quarta-feira, 18 de abril de 2018

Culpas de cada um são de cada um e não de todos

Culpas de cada um são de cada um e não de todos

Samora Machel (SM) permitiu arbitrariedades de alguns dos seus mais directos colaboradores, a exemplo de Marcelino dos Santos e Sérgio Vieira, entre outros... Não foi a FRELIMO que mandou eliminar fisicamente opositores políticos. Foram alguns colaboradores directos de SM, que abusando da confiança que tinham com ele, tomaram essa trágica decisão de eliminar fisicamente opositores políticos, até sem o conhecimento de SM!
Joaquim Chissano (JC) não concluiu a implementação do Acordo Geral de Paz (AGP)... Não foi a FRELIMO que deixou a RENAMO armada. Foi JC!
Armando Guebuza (AG) endividou Moçambique até ao pescoço... Não foi a FRELIMO que autorizou a contratação das "dívidas ocultas". Foi AG!

Consequências?
Filipe Nyusi (FN) está a governar Moçambique no meio muitas adversidades... Está a gerir um país que caiu no descrédito internacional, por conta das "dívidas ocultas" autorizadas ilegalmente por AG... Está a gerir um país com uma paz frágil, por conta da existência de um partido político ilegalmente armado com assento na Assembleia da República, porque o JC não concluiu a implementação do AGP... Está a gerir um país que já começou a ter um outro foco de conflito militar na região Norte, por conta da descoberta de grandes quantidades de gás natural, pedras preciosas e minério de bauxite... que começam a despertar ideias secessionistas, quais antes defendidas por Lázaro Kavandame...

Salvação
Os erros foram cometidos por pessoas singulares. São pessoas singulares que não fizeram o que deveriam fazer, ou fizeram mal o que deveriam fazer, à luz da lei. Não foram as leis que estiveram erradas. A FRELIMO deve ser penalizada por leis erradas. Mas por actos errados devem ser penalizados os seus autores, individualmente. NADA de arrastar e crucificar a FRELIMO por conta de erros cometidos por pessoas que agiram em consciência própria, ainda que em nome da FRELIMO. O que estiver errado, está errado. A salvação é corrigir. E a correcção que salva é cada um assumir individualmente os seus próprios erros e aceitar ser responsabilizado pelas respectivas consequências. Culpas de cada um são de cada uma e não de todos.
A FRELIMO precisa de um discurso político responsável, que a distancie dos erros dos seus militantes alguma vez na liderança do Estado. Eis a chave a salvação e de maturidade política e patriótica! Não deve a FRELIMO se sentir moral e politicamente responsável pelos erros dos seus quadros. Só assim a FRELIMO poderá garantir que cada quadro seu que aceite a incumbência de assumir funções no aparelho do Estado vai exercer essas funções com zelosa e responsavelmente. Devemos ser cada um individualmente responsável pelos seus actos. Não se deve socializar os erros, mas sim os bons resultados. É assim que os povos progridem. Não se sacrifica um povo por causa de indivíduos. Isto é lei da Natureza, a lei de selecção natural.
Enfim, eu volto a instar os nossos respeitados veteranos que alguma vez dirigiram a Nação moçambicana e estão ainda em vida, nomeadamente Joaquim Chissano e Armando Guebuza, para que se retratem perante o povo moçambicano. Que cada um convoque a imprensa para a sua residência de reforma, para confessar publicamente os seus erros e distanciar a FRELIMO desses erros. De contrário, teria que ser a FRELIMO, através dos seus órgãos executivos, a convidar a imprensa para se distanciar dos erros dos seus quadros, o que não seria elegante! Eu peço encarecidamente a estes ilustres concidadãos para que nos eduquem pelo bom exemplo e não pelo maus exemplo. É mau exemplo esconderdes os vossos erros ao povo que tivestes o privilégio e orgulho de servir. É bom exemplo falardes dos erros que cometestes fostes dirigentes da nossa Nação. Falardes desses erros é um acto nobre, de grandeza, e diminui a possibilidade de os mesmos virem a ser cometidos pelos vossos sucessores. Precisamos de aprender não só do que fizestes bem, mas também e principalmente do que fizestes mal. E isto não só na FRELIMO, mas em todo o Moçambique. Força aí, ilustres camaradas e compatriotas!
Eu peço.
Palavra d'onra!
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14 comentários
Comentários
Kingkinho Acha As instituiçoes sao feitas de homens fortes estes podem ter sido fortes numa época e fracos noutras contaminando todo o sistema ou enaltecendo o mesmo.
Seja que for a cometer os excessos creio que terao sido perdoados ou a historia os julgará
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1 dia(s)
Egidio Vaz Sim senhor Professor, isto é o que chamo por CONSERTAR a Narrativa Política. Identificado o antídoto, apliquemo-lo então sem delongas muito menos balbuciações estéreis!
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1 dia(s)
Rogério Supinho Aceite por favor meus respeitos pela colocação.
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1 dia(s)Editado
Niz Tambira Uma altura chegaram e defendiam a legitimidade da dívida porque é impossível dissociar a frelimo na gestão do Estado, são estes que foram responsáveis pela forma depauperada que ficou cilindrada o país, JC e AG, são grandes arautos do partido e fizam—no em nome da base social do partido , o que não é questionável até pelos Deputados da sua bancada. Então quem cozinhou a história da dívida é a nomenclatura da frelimo, o que se deve dizer é assumirem o erro de as massas do partido terem dormido no momento em que o AGP e o dossiê ficou preparado para a dívida. Deve—se respeitar a dinâmica que JC foi lendo para aceitar o AGP mordiscado. O Problema é , como podeis contornar estes factos desresponsabilizando as elites que encabeçaram os abissais erros da vida política do partido?
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1 dia(s)Editado
Juma Aiuba Pois é. Ai está, responsabilizar os responsáveis individualmente. Mas quem põe o guizo ao gato preto.
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Catman Mandlazi Ou esperamos aquela sua ideia de exposição em Setembro na feira .... hehehe
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Alfredo da Silva Frelimo é crucificada por ter votado a favor da legalização dessas dívidas no parlamento ntsemm
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Artur R Jaquene Aí perde seu campo de ação as ciências sociais aqui sugera ...a necessidade de aqueles qui exerceram a sua nobreza actividade em SERVIR o povo devem convocar conferencia de imprensa nas sua residências para pedir disculpas pelos erros cometidos no seu reinado. Eu tenho uma observação oposto... avalio os erros na perspectiva política onde as políticas são implementados no contexto em qui cada Guverno se encaixa.. ou seja, é preciso a sua interpretação ir de acordo com as sircustancias em que o país se encontrava.. não estou convicto que um antigo dirigente pode vir ao público esclarecer o motivo da criação de esquadrões da morte por exemplo, a marginalização dos partidos Políticos da oposição. .. a morte de políticos e jornalistas.etc É falácia do meu ilustre Professor JJC... é preciso devolver a dignidade aos actores e futuros governantes deste país. ... nomeadamente os partidos políticos no geral para que estás não chegam ao puder com más recordações do percurso político , e isso pode minar a unidade nacional se isso nao acontece ...teremos dirigentes com a pouca cenciblidade com as causas do nosso povo. .
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Buene Boaventura Paulo O País espera do posicionamento da Frelimo, no sentido de se dissociar dos erros dos seus dirigentes, cometidos em pleno exercício dos seus mandatos e alguns suportados com normas aplaudidas pela bancada inteira... uma autêntica revolução em vista. Esperamos medidas sérias e não cosméticas na tal responsabilização, uma conferência de imprensa para só admitir que "sim cometi este erro" não é a solução, mas aceitar arcar com as consequências desses erros
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1 dia(s)
Brazao Catopola Parabéns pelo texto. Analisa-lo assim é interessante e dava para uma tese de Doutoramento bastante Profunda cuja pergunta de partida seria: "o que é a FRELIMO?" E seguidamente nos podiamos guiar por vectores seguintes: o que mantém a FRELIMO a mesma desde 1962? Quais as dinâmicas internas que sustentam o levar nome FRELIMO? Qual é o limite do sujeito ativo na direção da FRELIMO ao longo dos tempos? Isso nos faria talvez começar a discutir como separar as responsabilidades de um sujeito cuja identidade é a mesmo da organização? Não sei as respostas a essas questões mas me predispunha a orientar uma tese assim. Compreender a FRELIMO é necessariamente puder compreender essas questões.
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1 dia(s)
Becane Sibia Vou trabalhar nesse assunto. Despertou em mim outra coisa talvez por estar mergulhado nessa Frelimo. Bravo
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Azarias Felisberto Bravoooo..... enquanto pensarmos dentro da caixa continuaremos a dizer: a FRELIMO é que fez a FRELIMO é que faz, volta e meia aquilo não é obra da FRELIMO mas sim do presidente da FRELIMO.
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10 h
Julião João Cumbane As boas obras são da FRELIMO, os erros são das pessoas que dirigem a FRELIMO. Quando um carro sai da pista de corrida, o problema não é do carro, é do condutor. O fabricante não muda de carro, muda de condutor. A única excepção é quando houver problemas mecânicos, de fabrico ou uso, com o carro. No caso em apreço, o fabricante são os militantes e membros da FRELIMO, o carro é o ideal político da FRELIMO, o condutor é o Presidente da FRELIMO. O ideal da FRELIMO não tem problemas "mecânicos". ...
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9 hEditado
Brazao Catopola Sério mesmo!!!??? Então você nunca viu milhares de chamadas de carros pelos fabricantes? Nunca viu carro zero km gripar a saída da agência por deficiência mecânica? Nunca viu carro não travar na fórmula 1? Ok.
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9 h
Julião João Cumbane Já esclareci melhor, caro Brazao Catopola!
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9 h
Custódio Sabonete Parabéns pelo texto lúcido e eloquente.
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Avestino Augusto Fundai Bem falado Prof. Parabéns.
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23 h
Homer Wolf A "Frelimo" não é nenhuma coisa abstrata. A Frelimo são as pessoas – essas pessoas!... 
Portanto, o quadro não é assim tão simples e óbvio como o Profe está aqui a tentar pintar...
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13 h
Julião João Cumbane Não complica a vida que já é não simples, Homer Wolf. A FRELIMO é uma organização que congregas pessoas cada uma com sua própria cabeça. Os interesses que juntam as pessoas na FRELIMO não são os mesmo, ainda que haja comunhão de ideal político. É por mesmo que os erros de uma NÃO devem ser solicializados, mas sim assumidos pelo seu autor. A comunhão do ideal é que determina a socialização dos bons resultados. Não te filias à uma organização para prejudicar, mas sim para fazer o bem. Logo, quando erras DEVES te retrar e assumir responsabilidade pelos teus erros. É prar isso que existe o código de disciplina. Não me vem aqui com a tua ladainha de proteccionismo ao JC! Tsc.
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11 h
Homer Wolf Tenho certeza absoluta que o Profe entendeu o meu ponto...
É que não estamos aqui a falar de membros anónimos. De um Macuácua, ou de um Lobo qualquer. Estamos a falar de presidentes e (ex) ministros – alguns dos quais fundadores do partido.
Pessoas que
 quando solta(va)m um peido – passe a expressão – os Macuácuas, Lobos. Cumbanas, as jotas e as OMMs, apaude(ia)m vivamente, com sorrisos de orelha a orelha, numa de que se o chefe da Frelimo falou/fez, então a Frelimo é que falou/fez...
Para agora vir com essa conversa de chacha de que a Frelimo "não tem nada a ver isso"???
Isso não cola...
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10 hEditado
Julião João Cumbane Não cola para os obstinados como tu, Homer Wolf! Mas, felizmente, isso não sugnifica que não cole de facto.
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9 h
Azarias Felisberto Desde 75 a FRELIMO é o partido que governa o país, logo não temos como separar o presidente deste partido responsabilizar o sozinho
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10 h
Julião João Cumbane Não disseste nada inteligível, Azarias Felisberto!
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9 h

Apelo para a cooperação intergeracional

Esta é para a FRELIMO gloriosa e cinquentenária, e eu li num grupo fechado de WhatsApp, onde se comenta a reflexão do Gustavo Mavie, que eu também partilhei neste mural [1] ...

Diz assim:

«Impossível ler tudo, mas votar irresponsavelmente no caso de Moçambique é votar sempre nos mesmos. Pois de acordo e se acreditarmos nos argumentos demagogos do Mavie, sempre votamos responsavelmente e o q aconteceu foi um governo irresponsável q enganou o povo continuamente. Trocar de gvnacao é responsável porque obriga aos partidos irresponsáveis a quém se lhes deu carta branca durante anos de se responsábilizar qdo voltarem a ser escolhidos. Pois saberão q não serão eleitos apenas por se acreditar no mito q eles são responsáveis. A partir daí terão q prová-lo com ações concretas e uma governação altruísta, transparente e honesta.»

E já pergunto eu:

Quem mais pensa assim?...

A resposta é: são muitos... mais de 10 mil pessoas!!

Mas eu penso diferente! Penso exactamente o contrário! Penso ser falta de juízo votar na mudança sem questionar o sentido dessa mudança. Ao longo de qualquer caminho, há sempre dois sentidos: para a frente e para trás. Para a frente é AVANÇAR e para trás é REGREDIR.
Escolher a RENAMO é REGREDIR, porque a RENAMO não tem política para governar nem um município, qual Nampula... Preciso dizer mais? Está a olhos vistos: ganhou a eleição intercalar, mas ainda não está a governar!
Escolher a FRELIMO é AVANÇAR, porque a FRELIMO tem política para governar... Mas... há pessoas na FRELIMO que já não estão a ajudar. Chamo, a seguir, alguns nomes de pessoas que já não estão a ajudar, estão a prejudicar:

1. JOAQUIM CHISSANO, não está a ajudar, está a prejudicar, quando continua teimosamente a buscar protagonismo político, depois de ter permitido que a RENAMO continuasse armada durante os dez (10) anos do seu consulado, entre 1994 e 2004;
2. ARMANDO GUEBUZA, não está a ajudar, está a prejudicar, quando continua teimosamente a insistir na ideia/crença/convicção de que agiu bem ao autorizar a contratação das "dívidas ocultas" sem observar a lei, com a agravante de que, ao que tudo parece indicar, parte desse dinheiro foi usado indevidamente;
3. ALBERTO CHIPANDE, não está a ajudar, está a prejudicar, quando teimosamente insiste em continuar membro da Comissão Política, e quando aparece publicamente a falar como se fosse o dono de Cabo Delgado ou de todo o Moçambique;
4. RAIMUNDO PACHINUAPA, não está a ajudar, está a prejudicar, quando se apodera dos rubis de Montepuez em detrimento do Estado, e quase sem respeito pelo povo local;
5. GRAÇA MACHEL, não está a ajudar, está a prejudicar, quando também insiste teimosamente em buscar protagonismo político para a defesa de interesses egoístas, fingindo estar em defesa da causa da maioria.

Desculpai-me camaradas e compatriotas! Estas figuras (acima mencionadas) são muito respeitadas entre nós moçambicanos. Trata-se de pessoas que, juntamente com tantas outras da sua geração, deram a sua juventude à causa da libertação de Moçambique do jugo colonial fascista português e da edificação do nosso Estado. Porém, hoje pecam pelo seu amor obsessivo e obstinado pelo poder político e pelo poder económico. A percepção que reina—não sei se com razão bastante—é de que este quinteto lidera parte significativa dos negócios que o Estado moçambicano faz com o sector privado. Ela, eles, suas famílias e apaniguados estão nas minas, nos transportes, na construção, na imobiliária, nas telecomunicações, no turismo, na agricultura, na pesca, enfim, têm tentáculos nos negócios que se fazem em todos os sectores da economia de Moçambique e não só, como também nos negócios que se fazem offshore. Tenho comigo que é a obsessão obstinada deste quinto e seus apaniguados pelo poder que está a fazer com que o povo se divorcie da FRELIMO.
Ora, tenho um ALERTA e um PEDIDO a fazer a estes cinco compatriotas e camaradas. O ALERTA é de que se eles continuarem querendo controlar o poder da FRELIMO a partir dos bastidores, qual estão fazendo actualmente, então serão os principais culpados pela derrocada eleitoral deste partido nos próximos pleitos, e, caso tal ocorra, o quinteto corre grande risco de ser expropriado da riqueza material que ostenta, cuja origem se sabe que decorre do controlo que tacitamente detém do poder político em Moçambique. O PEDIDO é de que eles sejam magnânimos com o povo moçambicano e assumam as dívidas ocultas como suas, e ajudem generosamente a FRELIMO a vencer os próximos pleitos eleitorais.
Nós, moçambicanos, não devemos aceitar entregar o ouro ao bandido por conta do egoísmo e falta de modéstia de nossos camaradas "poderosos" e seus apaniguados. É preciso aceitar a rotura com eles, se disso depender a nossa sobrevivência como país independente e soberano. E esta sobrevivência depende da continuidade da FRELIMO no poder.
Compatriotas e camaradas, o povo moçambicano não ignora que os cofres do Estado estão quase vazios porque os negócios de alguns camaradas e compatriotas nossos não pagam devidamente os impostos que devem pagar. A percepção que há é de que, através de um esquema que combina a fuga ao fisco e a venda de serviços ao Estado a preços exorbitantes, os negócios desses camaradas e compatriotas nossos extorquem o erário e colocam o Estado como seu devedor. Numa palavra, uma franja significativa do eleitorado moçambicano, maioritariamente jovem, acha que esses nossos camaradas e compatriotas capturaram o Estado de todos nós em benefício próprio. Esta percepção domina as mentes dos nossos jovens hoje (2018).
Vai daí—diz-se e se acredita—que os recursos naturais do país, incluindo gás natural, carvão mineral, fauna, florestas, pedras preciosas, ouro, etc., são pilhados sem trazer benefícios para o país de todos nós. Vai daí que também se diz e se acredita, que o sistema de administração da justiça não funciona devidamente. Também se diz que o abate ilegal de espécies faunísticas e florestais protegidas por lei, a pesca ilegal, o garimpo ilegal, etc., ocorrem sem consequências para os seus autores porque, quando estes são apanhados pelas autoridades de fiscalização, depois se descobre que têm ligações com os nossos camaradas e compatriotas "poderosos", os quais se colocam acima da lei, desvirtuando assim o sentido da república. Mesmo sendo erradas, estas percepções acabam sendo tidas como verdades por conta de que os nossas camaradas e compatrotas poderosos insistem em fazer-se identificar com quase todas as políticas e em quase todos os negócios da república. A mamã Graça Machel, por exemplo, já não nem se sabe a qual família pertence, entre a Machel e a Mandela. Manda recados cá e manda recados lá, dando um exemplo único de promiscuidade política e material.
A identificação da FRELIMO com pessoas que se comportam como os nossos camaradas e compatriotas "poderosos" já não é bem vista pela juventude moçambicana que sedenta de bons exemplos. Tenho comigo que esta é a razão que contribui para os elevados níveis de abstenção no exercício do direito e do dever cívico de votar em eleições. Os eleitores querem votar na FRELIMO, mas não naquela FRELIMO incapaz de se distanciar dos actos errados dos seus militantes seniores. Eles cometeram e continuam a cometer erros pelos quais merecem repreensão pública, mas não são repreendidos. Não se faz isso porquê? Para matar a FRELIMO? É preciso esperar-se que eles morram para se falar dos seus erros? Temos medo de quê? Eles não são cidadãos normais? Acaso eles são imunes à prática de erros? Acaso não estará ainda claro que a insistência dos membros do quinteto acima constituído em deter protagonismo político para a defesa dos seus interesses egoístas ensombram a FRELIMO?...
Enfim, são as respostas que faltam para as perguntas acima postas que alguns concidadãos começam a acreditar que votar na FRELIMO em eleições é que irresponsabilidade, como se tivéssemos outro partido político que pode governar responsavelmente Moçambique neste momento. Vamos lá parar de proteger os excessos de alguns dos nossos compatriotas que julgam que a sua participação na luta de libertação nacional é passaporte para a impunidade. No Brasil, o Luís Inácio Lula da Silva está a cumprir uma pena de prisão, ainda que tida como injusta por todo o mundo. O Lula da Silva deu um bom exemplo de responsabilidade política, entregando-se à justiça federal brasileira. Em Moçambique, não estamos a apregoar condenações injustiças mas queremos que os nossos veteranos nos eduquem com recurso a bons exemplos. A obsessão pelo poder não é constitui bom exemplo. Os mais velhos que deixem a geração da independência, esta entendida como a geração de moçambicanos que se tornaram adultas no Moçambique independente, governar este país. Não somos menos responsáveis, tampouco diminuídos, por não termos participado na luta de libertação nacional. Éramos crianças. Não ensombrai, pois, a nossa governação com a vossa grandeza de heróis, mas iluminai os nossos caminhos partilhando as vossas experiências e sabedoria connosco, mormente falando-nos do que fizestes mal, que é para nós não repetirmos os vossos erros!

E por fim mesmo: esta reflexão NÃO é um apelo para a confrontação intergeracional. É, isto SIM, um apelo para a cooperação intergeracional. Não é elegante os mais velhos disputarem o espaço político com os mais novos. Elegante é os mais velhos iluminar os caminhos dos mais novos, falando do que não conseguiram fazer mas gostariam de ter feito, e dos erros que cometeram para que não sejam repetidos pelos mais novos. Reformai com serenidade para continuardes a merecer o nosso maior respeito como vossos continuadores.

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Mouzinho Zacarias Julião, são esses malandros, donos das empresas de construção civil que passaram a factura ao instituto nacional de segurança social cobrarando para construção da fossa no valor de mais 11.600.000.00 mts, em Quelimane
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3 hEditado
Partilhando uma reflexão de Gustavo Mavie...

--- INÍCIO ---

MOÇAMBICANOS FARÃO TAMBÉM UMA VOTAÇÃO IRRESPONSÁVEL NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES?
Por Gustavo Mavie
"Nem sempre o que é apoiado pela maioria é que é correcto ou bom."
Margareth Thatcher
A conceituada revista britânica 'The Economist', que neste ano completa 75 anos desde que começou a ser publicada em 1843, contém na sua edição de 10 de Março último, um artigo que analisa com inusitada profundidade, a tendência geral dos eleitores dos países com democracia multipartidária em África, Américas, Ásia e na Europa, onde a maioria tem votado mais pelos novos partidos populistas e não pelos mais estabelecidos ou históricos com uma longa experiência governativa.
Nesse artigo intitulado 'A Vote for Irresponsability' (ou Um Voto pela Irresponsabilidade) e que me inspirou tanto o título como este artigo, tem como principal tema as últimas eleições gerais italianas, realizadas a 4 de Março último, em que os partidos históricos sofreram derrotas humilhantes, enquanto os de tendência populista que foram formados nos últimos anos, tiveram a preferência da maioria dos eleitores.
O 'The Economist' diz que o que é mais alarmante é que dois dos novos partidos mais votados são exactamente os mais populistas, porque prometeram o irrealizável aos cidadãos italianos. Trata-se do Movimento 5 Estrelas (M5E), fundado há menos de cinco anos pelo comediano italiano Beppe Grillo, mas que agora é liderado pelo seu comparsa Luigi Di Maio, e a Liga Italiana (LI), sob a presidência de Matteo Salvini.
Praticamente, o M5E e a LI passam a ser pela primeira vez os principais partidos da Itália, colocando assim na cauda todos os antigos que durante décadas governaram aquele País europeu. Estas eleições italianos são já tidas como um "desastre político" para aquele País. É um DESASTRE POLÍTICO que me parece que poderá ocorrer também em Moçambique, se nada licitamente contrariante for feito com urgência, dado que tenho notado que há cada vez mais moçambicanos que afirmam que irão votar contra o seu partido histórico, que é a Frelimo, durante as próximas eleições municipais de 10 de Outubro próximo e as gerais de 15 de Outubro do próximo ano.
Uma das antecâmaras desta tendência pro-partidos populistas com agendas irrealistas foi, a meu ver, a vitória de Paulo Vahanle na Intercalar de Nampula, porque também pescou o eleitorado com promessas tão falsas quanto dos charlatães que dizem ter medicamentos que curam tudo, como a SIDA, ou que podem nos enriquecer ou fazer com que uma mulher muito bonita ame loucamente qualquer homem. Uma das suas falsas promessas de Vahanle foi dizer que caso fosse eleito, daria emprego a todos os jovens da cidade de Nampula, e resolveria o problema do lixo que se acumulou após o bárbaro assassinato de Amurane em seis meses. Estas promessas revelaram em ponto grande esse populismo de que fala o 'The Economist'. É que seis meses é o tempo que alguém precisa para se inteirar desses problemas e reunir depois os meios com que os resolver. O 'The Economist' vinca que o que é mais alarmante e preocupante é que a Itália é apenas um de tantos outros países dos cinco continentes que viram os seus partidos históricos serem preteridos pela maioria dos seus eleitores a favor dos recém-constituídos, que têm como 'modus operandi' o tal populismo puro. O que é mais preocupante é que esta febre populista afecta mesmo os países cujos povos vivem num bem-bom, como é a próspera Alemanha, onde ocorreu quase o mesmo durante as eleições realizadas em Setembro do ano passado, a tal ponto que o país ficou seis meses sem governo até Março último. O partido CDU no poder já há 21anos, de Angela Merkel, acabou sendo forçado a fazer uma grande coligação com vários partidos para que pudesse finalmente constituir neste mês um Executivo com um mínimo de condições para governar com alguma estabilidade. Teve de se coligar porque o CDU teve apenas 33% dos 61 milhões de alemães que votaram, de um total de mais de 81 milhões que são podiam votar.
Outro dos países europeus que regista uma tendência de se votar os partidos com menos experiência por prometerem mais do que Deus pode atribuir, é a Noruega, o único país do mundo cujo povo se assume feliz, porque já tem tudo o que quer, mas que ainda assim não está nada feliz com os políticos que os lideraram para o bem-estar absoluto em que está. Tal insatisfação política viu-se durante as últimas eleições do ano passado, em que o Partido Trabalhista (PT) no poder, a quem se atribui em parte o mérito de ter ajudado a catapultar os noruegueses ao bem-estar em que vivem, teve apenas 27% dos votos, ou 49 dos 169 assentos do Parlamento. Isto traz de volta o caso de do então Primeiro-Ministro britânico Winston Churchill, que perdeu as eleições gerais depois de ter liderado a Grã-Bretanha durante a II Guerra Mundial até à vitória dos aliados em 1945.
Essas eleições foram então ganhas por outro populista, Clement Attlee, porque prometeu o que chamou dum novo "contrato social" para todos os britânicos, aproveitando o seu cansaço pepel guerra e pelo racionamento dos produtos alimentares básicos, como acontecia com os moçambicanos durante a guerra dos 16 anos.
Esta tendência de se punir os partidos no Poder ou antigos é geral, como se viu também na França, onde o seu eleitorado atirou para o lixo as formações históricas e elegeu o recém-formado partido de Emanuel Macron, bem como nos EUA onde se assume que todos têm tudo, mas que entretanto o seu eleitorado catapultou o empresário e apolítico Donald Trump à Casa Branca, onde tem estado a revelar as suas incongruências, e que levam mesmo os que votaram nele a se arrependerem. Tal como na Alemanha, o PT viu-se forçado a se coligar com mais cinco partidos para poder formar um governo representativo.
Como se pode ver, mesmo os povos cujos países são já Paraísos na Terra aos olhos de quem ainda vive nos que estão ainda na estaca zero do seu desenvolvimento, são manipulados pelos populistas que os prometem melhores paraísos, como o fez Trump quando prometeu aos seus compatriotas que faria da América "grande outra vez" e resgataria os empregos que alegou terem sido roubados pela China. Agora que ganhou as eleições ele está na verdade reduzindo a sua grandeza com as asneiras que vai cometendo. Entre elas destaco as guerras bélicas que vai movendo, como os bombardeamentos que moveu agora contra a Síria, e as económicas contra a China e a Rússia, bem como contra os seus vizinhos, mais concretamente contra o México onde já começou a preparação da construcao do tal murro.
HÁ EVIDÊNCIAS DE QUE HAVERÁ MOÇAMBICANOS QUE VOTARÃO IRRESPONSAVELMENTE
Como dizia num artigo que escrevi a 30 de Março último, antes mesmo de ler esse do 'The Economist' que acabou inspirando-me este, reitero que tenho notado que há cada vez mais compatriotas que estão sendo persuadidos pelos populistas, para que votem neles, mas que a meu ver só levarão Moçambique ao abismo em que sempre tentaram atirá-lo pela força das armas que vêm empunhado há 42 anos já. Cheguei a esta conclusão na base de algumas auscultações ao nível das zonas urbanas em particular, que agora cimentei mais ainda com o que li neste artigo da 'The Economist'.
O que é que mais preocupante para mim é que entre nós não temos só populistas, como temos políticos que não valorizam a própria vida humana, dado que ao longo de vários anos só mataram impiedosamente os seus próprios compatriotas. Quem tentar negar este facto que estou aqui a dizer, é o mesmo que negar que o Sol existe, que nunca o viu, que jamais o iluminou ou que nunca o queimou com o seu calor. O facto inegável é que temos pelo menos um partido que está sendo mais preferido, mas que nos caçava sem piedade até ao Natal de 2016, ao mesmo tempo que nos metia medo de viajar à vontade, só para forçar o Governo de Nyusi a entrar num pacto que lhe permitisse governar também mesmo que não tenha ganho as eleições à luza das leis em vigor no país, que determinam que só governa quem tiver 50% por cento dos votos mais 1 na contagem geral.
O que é mais triste é que entre os problemas que nos afectam agora, há muitos que foram provocados pelos mesmos partidos que agora prometem nos levar ao paraíso, quando na verdade só nos empurrarão cada vez mais para o inferno, uma vez que nem sequer conseguem organizar-se no seu próprio seio, não obstante alguns deles existam há 42 anos já. Este é o caso da RENAMO, que foi criada um ano depois da nossa independência, isto é, em 1976, e que viria a iniciar uma guerra sem quartel em 1977 contra o governo de Samora Machel, o proclamador da nossa independência em 1975. A RENAMO encaixa na definição feita por Khadafi no seu 'O Livro Verde', de que "o partido da oposição que deseja alcançar o poder, opta por sabotar as realizações do governo para o desacreditar perante o povo".
O que temos que nos perguntar é porquê é que esta mesma Renamo começou a mover uma guerra contra o fresco governo de Samora Machel, não obstante fosse constituído por moçambicanos de todas as regiões de Moçambique e de todas as etnias e raças que comprazem o multirracial povo moçambicano, como se pode ver através das fotografias da época que estão nos arquivos e na mágica Google. Se não fazermos isso, nunca ganharemos o juízo como nos instou Elísio Macamo num célebre artigo que publicou há semanas, em que nos alertando sobre o perigo que corremos de querer alternância a todo o custo, sem avaliarmos bem quem tomará conta do leme do nosso País. Se não ganharmos o tal juízo, não tardará muito que acordaremos no abismo que está sendo cavado pelos tais partidos populistas de que fala o The Economist.
O THE ECONOMIST APONTA ALGUMAS DAS AS CAUSAS COMUNS QUE PROVOCAM O
DESCONTENTAMENTO DOS POVOS E SUA REJEIÇÃO PELOS PARTIDOS HISTÓRICOS
O 'The Economist' aponta algumas das causas comuns que provocam a crescente rejeição dos partidos históricos e fomentam esta tendência de se votar mais pelos novos. Aponta, entre outros, o acentuado desemprego entre jovens de ambos os sexos na fasquia etária dos 15 aos 24 anos, a estagnação dos salários em contrapartida com o crescente custo de vida, que está afectando a maioria das famílias mesmo nos países ocidentais, incluindo nos EUA onde mais de 56% dos habitantes confessam que já não aguentam mais com a carestia da vida, e a percepção de que os políticos só se servem mais a si próprios e não aos que os colocam no poder---que é o povo que vota neles.
Estas causas já tinham sido diagnosticadas no começo da década de 90 pelo então Secretário-geral da ONU, Boutros-Boutros Ghali, quando em oposição às políticas económicas desumanas da globalização económica, alertava que ao se favorecer mais a acumulação da riqueza nas mãos dos privados com a bênção dos próprios políticos, tal causaria um divórcio entre estes e os seus povos.
Volvidos pouco mais de 20 anos, esse divórcio já está a acontecer. Só que como os próprios divórcios entre os casais, o mais provável é que deixarão um sabor amargo para ambos, porque está mais que provado que as novas formações políticas que estão sendo mais votadas não irão proporcionar os paraísos que prometem. O que os seus fundadores querem mesmo é se valerem dessas falsas promessas para chegaram também ao poder, e desfrutarem dele até ao dia em que serão também pontapeados, tal como aconteceu já com vários outros populistas na História de muitos países, entre os quais destacou pela afinidade connosco, o então sindicalista zambiano, Frederikc Chiluba, que derrotou o partido independentista UNIP, do Pai da Nação zambiana, Kenneth Kaunda, na mesma década de 90.
É imperioso dizer que o entao falacioso Chiluba praticou uma grande corrupção que dizia que iria combater até ser levado à barra do tribunal, como não conseguiu dar leite e mel a todos os zambianos como havia prometido, e deixou a Zâmbia pior do que quando era governada por Kenneth Kaunda. Com Chiluba ficou provado que nem sempre o que é preferido pela maioria é bom como dizia em vida Margareth Thacher. Eu podia dar muitos outros exemplos da nossa região como do resto do Mundo que provam que os populistas não têm força mágica nem remédios milagrosos para proporcionar a cada um e todos os seus compatriotas a abundância. Não é por acaso que Martin Luther King Jr. avisou há mais de 60 anos, que O Estado de abundância não é algo que se encontra, mas que se faz com o trabalho árduo. Não há governos que dão tudo o que cada um dos seus cidadãos quer. Infelizmente noto com preocupação que há cada vez mais compatriotas que acreditam cegamente que há partidos-deuses que nos darão tudo numa bandeja. Quem assim acredita é ingénuo. O bem-estar de cada um de nós virá do trabalho árduo de cada um de nós e obviamente de todos nós.
E no caso dos jovens, tudo deve começar pelo estudo sério e não pela arte de bem cabular que tem sido o modus operand de muitos deles. Temos de aprender com o exemplo dos chineses que há 30 anos acordaram e assumiram o trabalho árduo como religião da sua salvação. Alguma coisa está mal connosco próprios, porque cidadãos de outros países que aqui se fixaram estão prosperando por entre as nossas lamentações, como são os casos dos portugueses que estão fazendo negócios, dos da Ásia que fazem o mesmo, até mesmo dos da nossa África, como os da região ocidental africana que aqui criaram pequenos e grandes negócios e estão enriquecendo a olhos vistos!
Não é por acaso que o filósofo alemão Goethe dizia que a miséria que te oprime não tem nada a ver com a sua profissão mas consigo próprio, porque a mesma profissão faz prosperar outros. Temos que acordar do longo sono em que a maioria de nós está, e deixarmos de acusar o nosso governo de nada fazer por cada um de nós. Falei longo? Sim, falei mas é imperioso debatermos com franqueza e de forma directa todos os problemas que nos afectam, antes que se tornem insolúveis. Eles não se dissiparão nunca por negar a sua existência---só falando com frontalidade é que chegaremos a um entendimento, porque como bem diz o académico Norman Nel, só as palavras têm o poder de motivar, inspirar, encorajar e mesmo de CURAR. E nós precisamos duma CURA URGENTE E ADEQUADA para não perdermos a nossa VISÃO e o CAMINHO que nos levarão à Terra que nos foi Prometida por Eduardo Mondlane e Samora Machel e por todos os que libertaram este País do tenebroso colonialismo.
gustavomavie@gmail.com

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7 comentários
Comentários
Sergio Serpa Salvador Perceptível o texto de Mavie. Uma coisa de ficar clara, as eleições de Nampula revelaram o descontentamento da população para com o poder central, representado pela "Frelimo-Estado". Os manifestos não dizem muita coisa, pelo menos, em Moçambique. As pessoas votam por protesto, simpatias étnicas, identificação partidária. Eu, por exemplo, não vi manifesto escrito de nenhum partido. Quase todos fizeram campanha oportunista, claro, Cololo tinha uma relativa vantagem. Era um bom articulista. Em nampula, as pessoas votaram em partido (marcas) e não pessoas (candidatos).
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Sergio Serpa Salvador Depois, essa de votação irresponsável, é um argumento muito falacioso.
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Julião João Cumbane Sergio Serpa Salvador, não útil detectar pretensas "falácias", sem demonstrar que são, de facto, falácias. Em que medida o que dizes ser "falácia" é realmente falácia?... Vamos lá travar uma conversa responsável e construtiva!...
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2 dia(s)Editado
Gustavo Mavie Thanks. Falaciar tambem pode ajudar em algo que nao quero revelar.
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Paul Fauvet Ha muitos anos atras o grande escritor alemao Bertolt Brecht respondeu ao tipo de asneira que Gustavo apoia nesse artigo. Brecht escreveu: After the uprising of the 17th June
The Secretary of the Writers Union
Had leaflets distributed in the Stalinalle
e
Stating that the people
Had forfeited the confidence of the government
And could win it back only
By redoubled efforts. Would it not be easier
In that case for the government
To dissolve the people
And elect another?
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Julião João Cumbane A que "asneiras" apoiadas por Gustavo Mavie te referes, oh Paul Fauvet?!...
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Tomas Mario Não há povos "irresponsáveis". Ou há povos esquizofrênicos, que num certo período estão bem de juizo( e nos elegem e vangloriam) e no período seguinte estão malucos (e elegem os nossos adversários). Precisamos de abandonar essas facilidades de raciocinio. Na verdade o que pode haver- e muito!- são governos irresponsáveis...
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Paul Fauvet JJC, Gustavo implica que os povos sao estupidos porque votam em partidos ditos "populistas". Ha muito erros de facto no artigo - o mais absurdo e' chamar o dirigente do Partido Trabalhista britanico dos anos 40, Clement Attlee, um "populista". Attlee ganhou porque a populacao Britanica estavo farto dos governos conservadores, governos de fome e miseria. O governo de Attlee criou o "welfare state", particularmente os Servico Nacional de Saude (NHS), que persiste ate os dias de hoje. Mesmo Thatcher nao tinha a coragem de destruir o NHS.
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Julião João Cumbane Hmm! Com que então um povo não pode ser irresponsável, Tomas Mario?!... O que está sendo um povo que se abstém deliberadamente de votar?!... O que está sendo um povo que deliberada escolhe pessoas para governar em vez de escolher a melhor proposta de programa de governação?!... O que está sendo um povo que escolhe para o governar bandidos cadastrados?!... Os alemães foram um povo responsável quando elegeram Adolf Hitler...?! Estou a perguntar para aprender...!

Paul Fauvet, eu sei NADA sobre governos e partidos britânicos. Mas... tu sabes algo que eu também sei sobre sobre Guiné Bissau. Como classificavas o Kumba Yalá?!... Não era populista?!... E sobre os outros exemplos que Gustavo Mavie enumera... são também exemplos errados?!....
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2 dia(s)Editado
Tomas Mario Caro Prof, na minha opinião este gênero de raciocínio é muito problematico por duas razões: (a)reflecte falta de humildade perante o povo, pois exprime que os partidos políticos podem pensar melhor do que aqueles que ele pretende representar; (2) leva a uma preguiça de raciocínio, impedindo-nos de fazer introspecção profunda sobre o que se fez errado e o que se deve realmente corrigir! Dai a expressão de Bertold Brecht citada por Fauvet: "vamos mudar de povo"! Podemos mudar de povo?
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Julião João Cumbane Meu caro Tomas Mario, "muda-se" de povo sim, através da educação e da informação. O projecto de formação do "Homem Novo" visava transformar um povo maioritariamente analfabeto e mal informado num povo marioritariamente bem educado e informado. Concordas comigo ou não?.. Este povo de Moçambique de hoje não é o povo de Moçambique de 1975... Evoluiu. Evolução é mudança. Discordas de mim?... Por eu pensar assim, sempre achei falacioso o argumento de Bertolt Brecht...
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Sergio Serpa Salvador Está premissa de "povos irresponsáveis" está alicerçada na ideia de que existe um partido ou algumas pessoas predestinadas a governar. Por isso, na opinião de G.Mavie, Vahale ganhou por populismo. Para ele, Cololo tinha um bom programa, logo, os que votaram em Vahale são irresponsáveis. Não pensam por si. Não tem capacidade de discernimento. Espero que a Frelimo não leve a sério ideias como estas.
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Julião João Cumbane Não estás a provar que tal permissa que aludes ou tal opinião do Gustavo está errada, Sergio Serpa Salvador. Continuas a comentar dizendo NADA que seja útil para esta conversa. Porquê não recomendas que se leve a sério o que o Gustavo Mavie diz? Só porque tu não concordas com ele, e sem explicação válida?...
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Tomas Mario Julião João Cumbane.
Nós não estamos a falar da mesma coisa, Prof! A "mudança" a que se refere nem sequer ocorreu, meu caro! Pelo contrário: estava tão desajustada que nos levou a um descarrilamento historico! Eu vou repetir até perder a voz: precisamo
s de "sentar" com o povo; escuta-lo com humildade; adaptarmo-nos às suas tendências e com eles nos ajustarmos. Veja os seguintes ensinamentos da História: Winston Churchill fez heroicamente toda a 2a Guerra Mundial defendendo heroicamente o seu povo dos Nazis; no fim da guerra organizou eleições e...perfeu-as! Em Cabo Verde Pedro Pires com inteligencia e argúcia tirou o seu povo do anonimato; liderou as mudanças democráticas,organizou eles e ...perdeu-as!
Vamos pensar mais fundo! Olhemos em nossa volta, com coragem!
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Tomas Mario Queria dizer: "perdeu-as".
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Julião João Cumbane Tomas Mario, eu também vou repetir até a voz ficar rouca: tanto na Inglaterra quanto em Cabo Verde, que ganhou as eleições a que aludes não foi nenhuma organização com o histórico... da Renamo! Claro que estamos a falar da mesma coisa, ainda que assim não pareça!
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1 dia(s)Editado
Julio Da Wilka Edwin Julião João Cumbane professor todos que não concordam com a sua teoria legalmente tem algo imperfeito.

A educação não muda o povo. Mas sim da lhe instrumentos para travar as suas lutas. E neste momento o povo tem um batalha agendada para Outubro.
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Julião João Cumbane Ora essa! Julio Da Wilka Edwin, o povo usa os instrumentos que a educação e a informação lhe conferem para mudar, sim senhor! Muda as práticas; muda as práticas; muda a concepção do mundo; muda as crenças; enfim, o povo muda política e culturalmente!
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Julião João Cumbane Eu até que posso perdoar o povo alemão dos anos 1930, quando conduziu Adolf Hitler ao poder, pois o fulano não era conhecido. Mas já seria difícil me perdoar a mim próprio por um voto a favor de uma organização com jaez terrorista com há uma entre nós, em Moçambique. Vamos lá racionar mulher. Eu também sou pela mudança, mas não mudança para algo que com a pior história entre nós...!!
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Mussá Roots Hitler ,não era conhecido pelo povo que o elegeu? Como?
Se o seu discurso "Antissemita" . contra Judeus. Começou antes de ser eleito...não é essa a base do seu livro "Mein kampf"? ... Não foi escrito antes de ser eleito? As duas edições? 


Não foi preso por tentativa de golpe de Estado?
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Julião João Cumbane Nesse caso, Mussá Roots, então o povo alemão de então foi definitivamente irresponsável!
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Mussá Roots Não sei bem.se é assim...
Acho que as condições. Tais como a derrota na primeira guerra mundial, ...o considerado "Humilhante" tratado de Versalhes . e outros factores. Foram aproveitados, por ele.através de discursos demagógicos , violentos. 


Cá há um pouco disso também... "A crise...as famosas dividas..." 
As pessoas podem se deixar levar por discursos de um demagogo que anda por aí...não sei, se seria correcto.dizer que seriam "Irresponsáveis" .estas pessoas...
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Julio Da Wilka Edwin Tentando resumir todo o que tenho como resposta a este longo tento vou dizer o seguinte:

Os partidos conservadores tiverem o seu espaço de acção. E onde eles tiveram um bom desempenho o seu povo mantém a confiança plena do seu destino.


Onde houve muitas incertezas certamente que o povo vai tentar entregar o seu destino a quem aparentemente melhor vai cuidar.

O povo moçambicano tem consciência das lacunas e problemas de todos partidos da oposição, contudo chega aquele fase em que temos que experimentar novas coisas. É um risco! Mas Continuar com os mesmos problemas seria muita covardia, um risco maior.🔙🔙🔙

Alguns preferem abster se por não querer votar no mesmo partido que não lhe trás soluções e por não ver solução a vista em outros candidatos.

Resumido: bem ou mal se o partido conservador não mudar de postura poderá correr o risco de sentir o quão deve ser bom estar na posição de oposição.
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1 dia(s)Editado

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