quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Líder da UNITA diz que está a “engolir muitos sapos” para preservar a paz em Angola

ANGOLA

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, afirma que está a "engolir muitos sapos" para preservar a paz no país.
O político disse ainda que tem sido várias vezes criticado por não agir em muitos casos, mas prefere ficar calado e engolir os sapos
MÁRIO CRUZ/LUSA
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  • Agência Lusa
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O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, afirma que está a “engolir muitos sapos” para preservar a paz no país, face às constantes provocações que diz visarem o partido.
O líder da UNITA foi um dos convidados da conferência nacional sobre Paz, Democracia e Direitos Humanos em Angola, organizada pela Associação Mãos Livres, o Fórum das Mulheres Jornalistas e a Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), que esta quarta-feira encerra em Luanda.
No painel sobre a visão dos partidos políticos na manutenção da paz e consolidação da democracia e dos direitos humanos em Angola, Isaías Samakuva defendeu que para a promoção da paz tem muito a ver com os discursos.
“E nós notamos com insistência que há um discurso que dá a impressão que as pessoas têm saudades do conflito, da guerra, querem voltar à guerra”, disse Isaías Samakuva, sem citar nomes.
Segundo o político, sem quer fugir às responsabilidades ou culpas, considera que diante de “um balanço justo verão que a UNITA até tem estado a engolir muitos sapos”.
“Temos sofrido provocações, humilhações e é a responsabilidade da manutenção da paz que nos faz calar e nos faz engolir esses sapos”, afirmou, salientando que os discursos da principal força política da oposição angolana têm sido de apelo ao diálogo, à justiça e a manutenção da paz.
O político disse ainda que tem sido várias vezes criticado por não agir em muitos casos, mas prefere ficar calado e engolir os sapos.
Eu estou a ter receio quanto a isso, é que a situação tende a evoluir para um ponto em que nós que estamos a tentar fazer uma contenção enorme, podemos ser ultrapassados por aqueles que acham que nós somos moles e que não estamos a fazer nada e um dia aparece um aventureiro aí e depois tem seguidores e a situação fica muito complicada”, alertou.
O presidente da UNITA considerou que a sociedade civil angolana deve conquistar e ocupar o seu próprio espaço, para ser digna de se afirmar como parceiro institucional do Estado, na garantia dos direitos humanos e em especial dos direitos económicos e sociais dos angolanos.
Defendeu que a sociedade civil deve mesmo inventar novos estudos, projetos e campos de intervenção social para a afirmação da cidadania económica, social e cultural angolana.
Para o dia de hoje, o encontro, que contou igualmente com a participação do líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Chivukuvuku, da Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), Lucas Ngonda, vai abordar o Papel dos Média e Sociedade Civil na Manutenção da Paz e Consolidação da Democracia e Direitos Humanos em Angola.

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