ela a acontecer um pouco por todo o país, podendo perigar o Acordo assinado a 5 de Setembro passado. O documento de protesto datado de 6 de Maio, assinado por Saimone Macuiane e intitulado: Violação dos Acordos de Cessação das Hostilidades Militares. Começa por afirmar que a Delegação da RENAMO no Diálogo Político com o Governo de Moçambique, vem por este meio protestar e denunciar a violação do Acordo de Cessação de Hostilidades Militares, por parte do Governo de Moçambique. Daí, enumera os acontecimentos começando com o impedimento de abastecimento alimentar no dia 5 de Maio de 2015, protagonizado pela Polícia da República de Moçambique estacionada na região de Gorongosa Mapombue, que impediu a passagem de um camião que carregava bens alimentícios para abastecimento das Forças Residuais da RENAMO estacionadas em Sandjundgira. Segundo o documento, o camião em causa foi interceptado no Comando Distrital da Vila de Gorongosa. Também, a RENAMO protesta a agressão física ao Senhor Alberto Tomás Joaquim, membro deste partido, que fazia o acompanhamento dos produtos alimentares em causa, tendo sido castigado com a aplicação de 37 chambocadas. A detenção do Delegado Distrital da RENAMO nas celas do Comando Distrital da PRM de Gorongosa consta igualmente no protesto. Neste protesto, a RENAMO faz saber que não há confiança entre ela e a Frelimo nos seguintes termos: “Porque o camião ficou retido durante horas, sem o nosso pessoal, suspeitamos que os alimentos possam ter sido envenenados, razão pela qual não achamos ser seguro o consumo dos mesmos.” Nesta carta o partido de Afonso Dhlakama denuncia que 3 agentes da PRMPolicia da Republica de Moçambique a paisana invadiram a residência do cidadão de nome Farias Sande, membro da RENAMO, tendo- o raptado. Isto sucedeu na zona de Khipikhipi, Mudoro, Distrito de Caia. Os mesmos agentes, faziam-se transportar num carro de marca Isuzu, tendo carregado a vítima em direcção a Sacuzi, não sendo conhecido o seu paradeiro até hoje. No entender da RENAMO, essas acções de inviabilização de abastecimento alimentar às unidades das Forças Residuais e detenção dos membros da RENAMO têm-se repetido um pouco por todo o País. Assim, a carta termina deixando Um apelo ao Governo: “exigimos que o Governo se abstenha de continuar com tais práticas, pois colocam em risco a manutenção do Acordo da Cessação das Hostilidades Militares.”

RENAMO ACUSA FRELIMO DE SEMEAR CAOS NO PAÍS

As acções de inviabilização de abastecimento alimentar às unidades das forças residuais da RENAMO também foram tema de conferência de imprensa. O Porta-voz António Muchanga, convocou os órgãos de Comunicação social para fazer saber que “As Forças do Governo nomeadamente FIR e FADM estão a provocar as Forças da RENAMO. Segundo Muchanga, um dia depois de terem chumbado o Ante-Projecto das Autarquias Provinciais proposto pela Bancada Parlamentar da RENAMO, o Estado Maior das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, orientou para que as unidades militares em Gorongosa, Maríngue e Inhaminga na Província de Sofala mandassem parar todas viaturas suspeitas de transportar qualquer mantimento para as Forças da RENAMO estacionadas naquela Província. Em cumprimento desta orientação, no dia 1 de Maio prenderam um desmobilizado da RENAMO no posto administrativo de Mudoro, distrito de Caia, de nome Farias que estava a vender seu peixe tendo sido levado em direcção a Gorongosa, não se conhecendo até hoje o seu paradeiro. Este é um cidadão honesto, que levava sua vida normal. O porta-voz da RENAMO afirmou ainda que no mesmo dia 1 de Maio, cerca de 23 horas, no distrito de Guijá (Posto administrativo de Nalazi) as Forças da Intervenção Rápida invadiram residências de alguns cidadãos de arma em punho, dispararam molestaram e arrancaram dinheiro ao nacional Vasco José Mabunda no valor de 7.240,00Mt, torturaram igualmente os nacionais António Francisco Macuacua e José Zita Macuacua e muitos cidadãos naquela zona fugiram das suas casas. Entretanto, no dia 5 de Maio segunda-feira passada, em cumprimento desta mesma orientação detiveram o Delegado da RENAMO em Gorongosa e outros 4 quadros que o acompanhavam, meteramlhes nas celas e ficaram com o camião que transportava comida destinada à logística das Forças da RENAMO estacionadas em Sandjundjira. Mais tarde, depois da intervenção do Delegado Político Provincial que se encarregou de contactar o comandante provincial foram soltos cerca das 22 horas, tendo o transportador sido aplicada uma multa de 25.000,00Mt. Segundo Muchanga, o comandante provincial da PRM disse que lamentava o sucedido mas nada poderia fazer porque a ordem é superior e também em Gorongosa há um comando conjunto que não se subordina ao comando provincial. Ainda nesta conferência António Muchanga denunciou o facto de a polícia ter se apoderado da comida que era transportada no camião sem que se saiba o que pode ter acontecido e porque “desconfiamos que podem ter envenenado a comida, a direcção máxima do partido decidiu que aqueles mantimentos deviam ser descarregados no local da apreensão e vai alimentar as Forças do Governo”. Isto acontece, segundo o Porta-voz, porque não se percebe por que razão o Governo persegue as pessoas que ajudam na logística das Forças da RENAMO. Muchanga recuando no tempo, afirma que a direcção da RENAMO tem recordações macabras do envenenamento 4 de água em Sandjundjira e Nalaze com vista a assassinarem as Forças da RENAMO. E faz ainda saber que foi também detido em Sofala o senhor Horácio, Chefe de Mobilização Provincial da RENAMO, que foi interpelado a caminho de Caia em missão de serviço político-partidário tendo ficado todo o dia sob custódia da polícia. O porta-voz da RENAMO deu a conhecer que face a estas provocações, as Forças da RENAMO estão agora a pressionar o seu Comandante em Chefe o Presidente Afonso Dhlakama para que os deixe responder a estas barbaridades. Pedido este, que tem sido recusado para não pôr em causa o espírito e a letra do Acordo de 5 de Setembro de 2014, ou seja Acordo de Cessão de Hostilidades Militares. Muchanga lamenta que a situação está muito complicada e não se sabe até quando poderá se conseguir manter a calma nas Forças da RENAMO porque, segundo ele, não há nenhum militar no mundo que aceite ser atacado, vedado direito a alimentação sem responder. E, o mais engraçado é que naquela região, as posições das Forças do Governo, de Vunduzi, Phiri, e Casa Banana são abastecidas por viaturas que passam por zonas controladas pelas Forças da RENAMO. Para terminar, António Muchanga asseverou: “Não sabemos o que o governo pretende atingir com isso. Queremos solicitar a intervenção das Forças vivas da sociedade, do Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique para que mande parar com as provocações das FADM/FIR às Forças da RENAMO e a este Partido, antes que os homens da RENAMO respondam a estas atitudes. Somos pela Paz, amamos a Paz e estamos dispostos a aceitar todos os sacrifícios pela defesa da Democracia genuína no nosso País.”

OPINIÃO
Que horror!

O nosso continente africano, está tão insuportável para os seus povos, que muitos cidadãos, centenas e mesmo milhares de cidadãos preferem correr o risco de afogar-se no mar, a continuar suportando a vida que lhes é imposta pelos seus governos. Emigração ilegal é cada vez crescente, porque os Governantes que não são capazes de dar vida digna aos seus governados, criam barreiras quando eles querem deixar legalmente as suas terras para ir em busca de outras realidades onde sejam mais bem enquadrados e tenham melhores possibilidades de lutar pelo seu bem-estar. Moçambique seria uma excepção inquestionável a esta regra trágica para os africanos, de terem obrigatoriamente um país onde um punhado impõe-se a viver bem e uma maioria a ser esmigalhada e humilhada de tal sorte que os mais irreverentes prefiram arriscar-se, como os outros africanos de outros países do continente em pleno século XXI. É na sequência desta regra trágica que há anos atrás, amputaram o projecto das autarquias impondo que apenas algumas comunidades, as que já tinham aquilo que eles na altura chamaram de infra-estruturas urbanas, como luz eléctrica e água canalizada, pudessem constituir-se como autarquias. Negaram às comunidades pobres deste país o direito de organizarse para elevarem a sua vida ao nível das outras sociedades deste século em que vivemos. Agora estão negando as autarquias provinciais, pois para eles, estas podem tornar-se em um perigo para o projecto de impedir a todo o custo a democratização. Moçambique, tende ainda a ser excepção, mas os comunistas se empenham em denegrir a nossa realidade fazendo-nos contagiar pelos maus e abusivos exemplos dos seus comparsas que em terras longínquas oprimem os próprios povos com desculpas de nacionalismos, africanismos e outros ismos anti-povo. A lei das autarquias provinciais, seria uma boa via para começarmos a criar o bemestar e a igualdade para todos, eliminando assimetrias e abrindo a possibilidade de todos se sentirem membros desta Pátria, cujos fundadores, não são, nem nunca foram exclusivamente da FRELIMO. A Pátria que também foi regada pelo sangue de preciosos defensores da Democracia multipartidária, como André Matade Matsangaíssa, António Watche, António Pedro, Milaco e outros.   

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