quarta-feira, 18 de abril de 2018

Niassa recenseou menos de 30% de eleitores e Nampula, Manica, Maputo e sua metrópole abaixo de 40% a um mês do fim do processo

Niassa recenseou menos de 30% de eleitores e Nampula, Manica, Maputo e sua metrópole abaixo de 40% a um mês do fim do processo
Escrito por Emildo Sambo  em 18 Abril 2018
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O recenseamento eleitoral, que decorre desde 19 de Março passado, termina a 17 de Maio próximo. Porém, as províncias do Niassa, Nampula, Zambézia, Manica e Maputo, incluindo a capital do país, ainda estão longe de cumprir as metas de inscrição estabelecidas, ao contrário de Cabo Delgado, Tete, Sofala, Inhambane e Gaza que apresentam boas perspectivas, tendo algumas já ultrapassado 50%.
O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), que antes veiculava que espera recensear oito milhões e quinhentos mil potenciais eleitores (8.500.000) para quintas eleições autárquicas, a realizarem-se no dia 10 de Outubro próximo, agora fala de uma meta de 8.063.982. Destes, já foram registados 3.113.150 (38.61%), até o último domingo (16).
Mas aquele órgão não explica por que motivos já não se refere à anterior previsão de 8.500.000 eleitores.
No Niassa, que tem cinco autarquias, a inscrição é considerada “muito baixa”, apenas 157.026 (27,63%) munícipes inscritos, dos 568.293 previstos.
Aliás, até a província de Nampula, um dos maiores círculos eleitorais de Moçambique, com sete municípios, de 1.206.596 potenciais eleitores antevistos, só recenseou 436.222 (36,15%).
Um dos municípios deste ponto que constitui a terceira cidade mais importante do país realizou eleição intercalar, a qual terminou depois de duas voltas e o vencedor foi o candidato da Renamo, Paulo Vahanle, 58,60% de votos, contra 41,40% de votos do candidato da Frelimo, Amisse Cololo.
Na primeira volta, dos 296.500 eleitores inscritos (100%), apenas 73.852 votaram (24,90%), o que significa que 222.738 (75,10%) não se fizeram às urnas por razões não apuradas.
Na segunda volta, a abstenção reduziu timidamente. Do mesmo número de eleitores, 67% não foram votar.
Zambézia, outro maior círculo eleitoral do país, registou somente 455.096 (36,63%) cidadãos, dos 1.242.320 previstos.
A província de Sofala – palco do cessado confronto político militar – em termos do alcance da meta superou os dois territórios acima indicados, ao recensear 289.054 munícipes (43,58%), dos 663.290 projectados. Há cinco autarquias naquele ponto.
Para Tete, os órgãos que gerem os processos eleitorais no país esperam registar 589.795 cidadãos, dos quais 253.463 (42,97%) já foram abrangidos.
As províncias de Cabo Delgado, Inhambane e Gaza recensearam 55,13%, 51,21% e 47,16% munícipes, respectivamente, um desempenho considerado bastante satisfatório. Manica, com 35,63%, província de Maputo, com 32,04%, e cidade de Maputo, com 36,15%, apresentam baixo desempenho.
Cláudio Langa, porta-voz do STAE, disse que não sebe o que é que está na origem dos baixos níveis de inscrição nas províncias em alusão, mas o passo a seguir é intensificar a campanha de educação cívica, principalmente no Niassa.
Ele apelou igualmente aos partidos políticos para que fiscalizem o processo de recenseamento eleitoral.

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