O homem, de 70 anos, encontrou o homicida da menina de quatro anos numa rua de Granada
Passaram 12 012 dias desde 24 de maio de 1985, quando a filha de quatro anos de Juan José Fernández desapareceu sem deixar rasto. Dois dias depois, o corpo de Ana Isabel Fernández Sánchez apareceu num poço, para onde tinha sido atirada, ainda com vida, pelo seu assassino, que a terá tentado violar. Trinta anos mais tarde, o pai encontrou o homem que matou a sua filha e tentou apunhalá-lo, conta a jornal El País. Nenhum dos dois revelou que aquilo que parecia uma discussão na via pública, era, afinal, um ajuste de contas.
Foi na passada sexta-feira, 13 de abril, que o antigo talhante, Juan José Fernández, encontrou o assassino confesso da pequena Ana Isabel Sánchez, quase 33 anos depois da data do seu desaparecimento. Então, o pai tinha 37 anos e o homicida 21 anos. Quando se voltaram a encontrar, numa rua de Granada, tinham 70 e 54 anos, respetivamente. A polícia encontrou-os a lutar, e nenhum deles explicou a verdadeira razão da luta. O homem mais velho apenas dizia que iria "matar" o mais novo, enquanto este alegava ter sido vítima de uma tentativa de roubo, segundo o El País.
Apesar de a rua ser movimentada, e segundo o jornal espanhol, Juan Fernández atirou-se a Enrique Sánchez, o assassino, com uma faca na mão e tentou apunhalá-lo. Ambos ficaram feridos, e se não fosse a rápida intervenção da polícia, Sanchez talvez não tivesse sobrevivido: ficou com golpes profundos nas mãos e no nariz.
A morte de Ana Isabel Fernández Sánchez aconteceu há 33 anos, na pequena cidade de Huétor Santillán, a vinte minutos de carro de Granada. No mesmo dia do aparecimento do cadáver, a Guarda Civil já tinha apanhado o culpado. A criança foi encontrada "afundada na água e na lama" de um poço com mais de três metros de profundidade. Enrique Sánchez, então com 22 anos, e o irmão Anastácio, cinco anos mais velho, entregaram-se "voluntariamente" à Guardia Civil, mas a participação da Anastasio no crime foi descartada.
Enrique Sánchez contou como convenceu Ana Isabel Fernández a acompanhá-lo, dizendo-lhe que iriam comprar doces. Levou-a, depois, para um local isolado e tentou violá-la, mas como esta resistiu terá tentado afogá-la. Como também não conseguiu, decidiu atirar a criança para o interior do poço.
O assassino foi condenado a 40 anos de prisão, e passou duas décadas atrás das grades. A sentença obrigou-o ainda a pagar dois milhões de pesetas (12.000 euros) à família da vítima, o que nunca aconteceu.
Os dois homens foram levados para o hospital, e o pai de Ana Isabel Fernández Sánchez foi detido, tendo sido libertado no sábado. Irá ser presente a tribunal, desconhecendo-se ainda qual é a acusação.
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