VAHANLE OBTÉM MAIORIA NA INTERCALAR DE NAMPULA
Segundo o apuramento intermédio da 2ª
volta da eleição intercalar do Presidente do
Conselho Municipal da Cidade de Nampula,
Paulo Vahanle o candidato da RENAMO alcançou
58,53% dos votos validamente expressos, contra
41,46% de votos alcançados por Amisse Cololo,
candidato do partido Frelimo.
Vahanle que na 1ª volta da intercalar posicionou-se
no segundo lugar, atràs de Amisse Cololo que não
conseguiu alcançar a fasquia de 50+1%, derrotou
nesta 2ª volta o seu oponente suportado pelo partido
governamental, conquistando assim a presidência
do Conselho Municipal de Nampula, em substituição
do finado Mahamudo Amurane, barbaramente
assassinado por esquadrões da morte.
Com uma participação 32% do eleitorado
nampulense nesta 2ª volta, contra os 25% da
primeira, pode-se depreender que esta 2ª volta
mobilizou maior numero do eleitorado desejoso de
mudança. Citadinos nampulenses sairam as ruas
para celebrarem à medida que os resultados iam
sendo divulgados pela contagem paralela. Munícipes
no geral, incluindo membros da RENAMO e de
outros partidos da oposição, entre eles o Movimento
Democrático de Moçambique, associaram-se as
comemorações da vitória de Vahanle. Foi uma noite
de intensa celebração da vitória.
Pela manha do dia seguinte a mancha caiu
sobre a cidade, com a policia de segurança e de
Intervenção Rápida a descarregarem sua fúria sobre
os munícipes que animadamente comemoravam
a vitória de Vahanle. Foi um acto desnecessário,
mas demonstrativa das afinidades indisfarçáveis
de algumas elites no seio da polícia que ao invés de
proteger o povo, o alveja. Na incursão policial houve
feridos e fala-se até de um morto. Algum defensor
do povo tem orgulho por isso?
Actos como estes, merecem uma investigaçãos
de instâncias competentes do Estado e até de
independentes, dirigindo interrogatórios a ministros
e comandantes e até pressionando-os pela
publicação de nomes dos envolvidos, que até aqui
têm sido protegidos e seus nomes mantidos em
segredo. E o mais caricato é que estes acontecimentos
ocorrem numa altura em que os ecos do discurso
do Presidente Nyusi na cerimónia de graduação
da polícia na ACIPOL, desencorajando a violência
policial contra indefesos ainda se faziam sentir.
Isso só pode significar que a bicefaleia continua
na condução dos destinos deste país, onde o corta
fitas discursa e os decisores põem em marcha seus
projectos no país.
Foram intolerantes e agrediram com bastões, gás
lacrimogênio e balas reais os pacatos cidadãos que
festejavam a vitória do seu candidato vencedor.
Mais nada! Será que era preciso autorização para
comemorar?
O estranho é que quando as claques de futebol,
apoiando o Benfica, do Porto ou do Sporting,
bloqueiam a avenida 25 de Setembro em Maputo,
comemorando as vitórias das suas equipas,
realizam desfiles autom¬óveis aos buzinões, sem
que nunhum policia os impeça. Estamos a falar de
futebol internacional. E c‡ na nossa casa quando
os Mambas ou uma equipa qualquer com uma
massa de adeptos vence, assistimos igualmente a
manifestações de apoio e alegria e muito barrulho.
Essas comemorações nunca foram violentadas
alegadamente por precisarem de autorização. E
muitas vezes nestas celebrações existem excessos
que deviam ser intoleráveis. Tudo isso nunca foi
impedido pela pol¬icia, mas, a celebração da vitória
de Paulo Vahanle teve um custo: Sangue.
Ficamos de algum modo encorajados com o
reconhecimento vindo do partido Frelimo através
de figuras destacadas deste partido, que saudaram
a vitória do candidato Paulo Vahanle sobre o
candidato apoiado pelo partido no poder.
Tão somente, a pergunta que não cala é: até quando
o sangue vai continuar a irrigar Moçambique?
Finalmente terminou a
maratona eleitoral de
Nampula e o grande
vencedor foi o povo de Nampulense,
que demonstrou cidadania
e espírito pacífico. O
povo afluiu às urnas e, desta
vez a participação subiu, o que
foi deveras excelente para dar
outra via ao processo.
Nas vésperas da eleição, muitas
denúncias circularam em
Nampula, por um lado dizia-se
que havia um movimento intenso
de autocarros Nagi com
pessoas que saiam dos distritos
para a cidade. E a prória RENAMO
denunciou o facto.
Também denunciou-se a presença
de um aparato policial
incomum, mobilizado para
aquele município, alegadamente
para votar em Cololo e
criar agitação e intimidação.
Para além da denúncia de que
existia um plano para assassinarem
o candidato da RENAMO.
E muitos outros factos foram
aventados, o que aguçou
o olho e ouvido vigilante dos
munícipes de Nampula.
Finalmente, no dia 14 a eleição
aconteceu num clima de tranquilidade
e muita vigilância.
Algumas pessoas foram detectadas
com listas de eleitores
fantasmas, como se diz, a favor
de Cololo, candidato da Frelimo.
O civismo daquele povo superou
as espectativas. A eleição
foi tranquila e naquela noite os
resultados começaram a aparecer
e o Vahanle vencia o escrutínio.
O povo saiu à rua para
manifestar-se alegremente. E
como é no pano branco que
a nódoa é saliente, assim, no
dia seguinte, em meio aos festejos,
a polícia disparou e dispersou
os que comemoravam
a vitória. Foi assim que jovens
foram feridos desnecessariamente.
Opinião unânime é de
que houve excesso de zelo. E
houve!
Acerca da vitória de Vahanle
houve muitas reações, mas
vamos realçar as que seguem:
Ivone Soares Chefe da Bancada
Parlamentar da RENAMO e
Presidente da Liga Juvenil daquela
formação política no seu
perfil de facebook que agradecia
aos munícipes e felicitava
a Paulo Vahanle pela vitória
que considerou como uma vitória
merecida, construída na
base de sacrifício, humildade e
respeito por outro. Disse Ivone
Soares que Paulo Vahanle não
tinha descanso, houvesse chuva
ou calor, estava nos bairros
a pedir o voto, isto foi notório
mesmo na primeira volta, parabéns
Paulo Vahanle, pela lição
de humildade e respeito.
Por sua vez, Tomás Salomão,
chefe da brigada central que
assiste Nampula, reconheceu
que os resultados mostram
a vontade dos eleitores e por
isso devem ser respeitados.
Assim, o partido Frelimo saudou
o candidato da RENAMO,
Paulo Vahanle, pela vitória na
segunda volta da eleição intercalar
de Nampula, tendo em
conta os resultados preliminares.
Na base destes resultados
o partido Frelimo diz que agora
irá tirar lições para se preparar
para os próximos desafios
eleitorais.
De realçar que Vahanle venceu
o escrutínio com 58,53% de
votos, contra 41,46% alcançados
por Amisse Cololo, candidato
da Frelimo.
O porta-voz da RENAMO,
José Manteigas Gabriel
visitou semana finda
alguma imprensa nacional e
internacional com suas sedes
na cidade de Maputo.
Numa acção visando enaltecer
as relações existentes entre a
RENAMO e a imprensa, Manteigas
deixou claro em vários
órgãos de comunicação social
“que a RENAMO é um actor
político indispensável na sociedade
moçambicana e que a
relação existente deve ser de
parceria”
Manteigas, reiterou que suas
visitas de cortesia aos órgãos
de comunicação social revestem-se
do desejo de conhecer
seu funcionamento e Estatuto
Editorial. O porta voz da RENAMO
disse ainda ter manifestado
o descontentamento
do partido junto da imprensa
pública, nomeadamente Rá-
dio Moçambique e a Televisão
de Moçambique pelo facto
destes órgãos promoverem
debates e entrevistas onde
é referenciado o partido RENAMO
e seu Presidente sem
que estes estejam presentes,
violando assim o princípio da
lei de imprensa, referente ao
contraditório.
No balanço realizado, Manteigas
manifestou-se satisfeito
pelos resultados alcançados
nestas visitas, tendo afirmado
que houve ganhos, visto que
os órgãos em referência prometem
corrigir seus procedimentos,
tendo garantido que
a RENAMO continuará a fazer
parte das oportunidades existentes.
Manteigas prometeu que estes
contactos vieram para ficar,
visto que os órgãos de informação
são parceiros e não
inimigos.
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