sábado, 17 de fevereiro de 2018

Facebook. Só quem tiver morada nos EUA é que vai poder comprar anúncios eleitorais

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA


3
Quem quiser comprar um anúncio onde seja referido um candidato às eleições intercalares de 6 de novembro, terá de comprovar que vive nos EUA. Verificação será feita através do envio de postais.
DANIEL LEAL-OLIVAS/AFP/Getty Images
O Facebook vai tentar travar um problema atual com uma solução antiquada. Para evitar que indivíduos, organizações ou países estrangeiros influenciem as eleições intercalares de 6 de novembro deste ano através da compra de anúncios naquela rede social, o Facebook vai enviar postais para garantir que só apenas quem reside no país pode financiar aqueles posts.
Cada postal terá um código secreto, que terá de ser introduzido no Facebook para o anúncio ser validado. A informação foi avançada pela Reuters, que falou com Katie Harbarth, diretora da equipa do Facebook que ajuda políticos e governos de todo o mundo a usar aquela rede social. “Quem fizer um anúncio que faça uma referência a um candidato vai receber um postal e terá de usar o código para provar que está nos EUA”, explicou.
Porém, admite Katie Harbarth, esta medida “não vai resolver tudo”. Até porque esta medida não irá prevenir que estrangeiros a viver nos EUA, ou cidadãos norte-americanos que possam estar ligados a entidades estrangeiras, deixem de comprar anúncios no Facebook.
Segundo a lei norte-americana, os estrangeiros estão proibidos de contribuir ou fazer donativos que digam respeito a qualquer eleição para um cargo público.
O anúncio foi feito um dia depois de o procurador especial Robert Mueller, responsável pela investigação em torno da interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 e do envolvimento do Kremlin com a campnha de Donald Trump, ter formalizado a acusação de 13 russos e três empresas sediadas na Rússia por conspiração criminosa para defraudar o governo dos EUA, fraude bancária e roubo de identidade agravado.
Uma dessas empresas é a Internet Research Agency, que, acredita a investigação de Robert Mueller, desde 2014 encabeça uma operação para desestabilizar e influenciar a política norte-americana. O modus operandi daquele grupo passa sobretudo pelas redes sociais Facebook e Instagram, mas também pelo Twitter e YouTube.

Sem comentários: