quinta-feira, 4 de junho de 2015

CARTA DE VLADIMIR GUEPATOS À GUEBUZA


(Parte I)

Escrita por: Vladimir Guepatos
Querido ex-presidente, a muito que tenho te enviado cartas fechadas e tu nunca as retornaste porque andavas muito ocupado com teus Guebusiness.
Por isso não te espantes com essa letter.

Não leia essa carta enquanto estiver sentado na sanita francesa da tua mansão.
Convido-te que deia voltas com teu Mercedes Benz de luxo nos bairros de lixo de Maputo.

Finja que estas preocupado com o povo que enriqueceu teus bolsos de ceda da Índia.
Enquanto conduzes essa máquina de 500 HP (Cavalos de potência), descasque uma banana produzida na tua mega-Farma, a bananalândia. Queira ficar tranquilo, tenho uma lata de perguntas, tal igual àquelas latas de lixo do Xipamanine.

Te pediria que dialogassemos honestamente, mas sei que nunca tiveste essa qualidade. Então however, vamos as perguntas:
Como te sentes quando vês tantos mendigos nas portas das lojas dos monhês sendo barbaramente humilhados?
Creio que nada sentes.

Como te sentes quando vês as vendedoras de lulas íntimas na antiga Rua Araújo?
Essa pergunta é bem idiota. É claro que sentes bem, era teu passatempo obviamente não era com elas. Pois o MC. ROGER fazia a questão de trazer as vendedoras das favelas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Como te sentes nesse "nosso" Mercedes fabuloso à prova de balas enquanto os que ajudaram a compra-lo viajam ensardinhados em My Loves?
Como te sentes quando vês as valas de drenagens nauseabundas de Chamanculo?
Diga como ex-Presidente.

Como te sentes quando passas pelos postos de saúde e vês que teus business desviaram todos fármacos para tuas clínicas privadas?
Por quem rezavas todas noites antes de te lançares naquele colchão de plumas de ganso alemão?
Tu deves ser um grande ateu para enclausurar todos esses "COMOS" nas tuas tripas. Pois fizeste delas o coração.

O que tu vês pelo espelho retrovisor quando passa por aquelas vielas esburacadas e lamarentas da Polana Caniço?
Acredito que deves ver lama projectada pelos pneus bavieros do teu Mercedes em direcção aos lençóis estendidos nas vedações de espinhosas daquelas palhotas em plena capital da República.

Te sentes orgulho desse país que tu deixaste?
Foi essa independência que vocês prometeram quando saíram da Nachingweia?

Como te sentes quando cruzas com crianças da idade da minha filha Bruna carregando ralos na cabeça porque a escola que tu construiste não tem carteiras?
Como te sentes quando perdes 2 horas naquele engarrafamento provocado por camiões chineses SinoTuck carregados de madeira em direcção ao porto.
Me diga como te sentes, como? Tu deves ter um coração de plástico fabricado pelo teus irmãos chineses.
Me diga como te sentes quando dás ultrapassagem aquela bicicleta Gazebo doada por tu e por aquela tua esposa ao cinzentinho em cima dela?
Tu não deves ter coração mesmo, Tio Patinhas.
Como tens coragem de sonecar nesses assentos de couro gaúcho desse "nosso" Mercedes enquanto o resto do povo trabalha arduamente nas obras chinesas para depois pagarem impostos?
Tu até sonhas enquanto as mamanas com magumba lutam por um espaço de 30 centímetros naquele My Love que acabou de subornar o Trânsito barrigudo com 100 meticais.
PS: Tio Patinhas, não consigo terminar essa carta porque tenho que desentupir a fossa da minha casa, depois mando-te a parte II.
Escrita pelo proprietário da verdade: Vladimir Guepatos

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