domingo, 10 de maio de 2015

Educação centrada na criança (1)

Segunda, 11 Maio 2015
A ludoterapia é um método que facilita às crianças se ajudarem e esta abordagem baseia-se no facto de que o lúdico (jogo) é a forma natural de expressão dos sentimentos e pensamentos das crianças. É através do brinquedo e de um ambiente facilitador que a criança se liberta dos seus sentimentos e problemas, descobre o seu caminho, testa a si própria, revela a sua personalidade, toma a responsabilidade pelos seus próprios actos e vai ao encontro da sua verdadeira identidade, AXLINE (1982), citado por BERTOLIN, e tal,. (s/d:5).
É com o jogo ou brincadeira que a criança desenvolve a auto-estima, o auto-conceito, autonomia, responsabilidade, socialização, a linguagem, cooperação, o saber ser, saber estar e lidar com os outros. Desenvolve ainda a capacidade de abstracção, simbolismo, fantasias, a psicomotricidade, ou seja, a motricidade fina e grossa, entre outros processos que garantem o desenvolvimento integral e harmonioso da personalidade da criança. No entanto, pode-se dizer que a criança é actriz do seu desenvolvimento necessitando simplesmente do terapeuta/educador para mediar o processo. É da responsabilidade da criança fazer escolhas do tipo de brinquedo e brincadeira a fazer. O terapeuta está como um simples observador dotado de técnicas e estratégias que vão garantir a articulação ou mediação deste processo de descoberta do mundo pela criança. A criança por si só entra nas águas serenas que percorrem as aldeias da mente e do território da sua emoção e abre as janelas da mesma para resgatar a sua identidade. É através desta viagem que a criança descobre as mais nobres funções da inteligência emocional e intelectual. Portanto, é imprescindível a consideração da criança como pequeno cientista, pois ela é capaz de desvendar o mundo à sua volta e trazer novas descobertas e desafios.
Para sustentar as ideias referidas invocaria DORFMAN (1992), citado por BERTOLIN, etal,. (s/d:6), para nos situar o seguinte: O momento ludoterapêutico pertence à criança, no qual o terapeuta está presente para acompanhar, compreender, oportunizar calor humano, mas em momento algum dirigir o processo. Na sala de ludoterapia, a criança é que conduz a brincadeira, quando quer e como quer, escolhendo os brinquedos.
No entanto, não se deve separar a criança da actividade lúdica, pois é através desta onde a criança expressa os seus sentimentos. Sendo que a criança ainda não desenvolveu suficientemente a linguagem, recorre às actividades lúdicas como meio de expressão da sua angústia, da sua raiva, alegria, pedido de ajuda, rancor, fome, medo, susto, enfim. É através deste processo que o terapeuta interpreta todo o processo e dá a sua contribuição no que tange à garantia do bem-estar emocional, intelectual e social da criança.
Custódio Sumbane - Licenciando em Psicologia

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