sexta-feira, 8 de maio de 2015

Quem lê Ribeiro não vê assaltante... – Paulo Alvés


Lisboa - É do mais elementar bom senso que que cara não é bilhete de identidade do coração. Daí a máxima segundo a qual quem vê cara não vê coração.

Fonte: Club-k.net
No caso de jornalismo dir-se-ia que quem lê os textos de José Ribeiro no Jornal de Angola não vê o assaltante que se esconde por detrás deles.

As mais recentes informações envolvendo a compra de uma rotativa para as Edições Novembro destapam uma realidade que a dupla António José Ribeiro e o português Artur Queiroz dissimulavam com uma fingida fidelidade ao regime e ao seu principal rosto.

Na coluna que assina dominicalmente no Jornal de Angola, António José Ribeiro tem se assumido como um arauto da transparência e das boas práticas de governação.

Raro é o texto em que o presidente do Conselho de Administração das Edições Novembro e diretor-geral do Jornal de Angola não elege o Presidente da República como paradigma da boa gestão da coisa pública e de dedicação à causa dos angolanos, cujo exemplo, tem reiterado, deveria ser seguido em todo o mundo.

No outro extremo tem se colocado o português Artur Queiroz. Contratado e pago para fazer pequenos cursos de reciclagem, ele cedo abandonou o ofício e entregou-se, com leonina fúria, à perseguição dos partidos da oposição e seus líderes. Se dependesse exclusivamente daquele cidadão estrangeiro, partidos como a UNITA, CASA-CE e cidadãos como Isaías Samakuva, Abel Chivukuvuku, Rafael Marques já teriam sido presos e desterrados para ilhas de onde nunca mais pudessem regressar a Angola.

Empenhado em reescrever a história de Angola, o cidadão português já quase quer convencer o mundo que a histórica batalha do Cuito Cuanavale aconteceu ontem e que ele foi o único repórter que esteve no palco da sangrenta batalha.

Afinal, o exercício dos dois compadres esconde outras e decepcionantes realidades. Por detrás do António José Ribeiro, que prega a transparência e a lisura, esconde-se um falso moralista e um assaltante de cofres públicos, igual ou pior a tantos outros que andam por aí.

Por detrás do português que quer reescrever a história de Angola esconde-se outro assaltante. Por detrás do adulador do regime, esconde-se um oportunista que se faz pagar a preço de ouro.

Ambos, José Ribeiro e Artur Queiroz, fizeram da farsa e do cinismo o caminho mais rápido para o acesso aos cofres públicos.

Os episódios que envolvem a aquisição da rotativa bem como os múltiplos pagamentos a Artur Queiroz são a evidência de que às mãos dois comparsas as Edições Novembro correm riscos muito sérios.

Se os técnicos do Tribunal de Contas levarem a fundo o seu trabalho não demorarão a concluir, como ensina a sabedoria popular, que no melhor pano cai a nódoa.

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