quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O verdadeiro plano europeu para os refugiados


É costume culpar o Ocidente por tudo e por nada do que acontece no mundo. Mas desta vez, na crise dos refugiados, a culpa é mesmo dos governos ocidentais. E o plano europeu não vai funcionar.
Depois das crises da Grécia e da Ucrânia, estas últimas semanas europeias foram as da “crise dos refugiados”. Estamos agora no momento em que as boas intenções começam a estalar. A semana passada, era oPapa Francisco quem alertava para o perigo de jihadistas “infiltrados”. Entre os primeiros-ministros, já não é só o da Hungria, mas tambémAlexis Tsipras que fala de uma “vaga de migração descontrolada”. Entre os intelectuais franceses, já não é só Renaud Camus, mas Michel Onfray que desconfia das vantagens da imigração. Onfray, até anteontem, era de “extrema-esquerda”. Os seus antigos camaradas chamam-lhe agora“auxiliar de Marine Le Pen”. A migração não está a abalar apenas o tratado de Schengen, mas as fronteiras ideológicas da Europa.
É costume culpar o Ocidente por tudo e por nada do que acontece no mundo. Mas desta vez, nesta crise dos refugiados, a culpa é mesmo dos  governos ocidentais. Primeiro, ao acarinharem a revolta da maioria sunita na Síria, para logo depois deixarem os sublevados sem ajuda, abandonados entre a ditadura de Assad e o jihadismo. A ideia, segundo parece, era não repetirem o “erro do Iraque”. Em vez disso, arranjaram o “erro da Síria”, com os seus milhares de mortos e milhões de refugiados. Durante anos, no entanto, tudo pareceu longínquo. Este Verão, porém, as imagens televisivas das migrações mediterrânicas inspiraram Angela Merkel a deixar correr que todos os que, através do Mediterrâneo e dos Balcãs, conseguissem chegar à Alemanha seriam alojados e alimentados de graça pelos contribuintes alemães. Merkel alcançou assim duas coisas. Uma foi diluir a má reputação que lhe deixara a crise grega: de repente, os mesmos que lhe andavam a desenhar bigodinhos à Hitler, cobriram-na com o véu de Madre Teresa. A outra coisa foi fazer a fortuna dos traficantes de seres humanos do Mediterrâneo, a quem, a partir daí, nunca mais faltaram clientes dispostos a correr riscos no mar. Quando 9 000 expatriados desembarcaram em Munique num só dia, Merkel fechou a fronteira.
Os traficantes não são os únicos a explorar a crise. A imprensa mais séria aderiu à pornografia da morte e, sem pudor, vasculha as praias à procura de cadáveres para a fotografia. A esquerda radical manifesta-se para exigir portas abertas, convencida de que quanto mais “minorias”, mais próxima a implosão da “sociedade burguesa”. A direita nacionalista esfrega as mãos de contente, à espera de mobilizar os “nativos” contra a “invasão dos bárbaros”. E até o respeitável Economist sonha alto, apostando na imigração económica para fazer rebentar os códigos de trabalho. Enfim, não há quem não encare os migrantes como carne para o seu canhão — e pouco mais.
As grandes fumaças de humanismo mal escondem a falta de verdadeiro respeito pelos refugiados. O plano de os espalhar pelos vários países, confirmado na terça-feira,  é uma das mais ridículas invenções europeias. O objectivo não é apenas partilhar custos, mas diluir a presença da migração, repartindo-a em pequenas porções (para não dar munição aos populismos xenófobos). Os imigrantes, porém, procuram a Alemanha, afamada pelos seus subsídios e salários. Como é óbvio, não se vão conformar com realojamentos forçados em países periféricos e pobres. Também não vieram para se converter em alemães, franceses ou portugueses, segundo uma fantasia de “assimilação” colonial que ainda parece ter subscritores. Tenderão naturalmente a constituir comunidades com identidade própria (isto é, árabe e islâmica, no caso dos oriundos do Médio Oriente). De resto, já mostraram que só estão dispostos a instalar-se nos seus próprios termos. Na fronteira da Hungria, a semana passada, tivemos a primeira intifada da nova imigração, com os jovens migrantes à pedrada à polícia.
O plano europeu das quotas só serviu até agora para revelar uma nova divisão na UE, desta vez leste-oeste, em vez de norte-sul, como no caso do euro. O verdadeiro plano  é provavelmente outro: esperar pelo Inverno. Quando o Mediterrâneo se tornar bravo e a neve cobrir os Balcãs, a migração do Médio Oriente vai abrandar – até à próxima Primavera. Depois, logo se verá. A Europa está assim, à mercê do clima.
Continuar a ler 

70 Comentários

  • PortugueseMan .23 Set 2015
    Engraçado que não existe um único artigo que fala no que terá que ser feito. A única maneira de diminuir a vaga de refugiados é estabilizar os países de origem. E não é como se tem feito até agora, largando bombas.
    Com o estrago que o Ocidente fez neste países, onde se tornou impossível viver, é claro que eles vão procurar zonas de paz.
    Portanto, a solução é enviar tropas europeias para as zonas de conflito. Claro que se agora temos problemas de refugiados na Europa, aplicando a solução teríamos caixões com militares europeus, já para não falar dos custos de uma guerra de atrito sem fim à vista.
    Essa do plano de esperar pelo o Inverno também não será bem assim. Um dos pânicos europeus, será em vez de aparecer uma foto de uma criança à beira de uma praia, será uma criança congelada à beira de uma estrada europeia.
    Quando aparecer uma foto dessas, a imagem da Europa vai mudar.
    A Europa fez a cama agora vai ter que se deitar nela. Ao resolver mexer em certos ditadores, pensando que o mar, fosse uma excelente barreira, onde só se veria mortos ao longe, descobriu que afinal não é bem assim.
    A política externa europeia nos últimos tempos tem sido do mais desastroso possível.
    Entrou em conflito com o seu maior fornecedor energético.
    Entrou em conflito com o seu terceiro maior parceiro económico.
    Resolveu libertar os líbios de Kadafi
    Resolveu libertar os Sírios de Assad.
    Agora, paga para alojar, alimentar centenas de milhares de refugiados.
    Paga aos produtores de leite e carne de porco, pela perda do mercado russo
    Paga aos ucranianos o gás que consomem.
    Felizmente que nós europeus, somos ricos e solidários, não há pobreza nem ninguém precisa de ajuda. Temos muita comida embargada para oferecer, e espaço para todos os que queiram vir dos países que resolvemos libertar.
    • Miguel Galaz23 Set 2015
      Haja uma voz racional e que não se esquece (convenientemente) da história. Entreguem a este senhor o poder de redactor deste site pois já começa a irritar todas as opiniões vazias que pouco dizem e sugerem nada. Farto de ler analises que só tocam na superfície. Farto de ler reacções deste tema como se fosse uma surpresa que veio do além, como se o Leste não tivesse advertido dos migrantes, como se a periferia da UE não estivesse a arder. PortugueseMan, obrigado por fazer-me lembrar que ainda existem pessoas racionais neste país.
    • Hugo Alexandre23 Set 2015
      “Com o estrago que o Ocidente fez neste países” Quando o ocidente apoia ditaduras brutais que massacram civis é mau. Quando o ocidente apoia o fim de ditaduras brutais que massacram civis também é mau.
      Mas pelo visto a sua opinião é a de que o ocidente devia ter apoiado com armas o Assad e o Kadafi e censurado noticias de masscres indescriminados de civis?

      • PortugueseMan .23 Set 2015
        Mas pelo visto a sua opinião é a de que o ocidente devia ter apoiado com armas o Assad e o Kadafi e censurado noticias de masscres indescriminados de civis?
        Se quer saber a minha opinião, sugiro que me pergunte. Pela sugestão que dá acerca do que possa ser a minha opinião, indica-me que não tem muito jeito para se pôr a adivinhar o que os outros pensam.
      • Rogerio Sousa23 Set 2015
        Muito bem PortugueseMan, só um pormenor a acrescentar, não à pior ditadura do que, as do fundamentalismo religioso seja ele qual for, a Inquisição católica, e o agora Estado Islamico!
        Morre-se por isto alegremente… e então com as setenta virgens!…
        Parecido com isto só os “beatos” desta coligação de direita, fazem-me lembrar a ” Paixão de Cristo” de Mel Gibson, após quatro anos de chibatadas escorrendo sangue por todo o corpo, sentem-se felicíssimos no paraiso neoliberal, ( será que este tambem tem lá as 70 virgens?) tudo, mas tudo mesmo, a bem da Nação…. AMEM!
        PS- Espero que os Talibãs que navegam com o lapis azul aqui no Observador, por incrivel que pareça! vou começar a gravar os meus comentários saneados aqui no Observador!

    • Afonso Costa23 Set 2015
      Se mal pergunte:
      1- qual foi “o estrago que o Ocidente fez neste países”?
      2- em que medida é comparável um eventual estrago feito pelo ocidente e os estragos feitos pelos próprios indigenas ou islamitóides associados?
      3- “enviar tropas europeias para as zonas de conflito” é o que o ocidente tem feito intermitentemente desde o séc. XIX. Com que resultado? E porque deveria fazê-lo? E quem é que paga? Estás disposto a ver os teus impostos aumentados para pagar uma intervenção militar sem fim na região? Queres que os islamitóides em vez de se estarem a matar entre si passem a matar europeus? Porquê, por causa de uns refugiadozecos?
      4- Acho sempre fantástica a defesa de ditaduras feita a partir de democracias…
      5- A Europa “Entrou em conflito com o seu maior fornecedor energético”??? E depois?? Eles deixaram de fornecer alguma coisa? Aumentaram os preços? Criaram problemas de distribuição?
      6- A Europa “Entrou em conflito com o seu terceiro maior parceiro económico”??? E depois?? Por um lado quer que a Europa entre em conflito armado na Islamitolândia e depois não pode entrar em conflito politico com a Russiazeca???? Além disso o 3.º maior parceiro não tem nada que ver com os 2 primeiros…
      7- “Paga aos produtores de leite e carne de porco, pela perda do mercado russo” – Há males que vêem por bem! Os subsidios à produção intensiva de bens alimentares tem mesmo que ser revisto!!!
      Fora o resto que diz e que pode ser tudo contestado…
      Mas enfim, se quiser responder estamos cá para ver no que dáa…
      • PortugueseMan .23 Set 2015
        Errado, no caso da Síria. O estrago na Síria tem sido praticado maioritariamente por Sírios.
        Se usa essa lógica, também pode dizer o mesmo para a Líbia.
        “O estrago na Líbia tem sido praticado maioritariamente por líbios.”
        Não querer ver como é que se chegou ao estado que está cada um dos países, é uma opção de cada um.
      • Tiago Vasconcelos24 Set 2015
        No caso da Líbia, há mais responsabilidades da Europa e EUA. Mesmo assim, o estrago tem sido praticado maioritariamente por Líbios sim.
        Eu não compro a leitura paternalista que culpa o vendedor da arma, desculpabilizando quem prime o gatilho… Se fornecessem armas ao povo grego acha que eles passariam a comportar-se como uns selvagens a cortar cabeças, queimar pessoas vivas, e a cometer outras barbaridades do género? Acha?
    • Guilherme Morgado23 Set 2015
      O meu amigo deveria substituir e já este articulista oficial do Observador. Com menos espaço de escrita, sem rodriguinhos irritantes, mal intencionados e idiotas, foi directo ao assunto, O PortugueseMan foi claríssimo e acima de tudo demonstrou por A+B que não é por acaso que a Europa nestes últimos 10/15 anos (não só mas enfim) põe sempre a pata na poça e borra a pintura toda. Na mouge meu caro, na mouge!
  • Rafael Louro23 Set 2015
    “Mas desta vez, nesta crise dos refugiados, a culpa é mesmo dos governos ocidentais.”
    Hahaha boa piada meu caro Rui Ramos não sabia que USA + Non-governmental organizations é agora sinónimo de Governos Ocidentais
    Estes mass média….
  • Manuel Gonçalves23 Set 2015
    RR,
    Nos artigos sobre a crise dos refugiados e migrantes ( também os há e muitos) falta sempre um grande responsável e beneficiário, Putin.
    Ele é o elo fundamental, com profunda responsabilidade no que se passa na Síria, indisponível para receber um único ser humano envolvido e que tudo tem a ganhar com o despertar de sentimentos xenófobos no coração da Europa.
    Atenção pois ao subversor dissimulado.

    • Zé Artur23 Set 2015
      lol. olhe assim de repente e fresquinho.
      ‘US-trained Division 30 rebels ‘betray US and hand weapons over to al-Qaeda’s affiliate in Syria’
      ‘President Barack Obama is about to lose the man he hand-picked to build the war effort against the Islamic State. Retired General John Allen will be stepping down as envoy to the global coalition this fall, and the White House is searching for a replacement to be the face of America’s flailing effort to destroy the jihadist group in Syria and Iraq.’
      ‘Division 30 has formally acknowledged that it lost contact with Major Anas Obaid (a.k.a. Abu Zayd) in the Aleppo suburbs where he, along with 71 other rebels graduated from the New Syrian Force, as the Pentagon proxy army is known, reportedly were dispatched on September 19, after completing their training in Turkey. Division 30 also addressed speculation that Abu Zayd flipped to the jihadists and says that if this information is confirmed, it will try him for treason.’
      Qual é a sua desculpa para a Libia ? Assad ?
      Qual a sua desculpa para o Iraque ? Assad ?

      Já alguem sabe onde pára o oleo vendido pelo IS ?
      Putin, pois claro. Idiotas
      • Manuel Gonçalves23 Set 2015
        ZA,
        Que confusão o seu comentário final, fácil de esclarecer.
        A responsabilidade é sempre dos tiranetes, Kadhafi, Assad, …e de quem os suporta – na caso de Assad, o seu apoio internacional é indiscutivelmente o Putin.
        Os EUA manifestaram desde sempre a maior relutância em intervir na Síria e só o fizeram tardiamente contra o Isis, pelo que a sua transcrição em inglês não tem qualquer relevo.

      • Zé Artur24 Set 2015
        MG,
        (S) CONCLUSION: This analysis leaves out the anti-regime Syrian Islamists because it is difficult to get an accurate picture of the threat within Syria that such groups pose. They are certainly a long-term threat. While it alludes to the vulnerabilities that Syria faces because of its alliance with Iran, it does not elaborate fully on this topic. The bottom line is that Bashar is entering the new year in a stronger position than he has been in several years, but those strengths also carry with them — or sometimes mask ) vulnerabilities. If we are ready to capitalize, they will offer us opportunities to disrupt his decision-making, keep him off-balance, and make him pay a premium for his mistakes.
        isto em 2006
    • Tripas Fakas23 Set 2015
      Toda a gente sabe que o objectivo do Putler é a destruição da UE.
      Torna-se cada vez mais difícil para os russos olharem para o lado, neste caso para a UE, e perceberem o sucesso do Estado Social e do bem-estar Europeu.
      Este também é o problema que os russos têm com a Ucrânia, têm receio que no país “escravo” se possa passar a viver melhor do que na mãe rússia oligárquica, corrupta e capitalista.
      Não esquecer que 85% da riqueza russa pertence a 10% da ppulação.
    • Afonso Costa23 Set 2015
      Bem dito Manuel. Mas as pombinhas, sempre prontas a defecar em cima da Europa, esquecem-se sempre desse singelo pormenor…
      Nunca vi na imprensa mainstream mencionarem o nome do filho da Putina a este propósito….
  • Eu Mesmo23 Set 2015
    Um comentador acima foi á questão mais pertinente, os refugiados vão continuar a vir enquanto persistirem as políticas de desestabilização dos EUA, desde á uns tempos os EUA apostam fortemente num sistema de ONG’s ou de astroturfing (referente a movimentos grassroots mas feitos artificialmente ou ampliados artificialmente) que começou como o Otpor na ex-Jugoslávia, começou minúsculo, recebeu pipas de massa, amplo destaque nos media Americanos e cresceu o suficiente para desequilibrar internamente Milosevic (que tinha relativo apoio da população) e depois do trabalho feito (e de os fundos secarem) o movimento e o partido a que deu lugar nem um deputado elegeu em 2003.
    Este é o modo de operar, criar e financiar NGO’s e astrotufing normalmente com cobertura e apoiados pelos media ocidentais, confusão, caos, justificação para bombardeamentos seletivos, mais caos e esperar que o conflito se limite á área alvo, se o “inimigo” for derrubado, estão por vossa conta.
    É um método aparentemente eficaz porque a:) deixa a guerra ou insurreição ser feita pelos elementos mais motivados (ou radicais) da população local b:) ao bombardear estão a “apoiar a população” c:) em caso de vitória não há plano Marshall ou coisa que o valha.
    Portanto não se arriscam soldados no terreno, gasta-se pouco a financiar estas insurgências e é-se um verdadeiro humanitário.

    O problema é que o médio oriente e a Ucrânia não são a Jugoslávia e o ano não é 2000, a situação é mais complexa e há mais jogadores.
    Dito isto, quanto mais confusão a Este, melhor para Portugal, mais investimento que iria para os países de leste virá para cá, mais barcos que iriam pelo Suez virão pelo antigo caminho que até passa por aqui.
    • Tripas Fakas23 Set 2015
      Faltou referir os crimes de guerra do Milosevic nomeadamente dentro da ex-jugoslávia contra todos os que não fossem sérvios e se opusessem ao domínio sérvio na refererida ex-jugoslávia (que não passou de um estado artificial).
      Falta referir os financiamentos do Putler quer à frente nacional francesa, quer ao Syriza grego (entre muitos outros).
      Falta referir os crimes hediondos cometidos contra a população local pelo Putler na Chechénia (e não só)….
      Falta condenar a ocupação da Crimeia pelo Putler (o rei dos corruptos)…
      Falta ainda condenar o Putler pela instigação e apoio separatista (contra os governos nacionais locais) no Donbass & Lugansk (Ucrânia); Transnístia (Moldávia); Abecássia e Ossétia do Sul (Georgia); Nagorno-Karabakh (Azerbaijão); etc.
      • Eu Mesmo23 Set 2015
        É uma estratégia, o importante é perceber os mecanismos e não nos ligarmos só a fatores emocionais nestas analises.
        Os Russos também o fazem mas de maneira menos profissional e mais compatível com os recursos que têm, no tempo da URSS faziam-o em grande escala muito a nosso prejuízo, perguntem ao Fidel, MPLA, PAIGC etc etc.

        Se bem que este antagonismo anti-Russo é um bocado sem sentido para nós, a Rússia importa praticamente tudo exceto mobiliário barato e armamento, é um mercado de exportação fabuloso, que os Chineses se vão apoderar a 99.9%.
      • Tripas Fakas23 Set 2015
        Eu até diria que olhando para a demografia…. os russos “venderão” território aos chineses…
        Apesar de tudo creio que o mercado russo de 140 milhões não será tão atractivo como outros que são bem maiores…
      • Eu Mesmo23 Set 2015
        A questão nem é a população, é o poder de compra potencial daquele estado, o Bangladesh tem cerca de 168 milhões mas nunca irá ser mercado alvo para nada, porque os recursos naturais que tem são irrelevantes e a maioria da população vive abaixo do limiar da pobreza.
        Só Moscovo tem 10 milhões de pessoas, mas pessoas com poder de compra, que se estão nas tintas para o Putin, querem é ser pagos a horas pelas industrias locais que revolvem a volta da venda de recursos naturais para poderem comprar BMW’s e sapatos, vinhos, azulejos etc Portugueses.

  • Karlos Martins23 Set 2015
    Apenas uma precisão: Michel Onfray não é de esquerda nem de direita. É mais «blasfemo» do que isso: trabalha sobre o Ateísmo, o Hedonismo e temas que rondam o anarquismo ou pós-anarquismo. É compreensível que Michel Onfray seja considerado um Blasfemo tanto pela direita como pela esquerda, já para não falar pelas «religiões», nomeadamente a islâmica, cuja natureza eu duvido que seja uma verdadeira «Religião», mas antes uma seita ou uma ideologia fascista (Fascio=Umma) e que é avessa à «inclusão» pela sua própria natureza. No resto, concordo parcialmente: o «Ocidente», de asneira em asneira, armou o ISIS e fomentou a Guerra. E continua sem perceber onde está o inimigo. Até o «convida para a cama»! Como se diz, que semeia ventos..e isto é só o princípio..
  • vitor bento23 Set 2015
    Uma boa análise da realidade. A Alemanha ,com problemas de consciência pela colaboração na destruição da Síria e desejosa de melhorar ois indices de natalidade e de contribuições para as pensões futuras,encontrou aqui uma oportunidade.O anúncio de que 800 mil refugiados seriam recebidos ,é um golpe que fazem contra a Europa.Preferem os sunitas sírios,sem direitos,aos cidadãos europeus do Sul.No meio da baba e ranho,nenhum jornalista foi ver como se arrebanhavam milhares de refugiados e se organizava a sua chegada às costas turcas do Egeu,ou à central de autocarros de Istambul.As consequências a prazo vão ser graves ,mas nessa altura,já a Merkel estará reformada,na costa amalfitana a olhar para Capri
  • Afonso Costa23 Set 2015
    Já não dou para o fait divers dos refugiados nem para a culpabilização da Europa…
    Agora a Europa é culpada do descalabro de vários países porque “acarinhou” as revoltas que os seus povos decidiram fazer não tnddo sido consequentes envolvendo-se nos assuntos internos de países soberanos…
    Há duas formas de resolver os problemas naquela região, RECOLONIZAÇÃO ou deixá-los à sua sorte – a estratégia brilhante que o Obama seguiu.
    O resto é conversa para deitar fora!! Os refugiados são danos colaterais de um processo de contornos demasiado altos para ser visto por gente pequena!
    • Julio Jorge24 Set 2015
      O que salta á vista desarmada e que todos se podem aperceber, é que a guerra na Síria contra o governo Sírio tinha como objectivo por lá um governo que corresse com os Russos e a sua base Naval dali para fora, mas afinal parece que as contas vão sair furadas aos Americanos e aos seus paus mandados dirigentes Europeus, que são gente que não têm a mínima capacidade de fazerem uma leitura correta do mundo, e por isso são péssimos jogadores de xadrez, coitados dos povos Europeus entregues a esta cambada de medíocres que são a grande parte dos dirigentes Europeus, o resultado dessa mediocridade está aí á vista de todos uma Europa cada vez mais pobre e com cada vez menos voz no Mundo.
    • Afonso Costa24 Set 2015
      Oh amigo Julio Jorge, é capaz de dizer aqui á malta para que é que os ianques querem a tal base siria que está em posse dos russos????Os ianques são aliados da Turquia, país da NATO, são aliados de Israel, são aliados do Egito porisso pergunto PARA que é que eles querem essa base??
      Os ianques andaram décadas a fezer guerras e a intervir militarmente na região sem nunca terem precisado dessa base para nada, para que é que precisam dela agora, explique lá!!!!!!!!!
      É que isto não basta mandar uns bitaites para o ar!!!
    • Afonso Costa24 Set 2015
      Justamente Beta, o problema não é para resolver para já!! O caos tem que continuar na região!!
      Essa foi a BRILHANTE estratégia do Obama, deixar a região à sua própria sorte. Depois de eles autodestruirem infraestruturas, países, economias e muitas centenas de milhar de vidas, os países que permanecerem estáveis na região redifinirão o mapa da zona.
      Os islamitóides que resolvam os problemas da Islamitolândia à sua própria custa!!!! Brilhante!
  • Tiago Vasconcelos23 Set 2015
    Um artigo muito bom, e muito bem escrito
    Só lhe faltou levantar algumas questões pertinentes que toda a imprensa e comentadores parecem andar a evitar:

    1. Serão concedidos vistos de residência permanente aos refugiados? Ou vistos de residência temporários, renováveis caso as condições que justificaram a emissão original ainda se mantenham?
    2. Cidadãos do Paquistão, Irão, Mali, Costa do Marfim, etc. serão também tratados como refugiados?
  • Antonio Sennfelt23 Set 2015
    Parabéns a Rui Ramos por um artigo muito interessante, como não menos interessantes são alguns dos comentários acima! Há no entanto um aspecto que raramente é abordado e é ele o da profunda crise em que a civilização islâmica se encontra. Crise que obviamente se tem agudizado nos últimos decénios ( com o contributo de numerosos erros do Ocidente, particularmente dos EUA), mas que é muito mais profunda e mais antiga! Partilho a opinião daqueles para os quais o desfazamento cultural do Islão relativamente ao Ocidente se iniciou ainda antes do período histórico que designamos por Renascença! Não é este evidentemente o espaço para fundamentar esta opinião, mas, para quem estiver interessado, há uma extensa bibliografia sobre a matéria.
  • Afonso Costa23 Set 2015
    Continuo a achar fantástica a ideia das pombinhas de que a Europa tem culpa do que se passa na Islamitolândia sem nunca mencionarem a inação da ONU; sem nunca mencionarem o veto da Russia no Conselho de Segurança; sem nunca mencionarem a inação da Liga Àrabe; sem nunca mencionarem a inação dos países da região na solução do conflito, mas envolvidos na sua manutenção; sem mencionarem a inação da OUA nos casos dos países do magrebe; sem nunca mencionarem o silêncio das autoridades islamitóides religiosas ou seculares; e sem nunca mencionarem o fundo da questão – que o Islão tem duas correntes que se digladiam desde que existe Islão, há 1400 anos e que é disso que se trata!!!
    Enfim, palermices….
  • Rui Gomes23 Set 2015
    Rui Ramos acerta de forma contundente nos motivos que levam a que diversos grupos estejam muito interessados nesta situação:
    * Traficantes
    * Capitalismo Selvagem
    *Media
    * Direita Nacionalista
    * Esquerda Dinossáurica/caviar que apoiaam a entrada indiscriminada de migrantes:
    “A esquerda radical manifesta-se para exigir portas abertas, convencida de que quanto mais “minorias”, mais próxima a implosão da “sociedade”

    Tem razão, especialmente na esquerda patética pois sempre foi e será esse o interesse deles…continuam a seguir caninamente (vidé zémaria o canídeo de vigilância ao Observador) a cartilha de Marx e acham que para conseguirem construir uma nova sociedade têm que destruir a actual …
    Mas Rui Ramos quanto a mim falha ao não mencionar mais uns quantos interessados:
    • Os Países do Golfo que se libertam assim deste problema
    • Aos Jihadistas que podem finalmente sonhar com o Al Andaluz e o domínio da Europa
    • A Putin que de uma forma simples cria uma situação difícil para a Europa
    • Aos USA que ficam quietos do seu cantinho a verem o Euro a ir pelo cano
    • Os “Aparatchiks” do Funcionalismo Público Europeu que assim conseguem a oportunidade de criar mais uns milhares de Comissões, Reuniões, Visitas de estudo, discussões e criar mais uns milhares de “Jobs for the boys”, tudo isto enquanto vão ficando instalados em Hotéis de 5* . Roendo uns canapés e bebendo umas “champanholas”.
    José Barata Moura cantava após o 25 de Abril criticando as senhoras do Movimento Nacional Feminino:
    “Vamos brincar á caridadezinha
    Festa, canasta e muita comidinha”

    Nunca ele pensou que a letra da sua música retratasse na perfeição a Esquerda caviar actual
    • zazie no metro23 Set 2015
      A escardalhada continua a odiar a “caridadezinha à Jonet”. O que a escardalhada quer é gente dependente de subsídios estatais para ter uma bolsa de voto sempre à mão.
      Era aceitá-los como meros imigrantes iguais aos outros, mudarem os privilégios do estatuto jurídico de “refugiado” e era debandada de ONGs e alarido em segundos.
  • António de Magalhães23 Set 2015
    Como já nos vem habituando, Rui Ramos é autor de um artigo de alto nível intelectual. Se assim é, também não devemos olvidar a responsabilidade capital dos Povos beligerantes no seu presente e no seu destino.
    Outra questão, e como vários comentadores já evidenciaram, é a resolução do problema, que necessariamente tem de ser resolvida na origem, não descartando a própria componente militar.

  • Isabel Queiroz23 Set 2015
    Para já não são milhões (so far), são milhares. E os refugiados não querem ficar num país como a Hungria. Para violência, tinham na em casa. Querem passar; queriam. Tive uma tia Ana, húngara, refugiada, que casou com um tio meu. Foram bem recebidos quando precisaram. O governo húngaro ultrapassou todos os acordos e espero que leve a respectiva multa.
  • Guilherme Morgado23 Set 2015
    Depois de ter lido todo os comentários que me antecedem, verifiquei que enquanto uns terão defendido a intervenção e desestabilização Ocidental, neste caso Europeia, em países como a Líbia, Síria e o Iraque, outros, onde eu me incluo, facilmente chegaram à conclusão que foram intervenções desastradas, onde se realçam os miseráveis resultados que já começaram a dar os seus nefastos efeitos no nosso Continente. Mas entre outras tantas contradições europeias que me inibo de aqui descrever, porque infelizmente tenho a certeza que nunca mais parava de o fazer, como é que se quer manter à escala continental uma Comunidade Europeia de enorme diversificação linguística (talvez o problema menor), pontos de vista antagónicos, evidentes e naturais nacionalismos, divergências económicas e de todas as espécies, produção de riqueza para uns talvez mais louros versus criação de pobreza para outros talvez mais “queimados”, centralização dos poderes de decisão num virtual politburo etéreo e stalinisticamente cinzento como o de Bruxelas em detrimento dos poderes nacionais, etc, etc? Sinceramente que jamais poderíamos almejar a uma verdadeira UE, como aquela que em tempos foi delineada e não esta que se transformou e nos transformou numa amálgama sem sentido, sem matéria e cujo rumo concreto tem sido unicamente o aumento do poder de dois ou três países da dita Comunidade. No meio de toda esta hecatombe social, económica e política que se avizinha para os Europeus, só de pensar nos cinzentos dias que se nos deparam já aqui ao lado, apavora-me. Com sinceridade e com muita mágoa vos digo que preferia ficar sozinho.
    • Afonso Costa24 Set 2015
      E porque é que a Europa deveria ter um plano para a região? Acaso a Europa é da região? Acaso é potência colonizadora na região? Em que medida é que aquilo são contas do nosso rosário??? Os problemas da Islamitolândia são para os islamitóides resolverem!!!! Que é para eles verem o que é bom para a tosse!!
  • José António24 Set 2015
    NÃO AOS REFUGIADOS!
    Porque é que não foram procurar asilo político nos países mais perto? Egito, Arábia Saudita, Turquia, Emiratos Árabes Unidos, Omã e África que é tão grande que tem tanto espaço para trabalhar.
    ESTAMOS PERANTE A MAIOR INVASÃO DE TERRORISTAS MUÇULMANOS DE TODOS OS TEMPOS!
    Camuflada por uma suposta fuga a guerra, pelos supostos direitos humanos.
    Vamos pagar isto bem caro, é só esperar e ver.
    Indivíduos muçulmanos não vêm para trabalhar, vêm para a Europa à procura de boa vida, subsídios, casa de borla, ensino de borla, depois dedicam-se às atividades que todos conhecemos, menos o trabalho, haja vergonha, haja inteligência, a Europa, Portugal, já tem problemas que chegue!
    Mais indivíduos para nos comer os impostos que nós pagamos, não!
    Já temos idosos que trabalharam toda a vida e têm uma reforma vergonhosa, uma assistência médica vergonhosa, tipo morte lenta.
    Afinal a democracia também é uma ditadura!
    Chega de politicamente correto, chega de intelectualmente correto, queremos justiça, a justiça correta, justiça social, justiça económica, justiça democrática, onde está?
    Roubar aos pobres para dar aos estrangeiros NÃO!
    Os refugiados têm de ir fazer pelo seu país, lutar, morrer pelo seu país, afinal fazem parte dele foi o país que ajudaram a construir e do qual fazem parte.
    Já não vou falar da perda de identidade cultural, tradicional, de costumes, entre outras coisas que os mesmos vão apagar, e que tanto se defende em Portugal, afinaaal!
    Normal e lindo é cada um estar no seu país, se emigrar é para trabalhar, o que não é o caso.

    • Afonso Costa24 Set 2015
      Julgo que estamos a falar de duas ou três centenas de milhar de pessoas mas vamos pensar em meio milhão – que eu sou um mãos largas e nem levo em linha de conta que alguns são cristãos.
      A UE tem 500 milhões de habitantes, logo meio milhão é 0,1%…
      Pode esclarecer-nos em que sentido a entrada de 0,1% dos habitantes da Europa configura “A MAIOR INVASÃO DE TERRORISTAS MUÇULMANOS DE TODOS OS TEMPOS”????????????
  • Rui Gomes23 Set 2015
    Para zémaria o canídeo Himmler da esquerda caviar, a Convenção serve para o que lhe interessa…já aquele parágrafo que diz que os Refugiados têm que solicitar asilo no primeiro país que chegam…bem isso é outra coisa..
  • José Maria23 Set 2015
    O seu comentário demonstra bem até que ponto de sordidez se encontra parte desta Europa ,dita cristã e da solidariedade social, com os fachos, com o Orban e a Le Pen, no comando das tropas do Ocidente, e os seus serventuários abjectos a acolherem as suas políticas desumanas.
    Você fala assim do alto da sua burra, porque, felizmente para si, não teve que atravessar o oceano numa barcaça, sem saber se conseguiria chegar vivo a terra firme.
    Para ser tão desumano como o EI falta-lhe muito menos do que você deve achar de si próprio.

Comentar

Tem de ter a sessão iniciada para publicar um comentário.

Sem comentários: