quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A parada exíbicionista da segurança turca

No dia em que Recep Erdogan trouxe a Maputo os seus homens armados

Tal como informámos na edição do "Canalmoz" de ontem, terça-feira, o pre­sidente da Turquia, Recep Erdogan, reuniu-se com Filipe Nyusi para pe­dir ajuda para combater aqueles a quem chama "terroristas", os quais, segundo disse, sob orientação de Fethullah Giilen, dirigente espiri­tual e intelectual turco, orquestra­ram um alegado golpe de Estado em meados do ano passado. Du­rante a visita de Erdogan, chamou-nos a atenção a quantidade do efectivo de segurança e o tipo de armamento que este levava consigo.
Oficialmente, os trabalhos no âmbito da visita de Erdogan come­çaram pouco depois das 11hOO, na Presidência da República. À sua chegada, Erdogan tinha a sua segu­rança normal, constituída por civis. Depois, seguiu-se o banquete na Ponta Vermelha. Lá, também esteve acompanhado por seguranças civis. Mas, quando chegou ao "Maputo Glory Hotel", onde decorria a reu­nião de negócios entre empresários nacionais e turcos, o cenário mu­dou completamente. À sua chega­da, para além dos seguranças civis, Erdogan estava acompanhado por cerca de uma dezena de homens fortemente armados. De armas em punho, os homens espalharam--se por vários cantos do hotel, até Erdogan abandonar a sala onde decorreu o encontro de negócios.
Após o golpe de Estado fracassa­do, o Governo turco prendeu cer­ca de 43.000 pessoas, incluindo professores, polícias e magistrados. Desde então até agora, Erdogan tem andado a tentar convencer a comunidade internacional de que tem razão e de que não é um dita­dor. Mas a sua imagem está com­pletamente afectada. Dentro e fora da Turquia, Erdogan tornou-se um homem impopular. Perante essa impopularidade, Erdogan é descri­to como um homem que se sente inseguro e que desconfia de tudo e de todos. Talvez seja essa a razão de ter levado consigo aquela quan­tidade de homens armados, para o protegerem. (André Mulungo)
CANALMOZ – 26.01.2017

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