quinta-feira, 14 de maio de 2015

O livro que mostra Sócrates sem maquilhagem


13/05/2015 - 21:40


Cercado, os dias fatais de José Sócrates, do jornalista Fernando Esteves, vagueia pelos bastidores da vida do político. Livro é lançado esta quinta-feira, às 18h30, no Hotel do Chiado, em Lisboa.Primeira edição do livro terá 10 mil exemplares. DANIEL ROCHA




Sempre que o ex-primeiro-ministro José Sócrates participava num evento público onde era expectável a presença de câmaras de televisão, o antigo governante nunca descurava a sua imagem. Por isso, além de recorrer nos eventos mais decisivos a maquilhadoras profissionais, como Cristina Gomes, Sócrates tinha um estojo próprio de maquilhagem, com pinturas e base, que aplicava em si antes de chegar aos eventos.

Esta é uma das muitas curiosidades que o livro Cercado, os dias fatais de José Sócrates, do jornalista Fernando Esteves, revela sobre os bastidores da vida do político, com um enfoque nos tempos que antecederam a sua detenção, em Novembro passado. O livro é lançado esta quinta-feira, às 18h30, no Hotel do Chiado, em Lisboa. A apresentação estará a cargo do director do semanário Expresso, Ricardo Costa. A primeira edição da publicação, editada pela Matéria-Prima, conta com 10 mil exemplares.

A obra, com perto de 300 páginas, está organizada em capítulos, cada um dedicado a um caso mediático da carreira do antigo primeiro-ministro. O processo da Cova da Beira, o curso na Universidade Independente, o inquérito Freeport, o caso Face Oculta e os projectos das casas da Guarda são alguns dos temas.

“Este livro mostra o outro lado de José Sócrates, o Sócrates humano. As pessoas estão habituadas a ver o José Sócrates por trás das câmaras, com maquilhagem”, explica Fernando Esteves, editor de política na revistaSábado. “Pretendo mostrar os bastidores do processo de decisão de Sócrates como primeiro-ministro”, acrescenta o jornalista.

O autor diz pretender que os leitores se sintam a entrar pelo buraco da fechadura nos bastidores de alguns dos episódios marcantes na vida do governante, recorrendo, para tal, à reconstrução de diálogos que José Sócrates teve com colaboradores próximos e também com diversos jornalistas como José Rodrigues dos Santos e Judite Sousa. Os colaboradores mais próximos do ex-primeiro-ministro aceitaram falar ao jornalista, mas impuseram uma condição: não os citar. Os episódios que relataram permitem retratar Sócrates como um trabalhador compulsivo, um líder mobilizador com um temperamento colérico e uma memória prodigiosa. “Sócrates é uma pessoa extremamente intensa e obcecada com o lugar que ocupará na história. Penso que foi isso que o fez regressar a Portugal”, remata o jornalista. 

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