sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O Governo recruta jovens para defender a população, enquanto que “a Renamo recruta para matar outros jovens”, Helena Taipo, Governadora de Sofala.



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1 h

Moçambique -Abertura do Ano Operacional Militar e Desportivo

AFONSO DHLAKAMA “ESTÁ NA BEIRA”
- Ministro da Defesa, Atanásio Salvador M'tumuke, hoje na cidade da Beira
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----- >> O Governo recruta jovens para defender a população, enquanto que “a Renamo recruta para matar outros jovens”, Helena Taipo, Governadora de Sofala.
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Beira (Magazine CRV) -- A cidade da Beira acolheu na manhã desta Sexta-feira (26) a Cerimónia de Abertura do Ano Operacional Militar e Desportivo 2016, dirigida por Atanásio Salvador M'tumuke, Ministro da Defesa Nacional de Moçambique, acompanhado de outras figuras do seu pelouro ao mais alto nível e da Governadora da província de Sofala, Maria Helena Taipo.

Se para a Governadora de Sofala, o Governo moçambicano recruta jovens para a “defesa da nossa população e da soberania, ao contrário da Renamo que recruta jovens para matar outros jovens e os cidadãos em geral, dificultando a circulação de pessoas e bens, o que repudiamos com veemência”, conforme frisou no seu discurso, já o Ministro da Defesa, na sua intervenção, nem de longe abordou a situação político-militar que o pais vive e muito menos conseguiu refutar a prática dos alegados maus tratos sobre a população de que os elementos das FDS são acusados, quando indagado.
Após o final da cerimónia, com os dirigentes abandonando o palanque, os jornalistas - num corta-mato - foram dar de caras com estes no seu percurso, travando-os.
“Cercados” pelo monte de escribas, sobrepondo-se uns aos outros, ficou-se "a saber" de Atanásio M'tumuke que Afonso Dhalakama “está na Beira” uma vez que fora regatado naquela operação conjunta com os mediadores e então “como é que ele saiu? Então, nós das FDS não sabemos…”
Sem queremos fazer algum juízo das declarações do Ministro, apresentamos-lhes a transcrição à letra da conversa que os jornalistas conseguiram com o Ministro da Defesa, Atanásio Salvador M'tumuke, que se segue:
P. - O que está sendo ou já foi feito para garantir a segurança do líder da Renamo para o encontro com o Presidente da República?
R. -“Não, isto não é com as Forças de Defesa e Segurança (FDS), nós obedecemos ordens do Comandante em Chefe…
Quando foi regatado da primeira vez, o Comandante em Chefe deu ordens para abrirmos o corredor e foram trazer o Dhlakama para a Beira…
Portanto, Dhlakama está na Beira, para nós! Dhlakama foi regatado com a abertura do corredor para a saída do mato, e nós contamos que ele está aqui na Beira”.
P. - Mas Sr. Ministro, não é segredo para ninguém que o líder da Renamo está em Gorongosa…
R. - “E como é que ele saiu? Aí é que está o problema. Como é que ele saiu! Então, nós das FDS não sabemos…”
P. - Assim, na questão do diálogo tudo pode ficar condicionado?
R. -"…Não, isto depende dele…, ele foge do diálogo para o mato segundo a vossa confirmação de que ‘ele saiu, está no mato'...
Agora, isto depende dele… De novo, será obrigado o Chefe do Estado, o Comandante em Chefe, ordenar as FDS para poder abrir o corredor e trazer ele para a cidade, e nós estamos disponíveis…”
P. - Mas ele diz que teme pela sua segurança pois veio a cidade da Beira e dia seguinte as FDS foram a sua casa… e ele teme que situação do género possa repetir-se…
R. - “Senhores jornalistas, é um homem que anda armado em Moçambique… em toda parte do mundo nenhum partido pode andar armado, se não só o Estado.
Agora aquilo que aconteceu - felizmente a senhora Governadora está aqui - ele apresentou a sua boa vontade de poder portanto apresentar o exemplo de como deixar as armas e entregou à senhora Governadora.., e agora nós estamos a perguntar, onde é que arranjou as armas? Porque a entrega de armas foi uma entrega simbólica, logo, os outros, os seus sequazes, os elementos deles, deviam imediatamente entregar as armas…
Agora, nós estamos sem compreender por que é que ainda continua com as armas, ele pessoalmente disse ‘entrega simbólica das armas’”.
P. - Mas olhando particularmente para o posicionamento do Chefe do Estado que é o Comandante em Chefe das FDS, qual é o posicionamento do seu ministério para garantir a segurança do líder da Renamo?
R. - “Não, não do ministério. Das FDS. Eu estou a dizer, nós, a nossa responsabilidade é garantir a segurança a qualquer cidadão. Não é apenas o Dhlakama neste caso.
Mesmo os deputados da Renamo na Assembleia da República quem garante a segurança são as FDS, estão ali podem soltar não interessa, mas depois quem garante a segurança são as FDS. Mesmo onde eles residem, onde eles passam…
Portanto, nós estamos prontos para garantir a segurança, mas está no mato, como é que nós vamos garantir a segurança, a não ser que os senhores conheçam onde ele está… então se conhecem, digam-nos nós vamos garantir a segurança para ele sair”.
P. - Senhor ministro, há relatos de que as FDS têm estado a violar a população que reside naquelas zonas… que medidas estão a ser tomadas…
R. - “Qual a zone?”
P. - Em Tete, na região de Kombedzi…
R. - “Violar o quê? Violar o que é? Vocês assistiram a abertura do ano lectivo militar, da prontidão combativa (referindo-se a uma exibição audio-visual na cerimonia), isto tudo é para garantir a segurança do país e a integridade territorial...
...quando falamos do país, estamos a falar dos senhores aqui, que fazem parte do povo, o Dhlakama faz parte do povo, então, de nenhuma maneira as FDS podem, podem violentar a população.
Recua lá um bocadinho, como é que foram recebidos os guerrilheiros da Frelimo? Os senhores eram crianças. Como é que foram recebidos? Foram bem recebidos! Porquê? Porque são eles que criaram condições para que este país ficasse independente, logo, defensor do povo moçambicano…”
P. - Não admite que haja indisciplinados no seio das FDS?
R. - “Se o senhor tiver cinco filhos, nem todos esses cinco filhos podem seguir os seus conselhos…”
RECENSEAMENTO MILITAR
Apuramos na cerimónia que no decorrente Recenseamento Militar no pais, a província de Sofala tem já um registo preliminar de um efectivo de 17.086 jovens recenseados, dos quais 4.206 mulheres, dos 16 mil planificados, representando 6% acima da meta. (Magazine CRV)

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